Em uma pequena cidade do Tennessee, Ruby Mae Caldwell busca um recomeço, deixando para trás a vida agitada da cidade grande. Lá, ela conhece Elijah Walker, um fazendeiro reservado e determinado, que a contrata para trabalhar em sua fazenda, mesmo du...
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ELIJAH
Eu não conseguia parar de pensar nela. Ruby. Mesmo depois de alguns dias, sua imagem não saía da minha cabeça. A dança, os olhos dela fixados nos meus, a sensação de tê-la nos meus braços – tudo ainda estava muito vívido, como se fosse ontem. Cada passo, cada movimento, como se ela tivesse se encaixado perfeitamente na minha vida, uma vida que nunca imaginaria que fosse tocar de uma forma tão intensa.
Naquele dia, após a festa, senti algo mexer dentro de mim, algo que eu não podia ignorar. Mas, com o passar dos dias, fui me afastando da fazenda. Eu não queria ficar perto dos outros funcionários, não queria ver Ruby – pelo menos, não até entender o que eu estava sentindo. Quando o vi, depois de nossa dança, meu coração batia de forma acelerada, e eu não sabia o que aquilo significava.
Abel, meu irmão mais novo, logo percebeu que eu estava diferente. Ele é observador, e quando quer saber algo, não hesita. A manhã começou como qualquer outra, mas, durante o café, ele me olhou de maneira direta, seus olhos penetrantes.
— Você está diferente, Elijah. — Ele falou, as palavras soando mais como uma constatação do que uma pergunta. — Você tem se afastado da fazenda. Não tem passado tanto tempo com os outros. O que está acontecendo?
Eu respirei fundo, tentando não demonstrar o turbilhão que eu estava sentindo por dentro. A última coisa que eu queria era falar sobre isso. Abel sempre teve essa maneira de me fazer pensar nas coisas de forma mais clara, mas eu não estava preparado para revelar o que eu estava passando.
— Eu não sei, Abel. — Foi tudo o que consegui responder, minha voz mais baixa do que eu gostaria. — Acho que só preciso de um tempo sozinho.
Ele não insistiu, mas eu sabia que ele não ia deixar isso passar. Eu também não queria que ele soubesse da verdade. Eu estava tentando não admitir nem para mim mesmo, muito menos para ele, mas Ruby estava mexendo comigo de uma forma que eu não sabia lidar. Ela me tirava da minha zona de conforto de uma maneira que eu nunca imaginaria que poderia acontecer.
Decidi sair de casa mais tarde, precisava de ar, e o melhor lugar para respirar fundo era na fazenda. Eu andava pelas terras, tocando as cercas, inspecionando os campos, mas minha mente estava longe. Até que, de repente, ouvi o som familiar dos cavalos. Algo me puxou até o estábulo, e lá, perto do cercado, eu a vi.
Ruby estava sozinha, acariciando os cavalos com uma calma que me surpreendeu. Havia algo tão sereno nela quando estava com os animais, como se ela estivesse em sintonia com a natureza, com a terra. Eu me aproximei em silêncio, observando-a por um momento antes de dar um passo à frente.
— Você gosta de cavalos, então? — Perguntei, minha voz suave para não assustá-la.
Ela se virou lentamente, surpresa por me ver ali, mas logo um sorriso apareceu em seu rosto, aquele sorriso simples e genuíno que sempre fazia algo dentro de mim se aquecer.
