Capítulo 25

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PETE


A LUZ DA MANHÃ formava sombras suaves no chão. A quietude pesava no ar e cada movimento soou alto demais enquanto eu saía lentamente da cama.

Eram 7h05, e eu não acordava tão cedo assim em um fim de semana desde quando precisei pegar o voo com destino a Eldorra para o casamento de Agnes, anos antes, mas precisava sair dali antes que Vegas acordasse.

Meus pés roçaram o tapete.


– Aonde você está indo? – O som rouco e sonolento da voz de Vegas tocou minhas costas. Congelei, meus pés mal tocando a camada tripla de pelos do tapete enquanto meu coração disparava.


Fique calmo. Fique tranquilo.

Mesmo que a voz dele tivesse despertado uma série de memórias pornográficas.

"Olhe para o espelho enquanto eu como você. Está gostando? De me ver arrombar sua bunda enquanto você lambuza meu pau inteiro?".

Um calor subiu pelas minhas bochechas, mas tentei fazer uma expressão neutra ao me virar. Vegas sentou-se recostado na cabeceira da cama, lençóis de seda cinza- escuro em torno de sua cintura. Uma grande área de pele nua se estendia desde os ombros esculpidos até a sua cintura estreita. As entradas de seu abdômen formavam uma seta sob os lençóis, como um convite para continuar de onde paramos na noite anterior.

Forcei meu olhar para cima e encontrei os olhos dele aguardando os meus. Um sorriso malicioso surgiu em seus lábios enquanto ele se inclinava para trás, exalando uma arrogância casual e pura satisfação masculina.

Desgraçado presunçoso.

No entanto, aquilo não impediu o friozinho que tomou a minha barriga.


– Tenho que ir trabalhar – respondi, sem fôlego, lembrando a pergunta dele. – Uma crise com o Legacy Ball. É urgente.

– Hoje é sábado.

– Crises não respeitam o horário comercial.


Puxei discretamente a bainha da minha camisa. Estava usando uma das antigas camisetas de faculdade de Vegas, que ficava no meio do caminho entre o indecente e o meio da coxa.

Os olhos dele se moveram para baixo e escureceram. O calor se espalhou do meu rosto para algum lugar ao sul da minha barriga.


– Talvez não, mas não é por isso que você está saindo da minha cama às sete da manhã, mio caro. - Um pouco do sono havia evaporado de sua voz, deixando para trás cetim e fumaça.

– Ah, não? – Eu soei estridente feito uma dobradiça precisando de óleo.

– Não. - O olhar dele encontrou o meu novamente. Em suas profundezas, havia um brilho desafiador. Quem está fugindo agora? As palavras implícitas se cravaram em meus ossos.

– Você queria conversar – disse ele. – Vamos conversar. Engoli o nó preso na garganta. Muito bem, então.


Havia imaginado essa conversa de um jeito um pouco diferente. Eu estaria irritado e indignado – e vestida com minha melhor roupa, claro –, não sentada na beira da cama dele, envolta no cheiro de Vegas e vestindo sua camiseta enquanto a memória de seu toque ainda estava impressa em minha pele.

Rei Impetuoso - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora