PETE
NAMORAR VEGAS ERA COMO REDESCOBRIR uma parte de mim que eu havia enterrado quando me dei conta de que meu próprio futuro não me pertencia. A parte que sonhava com romance e rosas, que não tinha medo de se abrir para um homem e acabar se apaixonando por ele só para no final descobrir que ele não era um "par adequado".
Mesmo quando namorei Heath, de quem não tinha mais ouvido falar desde o incidente do apartamento, convivia o tempo inteiro com a sensação de que estávamos fadados ao fracasso. Sabia que meus pais jamais o aprovariam e essa ideia assombrou o relacionamento como uma terceira presença entre nós.
Mas com Vegas era diferente: eu podia desfrutar de sua companhia sem me preocupar. Não só minha família o aprovava como ele realmente era... bem, simpático, depois que se via além da cara amarrada e da arrogância.
– Me dá uma dica. Prometo que não vou contar para ninguém – supliquei com um olhar de cachorrinho abandonado.
Depois de um mês, eu finalmente havia me acostumado à nossa nova dinâmica de relacionamento. Manhãs preguiçosas, noites explosivas e todos os momentos tranquilos e lindamente corriqueiros no meio disso.
Tinha até conseguido convencer Vegas a participar de uma degustação de bolos de casamento (levaríamos o confeiteiro para a Itália para o casamento), embora suas opiniões tivessem sido questionáveis, para dizer o mínimo. Ele havia gostado de todos os bolos, até mesmo do "experimental" sabor merengue de coco, que não deveria tocar as papilas gustativas de ninguém.
Pela primeira vez, eu entendia como era fazer parte de um casal de noivos de verdade, e era estranho, bonito e aterrorizante, tudo junto.
A boca de Vegas se curvou em um sorriso. Estávamos progredindo no aspecto menos caras feias e mais sorrisos. Não muito, mas um pouco. Àquela altura, eu aceitava o que me era oferecido.
– Seria um argumento convincente se a surpresa não fosse para você, mio caro – disse ele, a voz arrastada.
– Mais um motivo para você me contar. A surpresa é para mim. Não posso escolher quando e como vai ser revelada?
– Não. - Soltei um longo suspiro de sofrimento.
– Você é um osso duro de roer, Sr. Theerapanyakul. - A risada ecoou do peito dele.
– Você vai me agradecer quando chegarmos lá. É uma surpresa que precisa ser vista, não contada.
Estávamos na limusine a caminho de um encontro misterioso que ele havia planejado para nós. A julgar pela rota, estávamos indo para Upper Manhattan. Ele também me dissera para usar algo bonito mas confortável, então não deveria ser um lugar tão chique.
Será que era uma exposição privada em algum museu? Um jantar naquele novo restaurante secreto sobre o qual todo mundo vinha falando?
– Se você me contar agora, eu paro de colocar aquelas flores que você tanto odeia nos banheiros dos hóspedes – arrisquei.
– Não.
– Eu paro de roubar as cobertas.
– Não.
– Assisto a um jogo de futebol com você. Até finjo que gosto.
– Tentador – disse ele em um tom seco. – Mas não.
Estreitei os olhos. Àquela altura já não tinha mais a ver com a surpresa. Eu só queria ver se conseguia fazer Vegas ceder. Ele era irritantemente obstinado.
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Rei Impetuoso - VEGASPETE
FanfictionPete Saengtham não tem planos de se casar, mas seus pais pensam diferente. Mesmo contra sua vontade acaba indo em um jantar obrigado por seus pais, e lá conhece o frio, calculista e sem saber vingativo Vegas Theerapanyakul, que só tem um objetivo na...