Thirty-seven

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ELIJAH

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ELIJAH

O céu sobre a fazenda era de um azul profundo, sem uma única nuvem. A brisa suave fazia as flores silvestres ao redor do altar balançarem, espalhando um perfume leve e refrescante. Tudo estava perfeito, e mesmo com a simplicidade que Ruby e eu havíamos planejado, cada detalhe exalava amor e dedicação. Era o dia do nosso casamento, e meu coração estava a mil.

O altar tinha sido montado no meio do gramado, com um arco de madeira decorado com flores colhidas da fazenda. Abel, meu irmão e meu padrinho, estava ao meu lado, ajeitando os punhos da sua camisa e tentando disfarçar a emoção que eu sabia que também o atingia. A outra madrinha, Liza, nossa amiga de longa data, sorria com o olhar brilhante.

— Cara, você está tremendo — Abel disse, um sorriso brincando em seus lábios enquanto me observava com aquela expressão fraterna de sempre.

— Eu não estou tremendo, só... — Respirei fundo, esfregando as mãos nervosamente. — Estou esperando pela minha vida inteira.

Abel riu e deu um tapinha forte no meu ombro, o tipo de apoio que só irmãos sabem dar. E embora eu estivesse mais nervoso do que em qualquer outro momento da minha vida, também estava absurdamente feliz. Tínhamos planejado uma cerimônia íntima, com apenas os mais importantes. A prioridade era o amor e a companhia de quem mais significava para nós.

Os convidados se levantaram, e a música suave começou a tocar. Virei-me, e ali, no fim do corredor improvisado, estava Ruby. Ao seu lado, caminhava Betty, a senhora que a acolheu quando ela mais precisou, segurando-a de forma protetora e amorosa. O simbolismo daquele gesto não passou despercebido. Betty, com seus cabelos brancos e um sorriso que irradiava doçura, parecia estar entregando Ruby ao seu futuro com orgulho.

Minha visão embaçou de lágrimas que eu tentava segurar a todo custo. Ruby estava deslumbrante, como um sonho em seu vestido branco simples, mas encantador. O tecido fluía ao redor dela como um rio sereno, e seu cabelo estava preso em um coque delicado, com pequenas flores enfeitando os fios soltos. Eu sabia que nunca esqueceria aquela visão, nunca esqueceria o jeito que ela me olhava, com uma mistura de amor e esperança que me deixava sem ar.

Quando ela e Betty chegaram até mim, a senhora beijou a testa de Ruby com carinho e sussurrou algo que só ela ouviu. Então, Ruby ficou diante de mim, seus olhos brilhando com as mesmas lágrimas de felicidade que preenchiam os meus.

— Você está... perfeita — consegui dizer, a voz falhando enquanto segurava suas mãos.

— E você está chorando, cowboy — Ruby sussurrou, rindo e me provocando, como sempre fazia. Seu sorriso era tudo que eu precisava.

O celebrante começou a cerimônia, mas eu mal ouvia as palavras. Meu coração estava em um ritmo frenético, pulsando com cada emoção que já senti. Segurei as mãos de Ruby com mais força, e quando chegou a hora dos votos, respirei fundo, tentando reunir as palavras que havia ensaiado mil vezes, mas que agora pareciam tão pequenas perto do que eu sentia.

𝐓𝐄𝐍𝐍𝐄𝐒𝐒𝐄𝐄 𝐖𝐇𝐈𝐒𝐊𝐄𝐘Onde histórias criam vida. Descubra agora