Em uma pequena cidade do Tennessee, Ruby Mae Caldwell busca um recomeço, deixando para trás a vida agitada da cidade grande. Lá, ela conhece Elijah Walker, um fazendeiro reservado e determinado, que a contrata para trabalhar em sua fazenda, mesmo du...
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RUBY
Os dias depois da conversa com Elijah no bar foram... diferentes. Ainda estava tentando processar tudo o que ele havia dito, tentando reorganizar as emoções que aquela conversa tinha desencadeado. O trabalho no bar continuava o mesmo, mas havia algo na maneira como as pessoas falavam que me deixava um pouco mais leve. As fofocas sobre Sarah ter sido expulsa da fazenda estavam por toda parte, e, embora tentasse manter um rosto neutro, por dentro me sentia um pouco... feliz. Não sabia se era errado me sentir assim, mas era como se um peso estivesse saindo lentamente do meu peito.
Naquela noite, saí do bar um pouco mais cedo. Já estava escurecendo, e o ar fresco da noite de outono parecia me abraçar enquanto caminhava até a pensão. As ruas estavam tranquilas, as luzes dos postes lançando sombras suaves no chão. Quando me aproximei da pensão, notei que algo estava diferente.
Havia uma movimentação incomum ali, várias luzes acesas e um cheiro forte de tinta no ar. Parei ao ver uma equipe de trabalhadores uniformizados espalhados por toda a área. Alguns estavam em escadas, pintando as paredes desgastadas da pensão, enquanto outros carregavam materiais de construção. Fiquei completamente surpresa, tentando entender o que estava acontecendo.
Foi então que vi uma figura familiar no meio do caos: Abel, o irmão de Elijah, conversando com um dos trabalhadores. Ele parecia estar coordenando a equipe, com a mesma expressão calma que Elijah às vezes tinha, mas com um sorriso fácil no rosto. Ele me viu parada ali, provavelmente com uma expressão de choque no rosto, e se aproximou.
— Ruby! — Abel me cumprimentou com um sorriso caloroso. — Boa noite!
— Boa noite... Abel — respondi, ainda tentando entender o que estava acontecendo. Olhei ao redor, vendo o quanto eles estavam trabalhando. — O que é tudo isso?
Abel deu uma risadinha, como se achasse graça na minha expressão surpresa. — Estamos ajudando na reforma da pensão. O telhado, as paredes... tudo que precisa de conserto.
— Mas... — Olhei para os homens uniformizados novamente. — Quem está pagando por tudo isso?
Abel fez uma pausa, o sorriso diminuindo um pouco, mas não desaparecendo. — Elijah. Ele mandou todos os funcionários da fazenda para cá, para garantir que o serviço seja feito rápido e bem-feito. Ele quis ajudar. Não sei se ele te contou ou se você sabia...
Minhas sobrancelhas se ergueram de surpresa, e senti um calor inesperado no peito. Elijah tinha feito isso? Ele tinha mandado a equipe da fazenda para ajudar na reforma da pensão? Fiquei sem palavras por um momento, uma mistura de emoções borbulhando dentro de mim.
— Ele... ele fez isso? — perguntei, mais para mim mesma do que para Abel.
Abel assentiu. — Sim. Ele quer ajudar, mesmo que de longe. Sabe, Ruby, ele se sente mal por tudo que aconteceu. Talvez isso seja uma maneira dele tentar compensar. — Ele deu de ombros, mas havia um brilho sincero em seus olhos.
