Capítulo 12

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PETE


– TALVEZ VOCÊS FINALMENTE TRANSEM HOJE À NOITE. – A voz de Isabella ecoou do celular, que eu tinha apoiado contra a parede a fim de conseguir vê-la enquanto me arrumava. – A trégua não vale sem um orgasmo para selar o acordo.

Isa.

– O que foi? É verdade. Você merece um pouco de diversão depois de trabalhar tão duro nas últimas semanas. – Os cliques do teclado dela pararam e uma expressão distraída cruzou seu rosto. – Falando em diversão, qual você acha que deveria ser o método de assassinato característico do meu personagem? Veneno, estrangulamento ou o bom e velho esquartejamento com faca de açougueiro?

– Veneno. – Era o único método que não revirava meu estômago só de imaginar.

– Esquartejamento, então. Obrigada, Pe. Você é maravilhoso. Dei um suspiro.


Isabella estava sentada em seu quarto, com Monty, sua cobra de estimação, pendurada nos ombros enquanto digitava freneticamente em seu notebook. Atrás dela, uma montanha de roupas cobria a cama e meio que obscurecia o retrato a óleo de Monty que Sloane e eu tínhamos encomendado como uma piada para o aniversário dela do ano anterior.

A maioria dos escritores preferia o silêncio e a solidão, mas Isabella trabalhava melhor cercada pelo caos. Ela dizia que crescer com quatro irmãos homens mais velhos a condicionara a produzir em meio à bagunça.


– Enfim – disse ela depois de vários minutos esquartejando seus pobres personagens. – Voltando ao assunto em questão. Você precisa fazer um test drive do sexo antes de se comprometer. Não vai querer se amarrar a alguém ruim de cama. Não que eu ache que Vegas teria esse problema – acrescentou ela. – Aposto que ele fode feito...

– Para – interrompi, levantando a mão. – Nós não vamos debater as proezas sexuais do meu noivo pelo telefone. Nem nunca.

– Não tem o que debater. Vocês ainda não transaram. – As bochechas de Isabella formaram covinhas e Monty colocou a língua bifurcada para fora como se concordasse. – Vocês vão ter que fazer isso em algum momento. Se não antes do casamento, então na noite de núpcias e na lua de mel... A menos que tenham planos de ser celibatários pelo resto da vida – completou ela, franzindo o nariz.


Coloquei meus brincos em silêncio, mas uma onda de nervosismo percorreu meu estômago. Isa tinha um bom argumento. Eu estivera tão focado em planejar o casamento que não havia pensado muito no que aconteceria depois.

O leito conjugal. A lua de mel. O calor do corpo nu de Vegas contra o meu, sua boca... Fiquei com a garganta seca, e bani a imagem mental pornográfica para as reentrâncias mais sombrias de minha mente antes que ela criasse raízes.


– Vou lidar com essa questão quando chegar a hora – respondi em um tom que esperava ser convincente. – Nós mal nos conhecemos.


Minha trégua com Vegas vinha resistindo surpreendentemente bem desde nosso encontro da madrugada, na semana anterior, mas, apesar de uma conversa ou outra quando estávamos os dois em casa – um acontecimento raro devido às nossas agendas lotadas –, meu futuro marido continuava sendo um enigma.


– Não tem noite melhor do que esta para vocês se conhecerem. – Isabella se recostou e esticou os braços acima da cabeça. Um brilho malicioso iluminava seus olhos. – Tem uns cantinhos bem sensuais lá no clube.

Rei Impetuoso - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora