PETE
NÃO VOLTEI PARA A CASA DE VEGAS.
Parte de mim queria, mas não estava pronto para mergulhar de cabeça novamente tão cedo. No entanto, concordei em ter outro encontro com ele.
Três dias depois de nossa noite de cinema, chegamos a um canto tranquilo do Jardim Botânico do Brooklyn. Fazia uma tarde linda, com céu claro e sol brilhante, e o cenário do piquenique parecia saído de um conto de fadas.
Uma mesa baixa de madeira se estendia sobre uma grossa manta marfim, cercada por enormes almofadas, com luminárias de pé de ouro e vidro e uma enorme cesta de vime. A mesa em si estava posta com pratos de porcelana e um banquete que incluía baguetes, frios e sobremesas.
– Vegas – disse, sem fôlego, atordoado com a complexidade do cenário.
– O que...
– Lembrei o quanto você gosta de piqueniques. - A mão dele deslizou da minha cintura para a parte inferior das minhas costas. Um fogo correu por minha pele, afugentando o arrepio da visão à nossa frente.
– Por favor, não me diga que você fechou o jardim para isso. - A maioria dos visitantes fazia piqueniques nos gramados, mas estávamos bem no meio de um jardim de verdade.
– Claro que não – respondeu Vegas. – Só reservei uma parte dele.
A risadinha que ele deu ao ouvir o meu grunhido foi como um copo de água gelada em um dia quente, e o clima estava ótimo para relaxar quando nos acomodamos à mesa.
Foi fácil e natural, muito diferente do ar mordaz e carregado da outra noite. Ali, eu quase conseguia esquecer os problemas que nos aguardavam fora dos limites daquele exuberante jardim.
– Este encontro talvez seja o mais longo que já tive – comentei.
Havia começado com uma exposição especial no Whitney Museum, seguida de mimosas em um brunch exclusivo, e agora isso.
De cara, parecia um encontro luxuoso como qualquer outro, mas eu suspeitava que Vegas tivesse segundas intenções. Os rumores sobre nosso relacionamento e a empresa de meu pai estavam aumentando. Ao me levar para sair tão publicamente, ele estava fazendo uma declaração: nosso relacionamento seguia firme e forte (mesmo que não fosse o caso), e qualquer boato sobre mim não seria tolerado. Meu vínculo com ele era a melhor forma de proteção contra as fofocas perversas da alta sociedade. Ninguém queria irritar Vegas.
– Podemos torná-lo ainda mais longo. - O sorriso dele assentou em meu peito. Se estava chateado por eu ter rejeitado sua proposta de voltar para casa, não demonstrava. Ele não tocara no assunto desde a minha recusa.
– Quer passar a noite no interior de Nova York? Tenho um chalé em Adirondacks.
– Não force a barra. As horas extras serão descontadas do nosso próximo encontro.
– Quer dizer então que haverá um próximo encontro.
– Talvez. Depende se você vai continuar me irritando ou não. - Sua risada grave e retumbante espalhou arrepios pelas minhas costas.
– Eu não venho ao Brooklyn com frequência, mas o tenho visitado mais, já que a namorada do meu irmão mora aqui. – Ele fez uma leve careta. – Adivinha qual é o nome dela.
– Não faço ideia.
– Leaf – disse ele sem rodeios. – O nome dela é Leaf Greene - Quase engasguei com a água.
– Os pais dela têm um senso de humor peculiar. - Leaf Greene? Tipo, "Folha Verde"? Ela devia ter sofrido na escola.
– Ela tem ajudado o Macau a "trabalhar suas questões", seja lá que merda é essa. Mas ele não está nem usando cocaína nem enchendo a cara até cair em nenhuma boate, então já é um avanço. – O tom de Vegas era seco.
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Rei Impetuoso - VEGASPETE
FanfictionPete Saengtham não tem planos de se casar, mas seus pais pensam diferente. Mesmo contra sua vontade acaba indo em um jantar obrigado por seus pais, e lá conhece o frio, calculista e sem saber vingativo Vegas Theerapanyakul, que só tem um objetivo na...