Capítulo 19

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VEGAS

– UMA LIGAÇÃO DE VEGAS THEERAPANYAKUL no Dia de Ação de Graças – disse Christian, com a voz arrastada, pelo telefone. – Que honra.

– Foi você quem me mandou um e-mail primeiro no meio de um feriado nacional, Harper.


Havia me recolhido ao quarto depois de ajudar a limpar a sala de jantar. Meus pais e Macau estavam lá embaixo, mas eu não estava com humor para jogar UNO até tarde ou fosse lá o que estivessem fazendo. Meus pais continuariam sendo inconvenientes e meu irmão me perturbaria por causa de Pete. Não, obrigado.


– Ah, sim. – A voz de Christian ficou séria, um sinal de que ele estava entrando no modo negócios. – Encontramos mais um conjunto de fotos em um cofre registrado em nome de um pseudônimo. São cinco no total até agora. - Chan era um paranoico dos infernos.

– Você acha que tem mais?


Olhei para o banheiro da suíte. O som da água corrente vazava por baixo da porta fechada como um ruído branco erótico.

Pete estava lá. Molhado. Nu.

Calor e irritação percorreram meu corpo em igual medida. Virei as costas para a porta e esperei pela resposta de Christian.


– Sempre pode haver mais – disse ele. – Vamos manter isso em mente até conseguirmos confirmar exatamente quantos backups Chan tem. - Basicamente, eu estava apostando a vida do meu irmão. Poderia contestar o blefe de Chan, mas... Esfreguei o maxilar, irritado. Era arriscado demais. – Minha equipe vai continuar procurando até que você nos diga para parar. – Christian fez uma pausa. – Preciso dizer que fiquei surpreso por você não ter perguntado mais nada desde outubro. Achei que o assunto fosse mais urgente para você.

– Andei ocupado.

– Aham. – Seu murmúrio soou em um tom cúmplice. – Ou talvez você esteja se apegando à seu futuro noivo? Ouvi dizer que passaram um bom tempo sumidos no baile do Valhalla, em Nova York. - Cerrei os dentes. Por que todos estavam tão obcecados com meus sentimentos por ele?

– O que fazemos em nosso tempo privado não é da sua conta.

– Considerando que eu passo o tempo todo vigiando o pai dele porque você me pediu, em parte é da minha conta, sim. – Ouvi gelo tilintando ao fundo. – Cuidado, Vegas. Você vai precisar escolher entre ter o Pete e ter a cabeça do pai dele numa bandeja... Em termos figurativos, é claro. Não dá para ter os dois. - O chuveiro foi desligado, depois veio um silêncio e o rangido da porta do banheiro se abrindo.

– Estou ciente. Continue procurando.


Desliguei bem na hora que Pete saiu em meio a uma nuvem de vapor e fragrância adocicada. Todos os músculos do meu corpo se contraíram.

De modo objetivo, não havia nada de indecente no short e na blusa de seda que ele vestia. Era a mesma roupa que estava usando na cozinha durante o lanche da madrugada, só que dessa vez preto, em vez de rosa.

De modo não objetivo, aquela roupa deveria ser proibida. Toda aquela pele exposta não tinha como fazer bem. Independentemente do fato de que estávamos no clima tropical de Bali, a roupa era um caso de hipotermia em potencial.


– Com quem você estava falando?


Pete soltou os cabelos e passou os dedos pelas mechas escuras, que caíram em cascata por sua nuca, parecendo me implorar para envolvê-los em um punho fechado, para confirmar se eram tão macios quanto pareciam. Travei o maxilar.

Rei Impetuoso - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora