Capítulo 20

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VEGAS


O SOCO DE NOP jogou minha cabeça para trás com tanta força que meus dentes bateram. O gosto de cobre encheu minha boca, e, quando minha visão finalmente clareou, sua expressão séria entrou em foco como uma fotografia em uma bandeja de revelação.


– Esse estava fácil de se esquivar. Onde é que você está com a cabeça?

– Foi só um soco. Não fique se achando.

– Três. – Ele grunhiu quando meu uppercut o atingiu abaixo do queixo.

– E isso não responde à minha pergunta. - Culpei a confusão causada pelo soco quando me vi deixando escapar as palavras que disse em seguida.

– Eu beijei o Pete no Dia de Ação de Graças. Por livre e espontânea vontade. Porque quis.


Tínhamos feito mais do que isso, mas com certeza eu não discutiria nossa vida sexual com Nop. O beijo da sessão de fotos tinha sido forçado. Em Bali... Merda, eu não sabia o que tinha acontecido em Bali além de uma confusão mental.

Quando saí do banho, Pete estava dormindo ou fingindo dormir, e ao longo da última semana evitamos falar sobre o que acontecera. Ele provavelmente achava que eu o tinha rejeitado por algum motivo qualquer, e eu estava perdido demais para corrigi-lo. Nop me lançou um olhar estranho.


– Você beijou seu noivo. E daí?


Merda. O beijo tinha fodido tanto a minha cabeça que eu me esquecera de que ele não sabia que eu desprezava a família dele.

Para ele, nosso noivado era um negócio, mas a maioria dos casamentos arranjados ainda envolvia intimidade física antes do casamento. Se não sexo, ao menos coisas simples como um beijo.


– Foi diferente dessa vez.


Eu não deveria ter feito nada daquilo. O beijo, me abrir em relação à minha família, nada. Mas fiz mesmo assim.

De alguma forma, Pete Saengtham havia se infiltrado em mim, e eu não sabia como afastá-lo sem perder um pedaço de mim mesmo no processo. Um brilho de compreensão passou pelos olhos de Nop.


– Misturando negócios com prazer. Já estava na hora.

– Olha quem está falando. - Nop achava que diversão era traduzir textos acadêmicos para o latim sem nenhum motivo além de ele ser um exibicionista e uma pessoa absolutamente entediada.

– O que posso fazer? Prefiro palavras a pessoas. Tirando você, claro.

– Claro. - Ele era muito cara de pau. – Deixa disso, Theerapanyakul – disse Nop dando uma risada. – Gostar do seu noivo não é a pior coisa do mundo.

Talvez não no mundo dele. Mas no meu era. Meus esforços em evitar Pete se desintegraram quando voltei para casa e prontamente o encontrei no hall de entrada.

– Meu Deus. O que houve?


Sua expressão horrorizado confirmou o que eu já sabia: minha cara estava destruída.

E mesmo que eu ainda tivesse alguma dúvida, o espelho pendurado em frente à porta a estilhaçou em pedacinhos. Maxilar machucado. Olho roxo. Um corte na testa.

Rei Impetuoso - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora