VEGAS
– O CASAMENTO SERÁ DAQUI A SEIS MESES – disse Chan. – É tempo suficiente para planejar uma festa adequada sem prolongar muito a situação. Mas o anúncio precisa ser feito imediatamente.
Ele sorriu, sem mostrar qualquer sinal do veneno escondido sob o tom e a expressão cordiais. Tínhamos passado para a sala de jantar logo após a minha chegada, e a conversa mudou de curso rapidamente, concentrando-se no planejamento do matrimônio.
Fui invadido por um sentimento de aversão. Era óbvio que ele queria que o mundo inteiro soubesse que seu filho se casaria com um Theerapanyakul o mais rápido possível.
Homens como Chan eram capazes de qualquer coisa para ascender socialmente, inclusive de reunir coragem para me chantagear dentro do meu escritório, duas semanas atrás, logo após a morte do meu avô.
A fúria voltou a queimar meu peito. Se dependesse de mim, ele não teria deixado Nova York com os ossos intactos. Infelizmente, eu estava de mãos atadas e, até encontrar uma maneira de desatá-las, precisava bancar o bonzinho. Na maioria das vezes.
– Não, seis meses, não. – Segurei a haste da minha taça de vinho e me imaginei estrangulando o pescoço de Chan. – Se eu me casar com alguém assim, do nada, as pessoas vão pensar que há algo errado. Por exemplo, que seu filho está grávido.
A insinuação deixou todo mundo desconfortável, enquanto eu mantive o rosto sem expressão e a voz entediada. Não é da minha natureza ficar me controlando. Se não gosto de alguém, faço questão de que a pessoa saiba, mas circunstâncias extraordinárias exigiam medidas extraordinárias. Chan contraiu os lábios.
– O que você sugere, então?
– Um ano é um prazo mais razoável. - Nunca seria melhor, mas, infelizmente, não era uma opção. Um ano estava bom. Era um período curto o suficiente para garantir que Chan aceitasse e longo o suficiente para eu encontrar e destruir as provas da chantagem. Se eu tivesse sorte. – O anúncio também deve vir só mais para a frente – falei. – Um mês nos dá tempo para elaborar uma boa história, considerando que seu filho e eu nunca fomos vistos juntos em público.
– Não precisamos de um mês para inventar uma história – disparou Chan. - Embora casamentos arranjados fossem comuns na alta sociedade, as partes envolvidas faziam de tudo para esconder o verdadeiro motivo por trás do acordo. Admitir que a família de alguém se unira a outra simplesmente por questões de status era considerado vulgar.
– Duas semanas – disse ele. – Faremos o anúncio no fim de semana que Pete vai se mudar para a sua casa. - Senti meu maxilar contrair. Ao meu lado, Pete ficou tenso, claramente pego de surpresa pela revelação de que teria que se mudar antes do casamento. Aquela era uma das condições impostas por Chan para ficar de boca calada, e eu já estava temendo a situação. Odeio pessoas invadindo meu espaço pessoal.
– Tenho certeza de que a sua família também iria gostar que o anúncio fosse feito o quanto antes – prosseguiu ele, enfatizando levemente a palavra família. – Não acha? - Mantive os olhos cravados nos de Chan, que desviou o olhar.
– Duas semanas, então.
A data do anúncio não importava. Eu simplesmente queria dificultar ao máximo o planejamento. O que importava era a data do casamento. Um ano. Um ano para destruir as fotos e romper o noivado. Seria um grande escândalo, mas minha reputação aguentaria o tranco. A dos Saengtham, não. Pela primeira vez naquela noite, eu sorri. Chan pigarreou.
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Rei Impetuoso - VEGASPETE
FanfictionPete Saengtham não tem planos de se casar, mas seus pais pensam diferente. Mesmo contra sua vontade acaba indo em um jantar obrigado por seus pais, e lá conhece o frio, calculista e sem saber vingativo Vegas Theerapanyakul, que só tem um objetivo na...