Capítulo 86

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Steven

Encaro a pequena abertura que é o que eles devem chamar de janela. O sol está se pondo. Alguns raios de sol batem no meu rosto e eu fecho os olhos sentindo o calor.

Na frente dos meus olhos fechados vejo Lizzy sentada com Ellie na grama rindo enquanto o sol também se põe.

Ouço o riso delas enquanto observo de longe e levanto meu celular para tirar uma foto. Mas eu sei que aquele momento vai ficar para sempre na minha mente.

Abro os olhos e engulo seco. Tudo isso parece ter sido em uma outra vida. Com outra pessoa que não era eu. Até mesmo posso ouvir Lizzy me dizendo, que tudo que é bom dura apenas um momento.

Foi por isso que aceitou fazer uma besteira tão grande como casar com outra pessoa Lizzy? E todo amor que sentia por Dante? Eu fui seu amigo por uma vida inteira, não merecia saber que você pretendia fazer?

Lembrar dos olhares de canto silenciosos que ela me dava todos os dias, parecendo querer alguma coisa é torturante. Me acostumei com o conforto de uma vida boa. No fundo sabia que alguma coisa ia acontecer, mas não quis parecer o único a considerar o pior.

Não que eu tenha esquecido de como a vida já foi um dia, mas não quis pensar em Lizzy e Ellie vivendo toda a desgraça pelas quais já passamos.

Dobro meus joelhos e apoio meus braços neles. O sol vai embora e eu conto o dia de número dois. O que me espera é algo bem pior do que ficar preso. Mas morrer não me assusta. E sim o que farão comigo antes.

Vão querer me torturar e tirar tudo que sei sobre Nick, os motoqueiros e Max.

Encosto minha cabeça para trás. Não há mais como fugir disso. Não tem mais como me esconder da polícia. Se esse é o preço por meus pecados então devo pagar por eles. Dói saber que todos sofreram comigo e que para alguns vai ser mais difícil do que para outros.

O olhar de Alex cheio de raiva, dor e inconformado que não tenha conseguido me salvar, é a prova de que eles não vão deixar isso para lá.

Sinto muito Alex. Mas é aqui que acaba para mim.

(...)

Meu rosto vira com a força do soco que o diretor de Polícia desfere no meu rosto.

O desgraçado me tirou da cela no meio da noite e me arrastou para uma solitária com outros quatro policiais sem uniforme. Eles me amarraram e estão me batendo à mais ou menos duas horas. Eles se chamam pela primeira letra do nome, com certeza para que eu não saiba seus nomes.

Como se isso fosse me impedir de gravar seus rostos.

O policial chamado L segura meu cabelo e puxa minha cabeça para cima, me forçando a encarar ele.

- Você vai nos dizer onde seu chefe guarda ás armas ou isso vai ficar muito pior para você.

Eu seguro uma risada. Ele aperta os lábios. - Qual é a graça?

Dou de ombros. - Vocês são os palhaços. Me diz você.

Ele sorri e soca meu queixo de novo.

Ele segura meus cabelos. - Você gosta de apanhar então?! Hã? São tão doentes ao ponto de gostar de levar na cara?! Qual seu problema?!

Sorrio e encaro ele. - Vocês são entediantes! Acha que só porque tirou sangue de mim, vai me assustar e me fazer falar? Você não é homem, nem policial e nem merda nenhuma. É só pedaço de lixo que bate mais fraco do que a minha irmã! O soco de uma criança dói mais.

Ele range os dentes e levanta o braço para outro soco, mas o diretor de Polícia segura ele. - Chega dessa palhaçada L!

Ele afasta o policial e me encara. Acende um cigarro e dá uma tragada. - Eu sei qual é a sua Miller.

Atração Sem Limites #1Onde histórias criam vida. Descubra agora