Capítulo 53

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Seu organismo está mais resistente aos remédios, mas Ellie finalmente dormiu.

Quando eu fui entrar no quarto de Ellie, Lizzy estava esperando do lado de fora em frente a porta. Eu pensei que ela ia entrar e ajudar a irmã a se acalmar, mas ela disse que eu deveria fazer isso.

Que eu deveria ajudar ela e que por ela sofrer muito durante o banho é melhor dormir depois na hora de fazer os curativos. Eu não ia querer fazer curativos em Ellie acordada, ela já sofreu o suficiente no hospital.

Então me entregou um remédio e disse que traria um copo de água.
Eu entrei no quarto e acalmei ela que parecia completamente transtornada de raiva. Ela está sofrendo e triste. Eu não posso fazer muito para que isso passe, mas estou pensando em todas as opções possíveis que tenho.

Agora ela dorme e seu corpo está um pouco anestesiado pelo remédio. Eu cubro seus quadris e traseiro com o lençol e a frente do seu corpo.

- Pode entrar John.

Ele entra com Lizzy e Dante no quarto. O rosto de Dante se fecha ao ver os machucados de Ellie nas costas. Dante vem até a cama e toca devagar nos cabelos dela com tanto cuidado como se ela fosse quebrar.

- Ellie... eu sinto muito. - ele fala com a voz rouca cheia de tristeza.

Ele provavelmente não tinha visto isso antes. Eu sei o quanto a culpa deve estar consumindo ele agora. Mas ele sabe que não havia nada que pudéssemos fazer, além de esperar.

Ele se afasta indo até Lizzy e abraçando ela. - Porque justo ela Lizzy? Foi minha culpa! Se eu tivesse chegado nela antes...

- Não é culpa nossa amor. Você sabe disso. Calma... ela precisa de nós agora. Vamos ajudá-la a se recuperar e aceitar tudo isso. - Lizzy acalma ele em um canto.

John coloca a mão no meu ombro.
- Precisamos fazer o curativo.

Eu aceno e ele se senta do outro lado da cama atrás dela. Eu pego Ellie virando seu corpo e apoiando sua cabeça no meu ante-braço. A frente do seu corpo está coberta e de frente para mim, assim como eu mantenho seu traseiro coberto.

Lizzy volta fungando um pouco e limpando os olhos. Ela pega um lacinho e prende os cabelos de Ellie no alto da cabeça.

- O cabelo não pode tocar. - ela fala para si mesma.

John abre às embalagens de gaze e soro fisiológico. Ele limpa e passa os remédios com a ajuda de Lizzy. Eu sinto os espasmos no corpo de Ellie, porquê mesmo um pouco anestesiada e dormindo ela sente a ardência.

Acaricio seus cabelos, rosto e braços. Tentando de alguma forma apesar de ela estar apagada, a suportar tudo isso.

Dante não fala nada do outro lado do quarto. Está sentado na poltrona de frente para nós, apenas observando e com as mãos no rosto.

É realmente difícil ver tudo isso. Ellie é tão delicada, é como uma flor que inspira cuidados e proteção. Vê- la machucada dessa forma é angustiante, e presenciar sua dor sem poder mudar nada é uma tortura diária que teremos que passar e estar com ela nos próximos dias.

Porquê aquela mulher não descontou a frustração dela em mim? Eu me pergunto isso o tempo todo e não acho uma resposta.

- Terminamos. - John fala juntando os gazes sujos de sangue e todo o resto para jogar fora.

Lizzy solta os cabelos de Ellie e os ajeita devagar, beijando a testa de sua irmã.

- Cuide bem dela. - Lizzy sussurra com os olhos cheios de lágrimas.

Dante me encara sem expressão alguma. Eu sei o que ele está sentindo. Novamente alguém próximo ao seu coração foi machucado e não há nada que ele possa fazer. Primeiro eu e agora Ellie.

Atração Sem Limites #1Onde histórias criam vida. Descubra agora