Forty

44 7 0
                                    

RUBY

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

RUBY

Era um dia como qualquer outro, ou pelo menos parecia ser. O sol ainda estava baixo no horizonte, tingindo o céu com uma cor dourada suave que indicava que mais um dia na fazenda estava prestes a começar. Eu estava na cozinha, preparando o café da manhã, os cheiros familiares de ovos, bacon e café fresco preenchendo o ar. Elijah estava ali, como sempre, apoiado na bancada, observando-me com um sorriso preguiçoso enquanto se preparava para começar o dia. Estávamos casados há sete meses, mas parecia que nossa vida juntos era uma sequência interminável de momentos especiais, de alegrias compartilhadas e risos tranquilos.

Mas, nos últimos dias, algo estava começando a incomodar meu estômago. Eu tinha tentado ignorar os pequenos enjoos que vinham de repente, como se meu corpo estivesse tentando me dar um aviso. Às vezes, era só uma onda de náusea, algo que passava rapidamente se eu fizesse uma pausa e respirasse fundo. Mas havia algo estranho nisso tudo, algo que eu não podia ignorar, embora tentasse. Não queria admitir, não queria que ele começasse a pensar sobre isso, nem que me pressionasse para fazer um exame. Afinal, ainda era cedo, e talvez fosse só algo passageiro.

Eu tinha uma vida sexual ativa com Elijah, e, ao longo desses meses de casados, nossa relação estava mais forte do que nunca. A vida íntima estava maravilhosa. Havia cumplicidade, carinho e muito amor entre nós. Mas também havia uma rotina, que, por mais prazerosa que fosse, não deixava de ser uma constante. Então, a ideia de que pudesse estar grávida ainda não fazia sentido para mim. Embora isso fosse algo que eu queria, não estava pronta para pensar sobre isso agora. A fazenda estava crescendo, nossos negócios estavam prosperando, e os planos para o futuro estavam apenas começando a se moldar. Eu queria que, no momento, tudo fosse focado no que estávamos construindo juntos.

Ao lado de Elijah, eu me sentia viva, poderosa e decidida, mas também ciente de que havia algo, mesmo que pequeno, que estava me fazendo questionar se as coisas poderiam mudar repentinamente.

Eu continuei com a rotina do dia, evitando que ele percebesse o desconforto que eu estava sentindo. Quando ele se aproximou para me dar um beijo no topo da cabeça, como costumava fazer todas as manhãs, eu pude perceber uma leve preocupação em seus olhos.

— Está tudo bem, meu amor? — ele perguntou suavemente, e eu me virei, tentando sorrir da forma mais natural possível.

— Sim, claro — respondi, forçando a leveza em minha voz. — Só uma manhã cansativa, sabe? O café me anima.

Ele não parecia completamente convencido, mas não disse mais nada. Havia algo em seu olhar que dizia que ele sabia que algo não estava completamente certo, mas ele também não queria me pressionar. Elijah sempre teve essa forma de ser: atento, mas nunca invasivo. Eu sabia que ele estava começando a desconfiar de algo. E, embora eu não quisesse ser tão óbvia, eu sabia que ele era mais inteligente do que eu pensava.

De qualquer forma, o dia prosseguiu, e mais uma vez, eu consegui esconder os pequenos momentos de náusea. Quando eu estava no escritório, ele passou mais tempo ao telefone, lidando com o crescimento das operações da fazenda. Já estávamos falando seriamente sobre expandir a produção de uísque, o que nos empolgava imensamente. Tínhamos uma visão grande para a fazenda, e esse era o nosso próximo passo.

Eu me lembrei da reunião que tivemos na semana passada com os engenheiros que estavam nos ajudando a expandir a destilaria. Era um projeto enorme. A ideia de ampliar a produção de uísque seria um marco para nossa fazenda. Durante essa reunião, discutimos os detalhes da infraestrutura, o aumento da produção de grãos necessários e a construção de novos barris. Tudo estava sendo meticulosamente planejado. O espaço da destilaria seria ampliado para atender a nossa visão a longo prazo de expandir o mercado, tanto nacional quanto internacional.

Elijah estava animado. Ele sempre foi ambicioso, e esse novo passo só intensificou sua paixão pelo que fazíamos.

— linda, imagina... Se conseguirmos colocar esse plano em ação, podemos não só ampliar o nosso mercado, mas também nos posicionar como referência de qualidade. O que você acha? — ele perguntou, com aquele brilho no olhar que eu tanto amava.

Eu estava igualmente animada. A fazenda tinha sido uma herança de sua família, e a ideia de expandir era uma forma de mostrar que podíamos torná-la ainda mais grandiosa, algo que ele sempre sonhou. A produção de uísque estava começando a ganhar a atenção que merecia, e, com o meu auxílio nas finanças e na parte administrativa, estávamos tomando decisões estratégicas para garantir que tudo fosse feito com o máximo de cuidado.

— Eu acho uma ideia incrível, amor. Nós já temos uma base sólida. Vamos expandir com inteligência. Precisamos garantir que a qualidade continue impecável — respondi, tentando, ao mesmo tempo, equilibrar a empolgação com a realidade de que tínhamos uma grande responsabilidade nas mãos.

À medida que discutíamos os planos, uma leve sensação de ansiedade me invadiu. Será que seria o momento certo para ter um filho? Ou deveríamos esperar? Não era algo que eu tinha decidido conscientemente, mas agora, com tantos projetos em andamento, não sabia se era o momento para que nossa vida mudasse com a chegada de uma criança.

Eu estava tão absorvida em nossos planos, que nem percebi quanto tempo passou. Quando olhei para o relógio, já era hora de jantar. Elijah estava ao telefone novamente, discutindo mais detalhes da expansão, enquanto eu tentava colocar meus pensamentos em ordem.

Eu estava dividida entre os planos para o futuro da fazenda e a ideia de uma possível gravidez. Era confuso, mas eu sabia que, independentemente do que acontecesse, eu tinha Elijah ao meu lado. Ele era o melhor parceiro que eu poderia ter em qualquer aspecto da vida.

Jantamos juntos, como sempre, e ele tentou me fazer rir com suas piadas engraçadas sobre como ele imaginava que seria engraçado criar um bebê na fazenda. Ele sempre dizia que os filhos seriam ótimos para a fazenda, talvez até futuros donos da destilaria. Eu ri, mas lá no fundo, meu coração disparava só de pensar em como nossas vidas poderiam mudar em um piscar de olhos.

O final da noite chegou rapidamente, e, quando nos deitamos, Elijah me abraçou, como sempre fazia, me envolvendo em seus braços fortes.

— Você está bem, minha linda? — ele perguntou mais uma vez, agora mais suave. Eu sabia que ele sentia que algo não estava certo.

Eu fiquei em silêncio por um momento, refletindo sobre tudo o que estava acontecendo, mas então, me virei para ele, sorrindo suavemente, para garantir que ele não se preocupasse.

— Sim, só cansada. Só isso — respondi, beijando-lhe o peito, sentindo a familiaridade de sua presença.

Mas, no fundo, eu sabia que precisava encarar minha própria verdade. Eu só não sabia como isso mudaria tudo.

𝐓𝐄𝐍𝐍𝐄𝐒𝐒𝐄𝐄 𝐖𝐇𝐈𝐒𝐊𝐄𝐘Onde histórias criam vida. Descubra agora