Twenty two

53 14 0
                                    

ELIJAH

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

ELIJAH

O último mês foi um turbilhão de sentimentos conflitantes. Desde o momento em que Ruby foi embora, eu não consegui me encontrar. O peso da minha própria culpa parecia me esmagar, e a saudade de uma coisa que eu nunca pensei que fosse perder me consumia cada dia mais. Eu tinha feito um desastre de tudo — e agora não sabia nem por onde começar a arrumar os pedaços.

Sarah estava na minha casa, e eu estava na casa do Abel, meu irmão. Eu sabia que ele não era a melhor companhia para o que eu estava vivendo, mas pelo menos lá eu podia ficar longe do lugar que me lembrava Ruby. O cheiro da casa, os lugares onde ela e eu costumávamos conversar, até a porção de espaço que ela ajudava a preencher. Tudo parecia estar me sufocando. Eu sentia a presença dela a cada canto da casa, e eu não tinha forças para encarar isso de frente.

Abel sempre foi a pessoa mais prática da família, então ele me deixava em paz quando eu precisava e tentava me dar conselhos quando ele sentia que eu estava perdido demais. Acontece que, nos últimos dias, ele já não me dizia mais nada. Ele não precisava dizer. A frustração em minha cara era suficiente para ele entender que não estava bem.

Eu não sabia por que ainda estava tão mal. Ruby não estava mais na minha vida, eu não tinha feito nada para evitar que ela fosse embora, mas parecia que eu estava preso no passado. Estava preso nos meus próprios erros e na dúvida de se eu poderia, ou não, ter feito algo para mudar tudo.

Os dias estavam se arrastando, e minha cabeça não parava. Eu nem queria sair da cama. Durante a noite, me revirava de um lado para o outro, tentando dormir, mas sempre acordava no meio da madrugada, com a mente cheia de lembranças da última vez que estive com Ruby. O beijo que trocamos, o abraço que ela me deu antes de sair. Eu me perguntava se tinha sido o suficiente. Se ela sabia o quanto eu me importava com ela, se eu havia feito o suficiente para mostrar o que realmente sentia. As palavras que eu nunca consegui dizer, os gestos que não fiz, o tempo que perdi — tudo se repetia na minha mente como um filme sem fim.

Eu não conseguia trabalhar. Não conseguia pensar em nada além dela, do que havia perdido e do que deveria ter feito para evitar a separação. As visitas a fazenda pareciam ainda mais insuportáveis, o som da sua ausência era mais alto do que qualquer outra coisa.

Sarah ficava lá, se fazendo de vítima, e eu estava mais do que cansado disso. Eu não queria estar perto dela. Não aguentava mais as constantes lembranças de tudo o que Sarah havia sido na minha vida. Ela era parte do meu passado, mas de alguma forma, ela ainda estava me puxando para trás, me impedindo de seguir em frente.

Eu tentava focar no trabalho, mas era inútil. A fazenda estava ali, as tarefas se acumulando, mas meu coração estava em outro lugar, tentando voltar no tempo, tentando recuperar algo que eu sabia que não poderia. As pequenas coisas que fazia para tentar me distrair, o barulho do vento nas árvores, os gritos dos animais, não importavam. Nada se comparava ao vazio que eu sentia sem ela. Sem Ruby.

𝐓𝐄𝐍𝐍𝐄𝐒𝐒𝐄𝐄 𝐖𝐇𝐈𝐒𝐊𝐄𝐘Onde histórias criam vida. Descubra agora