Twenty-four

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RUBY

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RUBY

Entrar no quarto de Elijah era como atravessar uma porta que levava a um mundo de memórias. Tudo parecia tão familiar e, ao mesmo tempo, carregado de um sentimento novo, como se os dias longe dele tivessem deixado uma marca em mim. A sensação de estar de volta me trouxe uma alegria que eu não conseguia esconder, mesmo que soubesse que nosso acordo ainda não era perfeito.

Elijah segurou minha mão e nos conduziu até o cômodo, como se cada passo ali estivesse nos levando de volta a algo que nunca realmente deixamos para trás. A cama estava perfeitamente arrumada, mas eu podia lembrar de todas as vezes em que as cobertas haviam se enrolado em nós durante as noites. Eu me lembrava de como, às vezes, ficávamos deitados na varanda, conversando até o céu escurecer por completo, as estrelas aparecendo uma a uma, enquanto o som da fazenda ao longe nos envolvia.

— Ainda se lembra de quando a gente vinha pra cá só pra falar sobre tudo e nada? — perguntei, a voz carregada de nostalgia. Elijah virou-se para me olhar, e um sorriso suave brincou em seus lábios.

— Como se eu pudesse esquecer — ele respondeu, os olhos brilhando. — Você adorava deitar na rede e fingir que não estava com sono, só pra ficar ouvindo meus planos absurdos para o futuro.

Ri ao ouvir isso, porque era verdade. Eu amava escutar as ideias loucas dele, mesmo aquelas que pareciam impossíveis. Ele tinha uma forma de sonhar que sempre me fazia acreditar que qualquer coisa era possível. E, por mais que nunca tivéssemos definido o que éramos um para o outro, havia algo especial em estar ali, no coração daquele lugar que parecia pertencer tanto a nós dois.

O quarto também tinha seus segredos, lembranças que eu ainda guardava com carinho. As mãos bobas que se entrelaçavam durante a madrugada, o calor de estarmos tão perto e a sensação de que, se quiséssemos, poderíamos construir algo maior. Mas, naquela época, nem eu nem ele estávamos prontos para assumir o que nossos corações gritavam em silêncio.

Lembrei das vezes em que falávamos sobre um possível relacionamento no futuro, como duas crianças sonhando com algo que ainda parecia distante demais. Elijah dizia que precisávamos de tempo, de paciência, e eu concordava, mesmo sem saber o que o tempo traria.

— Eu me sinto feliz por estar aqui de novo — confessei, sentindo meu coração se acalmar. — Mas é engraçado como essas lembranças podem ser doces e, ao mesmo tempo, me fazer querer mais.

Elijah se aproximou, a mão dele tocando meu rosto com delicadeza. O toque fez meu coração acelerar, uma resposta automática à proximidade que nunca deixava de ser eletrizante.

— A gente sempre quis mais, Ruby. Mas agora... agora acho que estamos prontos pra aceitar que nada disso é simples.

Assenti, sentindo os olhos arderem com a emoção. Estar com Elijah de novo era como recuperar algo que eu havia perdido, mas agora com a consciência de que ainda tínhamos muito a descobrir juntos. E, por mais que não fosse fácil, havia algo profundamente bonito em tentar.

𝐓𝐄𝐍𝐍𝐄𝐒𝐒𝐄𝐄 𝐖𝐇𝐈𝐒𝐊𝐄𝐘Onde histórias criam vida. Descubra agora