VEGAS
ENVIEI A PETE AS INFORMAÇÕES de que ele precisava para a mudança, que aconteceria no domingo ao meio-dia em ponto. Não por medo de que ele fizesse um escândalo na frente do meu prédio, mas pela admiração que relutantemente senti diante de sua façanha no dia da exposição.
Parecia que aquela delicada rosa tinha espinhos, afinal.
No fim de semana seguinte, Pete apareceu na minha casa de novo, dessa vez com um exército de carregadores a reboque. Greta, minha governanta, e Edward, meu mordomo, se encarregaram de guiar os homens pelo apartamento enquanto eu conduzia Pete até o quarto dele. Não trocamos uma palavra, e o silêncio foi aumentando a cada passo até se tornar uma entidade viva entre nós.
Meu peito foi invadido por uma sensação incômoda. Pete tinha sido extremamente amigável com Greta, Edward e o restante dos funcionários, a quem cumprimentou com sorrisos calorosos e malditos cookies da Levain, os mais famosos da cidade.
Mas, quando chegou a minha vez, ele se fechou como se eu fosse a pessoa se mudando para a casa dele, atrapalhando sua vida meticulosamente planejada. Como se eu tivesse aparecido sem ser convidado em sua festa vestindo uma roupa que poderia deixar qualquer homem de joelhos. Uma semana depois, a imagem daquela roupa preto curta ressaltando suas curvas ainda estava arraigada na minha mente, assim como a chama em seus olhos quando ele partiu para cima de mim.
Não havia sinal daquela chama no momento. Pete era a representação perfeita de uma elegância displicente e isso me irritava sem motivo justificável. Ou talvez minha ira tivesse algo a ver com o fato de que, mesmo usando uma saia e uma blusa sem nada de especial, sua presença despertava um calor indesejado em minhas entranhas. Meu corpo nunca tinha reagido de maneira tão visceral a ninguém antes, e eu nem sequer gostava dele.
Paramos em frente a uma porta de madeira entalhada.
– Esse é o seu quarto. – Eu a havia instalado na suíte mais distante da minha, e mesmo assim ainda era perto demais. – Greta vai desfazer suas malas mais tarde. – Minha voz soou alta demais depois do silêncio opressor. Ele ergueu uma das sobrancelhas.
– Quartos separados até o casamento. Não sabia que você respeitava tanto assim as tradições.
– Eu não sabia que você estava tão ansioso para dividir a cama comigo. - Abri um sorriso discreto quando Pete ficou corado. Foi a primeira vez que ele perdeu a compostura em todo aquele tempo.
– Eu não disse que queria dividir a cama com você – respondeu ele friamente. – Apenas apontei como seu pensamento é ultrapassado. Dormir em quartos separados é coisa de casais brigados, não de casais que acabaram de noivar e que deveriam estar apaixonados. Isso vai se espalhar por aí. As pessoas vão comentar.
– Nada vai se espalhar e ninguém vai comentar. – Minha equipe de empregados domésticos trabalhava comigo havia anos e se orgulhava de sua discrição. – Se acontecer, eu resolvo. Mas, como estamos falando de imagem pública, deveríamos estabelecer os limites do nosso relacionamento.
– Olha só, comunicação. Acho que você finalmente está concluindo a fase neandertal da sua vida. - Ignorei seu insulto irônico e prossegui:
– Em público, vamos fazer o papel do casal apaixonado. Iremos a eventos juntos, vamos sorrir para as câmeras e fingir que nos gostamos. Você também terá total acesso ao portfólio das marcas do Theerapanyakul Group. Se quiser qualquer coisa de alguma das nossas coleções, é só falar com a Helena, minha assistente, que ela resolve. Na mesa de cabeceira, você encontrará o número dela, um Amex Black e seu anel de noivado. Use-o.
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Rei Impetuoso - VEGASPETE
FanfictionPete Saengtham não tem planos de se casar, mas seus pais pensam diferente. Mesmo contra sua vontade acaba indo em um jantar obrigado por seus pais, e lá conhece o frio, calculista e sem saber vingativo Vegas Theerapanyakul, que só tem um objetivo na...