Capítulo 38

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PETE

– OI, PETE. O DE SEMPRE?

– Sim, por favor. São quatro – respondi enquanto a barista registrava meu pedido. Eu ia à cafeteria perto do meu escritório com tanta frequência que eles já haviam decorado meu pedido. – ObrigadO, Jen.

– Imagina – disse ela com um sorriso. – Até amanhã.

Paguei e fui até o outro balcão retirar o pedido, sem prestar muita atenção no caminho. Estava distraídO demais com a enxurrada de mensagens na tela do celular.

Meu telefone passara o fim de semana apitando. Amigos, conhecidos, colunistas sociais, todos queriam me parabenizar ou falar comigo depois do sucesso estrondoso do Legacy Ball.

A Mode de Vie o havia considerado "um dos bailes mais requintados da história da instituição" em seu resumo de domingo, então acordei naquela manhã com ainda mais mensagens lotando minha caixa de entrada. Ainda era segunda-feira e eu já tinha 22 propostas de novos clientes, cinco convites para entrevistas e inúmeros chamados para bailes, exibições e festas particulares.

Os boatos sobre os problemas envolvendo a Saengtham Jewels ainda circulavam, mas não eram suficientes para superar o prestígio de ter sido o anfitrião do Legacy Ball. Tudo isso era igualmente emocionante e exaustivo. Estava abrindo o e-mail de um cliente em potencial quando dei de cara com outra pessoa no café. A bebida espirrou de seu copo aberto, caindo em seus sapatos.

Entrei em pânico.

– Sinto muito! – disse, erguendo os olhos e esquecendo o e-mail. – Eu não queria...

Minhas desculpas morreram rapidamente quando meus olhos pousaram em um rosto familiar, com cabelo escuro e pele bronzeada. Continuei boquiaberto, mas as palavras fugiram para alguma ilha distante, tirando férias não planejadas.

– Tudo bem – respondeu Vegas, tranquilo. – Quem nunca? Foi minha culpa deixar o copo aberto com a cafeteria lotada desse jeito.

Observei, atordoado, enquanto ele pegava uma tampa do balcão e cobria o copo. Estávamos no meio da tarde, mas, em vez de terno, ele usava calças sociais pretas e uma camisa branca de botão com as mangas arregaçadas. Sem gravata.

– O que você está fazendo aqui?

Encontrei a voz em algum lugar entre as batidas aceleradas do meu coração e a secura na garganta. Era a segunda vez que fazia aquela pergunta a ele em dois dias.

Seu escritório ficava a alguns quarteirões de distância, mas havia pelo menos meia dúzia de cafeterias entre os dois pontos. Ele ergueu levemente a sobrancelha, com uma expressão brincalhona.

– Tomando café, como você.

Vegas tocou meu braço e me moveu delicadamente para o lado antes que uma loira apressada de 20 e poucos anos passasse por nós com uma bandeja de café. Se eu não tivesse saído da frente, meu vestido Diane von Furstenberg teria levado um banho. Vegas deixou a mão em meu braço por alguns segundos antes de afastá-la e estendê-la para mim.

– Aliás, meu nome é Vegas.

A sensação de seu toque ainda ardia em minha pele. Olhei para sua mão estendida, perguntando-me se ele havia batido a cabeça e desenvolvido um súbito caso de amnésia durante o fim de semana. Não consegui pensar em outra forma de responder, então segurei a mão dele e respondi, cauteloso:

– O meu é Pete.

– Prazer em conhecê-lo, Pete.

Sua palma era quente, áspera.

Rei Impetuoso - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora