PETE
A BATIDA VEIO ENQUANTO eu estava me preparando para dormir.
Soube quem era antes de abrir a porta, mas isso não impediu meu estômago de dar uma cambalhota estranha quando vi Vegas no corredor. Ele usava o mesmo suéter de caxemira e a mesma calça jeans do jantar.
Eu não sabia para onde ele tinha ido depois da refeição, mas estava ali agora, e vê-lo fez meu peito se contorcer com uma emoção inesperada.
Até então, eu não havia percebido o quanto precisava estar com ele, só com ele. Vegas era a única pessoa que podia me trazer de volta ao chão depois de uma montanha-russa como aquela.
Olhamos um para o outro, o silêncio repleto de palavras não ditas, até que abri mais a porta em um convite para ele entrar. O pequeno movimento quebrou o feitiço e nós dois relaxamos visivelmente quando ele entrou e eu me sentei na cama.
– Você se saiu muito bem. – Vegas se encostou na parede, a mão enfiada no bolso enquanto seus olhos encontravam os meus. – Enfrentando seu pai.
– Obrigado. – Abri um sorriso triste, sentado na cama de frente para ele. – Mas queria que a conversa tivesse sido melhor.
– Foi do jeito que deveria ser. – Feixes prateados de luar brilhavam nos olhos de Vegas. – Agora você sabe o tipo de homem que ele é. Um caso perdido, mio caro. Sei que sou suspeito para falar, mas é verdade. Se eu pudesse escolher, preferiria que vocês se resolvessem e você ficasse feliz, mas o tipo de pessoa que ele é... – Vegas baixou a voz: – Não merece seu tempo nem sua energia.
Uma dor se instalou em minha garganta.
– Eu sei. - A situação não se resolvera como eu queria, mas bastava. – Fiquei impressionado com o modo como você se conteve durante o jantar – acrescentei, tentando aliviar o clima. – Tinha me preparado para insultos. Talvez algumas ameaças e socos, só para deixar a coisa mais interessante.
Vegas não dissera uma palavra durante o confronto. Eu nunca o tinha visto tão quieto por tanto tempo, mas foi bom, pois precisava lutar minhas próprias batalhas em vez de recorrer a outras pessoas.
– Tenho exercitado o autocontrole. – Sua boca se curvou apenas um milímetro. – Como eu disse, esta viagem não tem nada a ver comigo.
Nossos olhares se encontraram, me causando uma sensação de formigamento. Meu quarto era grande o suficiente para acomodar quatro pessoas, mas a presença de Vegas preenchia cada canto, deixando meus pensamentos nebulosos e o vazio no meu peito um pouco menor.
– Obrigado por ter vindo comigo. – Tentei ignorar a maneira como seu olhar me banhava com calor. – Sei o quanto você é ocupado, e não deve ser nada divertido ficar sob o mesmo teto que alguém que você odeia.
– Foi meio divertido assistir enquanto ele quase tinha um treco à mesa. - Uma risada involuntária me escapou.
– Você é terrível.
– Só com quem merece. – Outro sorriso. – É bom ouvir você rir de novo, mio caro.
Meu sorriso desapareceu diante do significado delicado e profundo de suas palavras.
Outro silêncio caiu entre nós, denso e carregado de tensão. Vaga-lumes dançavam sobre a minha pele, deixando rastros de eletricidade. Me remexi na cama, tentando aliviar a nova ansiedade que crescia em minha barriga. Os olhos de Vegas escureceram. Sua mandíbula pulsou por um segundo antes de ele se afastar da parede.
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Rei Impetuoso - VEGASPETE
FanfictionPete Saengtham não tem planos de se casar, mas seus pais pensam diferente. Mesmo contra sua vontade acaba indo em um jantar obrigado por seus pais, e lá conhece o frio, calculista e sem saber vingativo Vegas Theerapanyakul, que só tem um objetivo na...