𝐓𝐄𝐍𝐍𝐄𝐒𝐒𝐄𝐄 𝐖𝐇𝐈𝐒𝐊𝐄𝐘

Epilogue

RUBY

A música ecoava suavemente pela sala, envolvente e familiar, cada nota carregando consigo memórias de amor, de tudo o que passamos e construímos juntos. Tennessee Whiskey era a nossa música, a melodia que falava do que nós éramos: uma mistura de força, doçura e uma confiança que só o tempo pôde lapidar. O aniversário de quatro anos de casamento tinha chegado, e estávamos comemorando da forma mais simples e perfeita, do jeito que nós sempre imaginamos.

Elijah segurava minha mão, os olhos castanhos fixos nos meus, um sorriso suave se espalhando em seus lábios. Ele me puxou para mais perto, a outra mão em minha cintura, e nos movemos lentamente pela sala, dançando como costumávamos fazer, antes de termos os gêmeos, antes de a vida se tornar uma jornada com tantos momentos novos e inesperados.

— Ainda somos bons nisso, hein, meu amor? — ele murmurou, a voz baixa e cheia de carinho.

— Claro que sim, meu amor — respondi com um sorriso, encostando minha cabeça em seu ombro. — Você ainda é o meu parceiro de dança preferido.

As crianças não resistiram por muito tempo a ver os pais dançando e, em poucos segundos, Matteo e Olívia estavam dançando ao nosso redor, rindo com aquela alegria contagiante que só as crianças têm. Matteo puxava meu vestido enquanto Olívia balançava os bracinhos para que Elijah a pegasse no colo. Pop, nossa Golden Retriever, corria ao redor deles, latindo alegremente e acrescentando ainda mais felicidade ao momento.

— Papai, dança comigo! — pediu Olívia, erguendo os braços.

Elijah sorriu, agachando-se para pegá-la no colo, enquanto Matteo, sempre cheio de energia, pulava e ria, tentando imitar os movimentos do pai.

— Vamos, mocinho, sua vez — disse eu, pegando Matteo pela mão e girando com ele. Ele riu alto, os olhos brilhando de alegria, e meu coração se encheu de amor.

A sala estava cheia de risadas e da energia dos nossos filhos, e a bagunça era a mais bonita que eu já tinha visto. Almofadas caídas no chão, brinquedos espalhados, e a luz suave do abajur iluminando os sorrisos de todos nós. A vida que construímos era cheia de pequenos momentos assim, instantes que, mesmo simples, faziam tudo valer a pena.

Depois de horas de dança e brincadeiras, era hora de acalmar a euforia dos pequenos. Elijah e eu carregamos Olívia e Matteo, que agora estavam quase dormindo de exaustão, para os quartos. Colocamos cada um em sua cama, cobrindo-os com os cobertores favoritos. Olívia abraçou seu ursinho de pelúcia, e Matteo fechou os olhos com um sorriso no rosto.

Elijah se abaixou, beijando a testa de Matteo, enquanto eu fazia o mesmo com Olívia. Nós ficamos um momento parados, observando nossos filhos adormecidos, sentindo aquele amor incondicional e indescritível. Quando saímos do quarto, fechamos a porta suavemente e trocamos um olhar que dizia tudo: estávamos gratos. Imensamente.

Voltamos para o nosso quarto, a casa agora mergulhada em silêncio, exceto pelo leve farfalhar do vento lá fora e os suaves suspiros de Pop, que dormia enrolada no tapete ao pé da cama. Elijah me puxou para mais perto, o corpo dele colado ao meu, e caímos na cama juntos, deitados de lado, com os rostos quase tocando.

Ele traçou o contorno do meu rosto com os dedos, um gesto que sempre me fez sentir querida, protegida. Seu olhar estava cheio de amor, o mesmo amor de quando nos conhecemos, mas agora mais profundo, mais forte, moldado por cada experiência que compartilhamos.

— Você acredita que já se passaram quatro anos? — ele perguntou, a voz baixa e suave, como se estivesse temendo quebrar o encanto da noite.

Eu sorri, encostando minha testa na dele.

— Às vezes parece que foi ontem, outras vezes parece que passamos uma vida inteira juntos. Mas cada segundo valeu a pena, Elijah. Tudo isso... — Olhei ao redor, como se estivesse incluindo a casa, os gêmeos, e até mesmo Pop, no que estava dizendo. — ... é mais do que eu sonhei.

Elijah me puxou mais para perto, os braços firmemente ao meu redor, e eu senti a segurança que ele sempre me dava. Nossas pernas estavam entrelaçadas, e o calor da pele dele era reconfortante, como o lar que encontramos um no outro.

— Eu sei que não é sempre fácil, Ruby. A fazenda, as crianças, o trabalho... Mas você é minha maior bênção. Nossa família é a minha vida. — Ele fez uma pausa, os olhos marejados de emoção. — Eu faria tudo de novo, sem pensar duas vezes.

Eu acariciei o rosto dele, sentindo a barba rala sob meus dedos. O amor que sentia por Elijah era infinito, um amor que crescia todos os dias, mesmo nas pequenas coisas, nos momentos em que ele me ajudava sem eu precisar pedir, ou quando ele sorria para os nossos filhos como se eles fossem o maior milagre do mundo.

— Eu também faria tudo de novo — sussurrei, minha voz carregada de emoção. — Porque não importa o que a vida traga, enquanto eu tiver você, tudo ficará bem.

Ficamos em silêncio por um momento, apenas aproveitando a companhia um do outro, sentindo a respiração sincronizada, nossos corações batendo juntos. Eu fechei os olhos, absorvendo cada segundo daquele momento, o peso leve da mão dele segurando a minha, o jeito como o seu polegar desenhava círculos lentos na minha pele.

A lua cheia iluminava o quarto através da janela, e o mundo lá fora parecia distante, irrelevante. O que importava estava ali, nos braços um do outro, cercados por amor, pela vida que construímos juntos.

— Feliz aniversário de casamento, meu amor — ele disse, beijando minha testa.

— Feliz aniversário,cowboy — respondi, retribuindo o beijo com ternura. — Que venham muitos.

Deitados ali, entrelaçados, a sensação de gratidão era esmagadora. Sabíamos que a vida sempre teria desafios, mas também sabíamos que tínhamos um ao outro, e isso tornava tudo possível.

Nossa jornada foi cheia de riscos e sacrifícios, mas, ao final, tudo o que precisávamos estava ali, na simplicidade do nosso amor, no riso dos nossos filhos, na paz da nossa fazenda. O lar que criamos era mais do que um lugar; era um sentimento, uma certeza de que, não importa o que viesse, estaríamos juntos.

E assim, sob a luz da lua e o amor que nos unia, dormimos abraçados, sabendo que o melhor ainda estava por vir.