Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
⭐️
O som suave da chuva batendo contra as janelas do meu apartamento em Nova York parecia refletir o caos na minha cabeça. Eu estava encolhida no sofá, um cobertor jogado sobre as pernas e meu laptop fechado ao meu lado. A página de fofocas ainda estava na minha mente, mesmo que eu tivesse tentado ignorá-la o máximo possível.
As palavras haviam me atingido como um soco: Carlos Sainz, recém-saído do GP do México, visto em uma balada, acompanhado por mulheres misteriosas. Não havia fotos explícitas, apenas especulações. Mas, mesmo assim, era como uma traição direta à confiança que tínhamos construído nos últimos sete meses.
Sete meses de uma relação que eu preferia manter em segredo, distante dos holofotes e da curiosidade sufocante da mídia. Eu havia sido cuidadosa, protegendo o que sentia por ele como se fosse um segredo precioso. E agora, com um artigo, tudo parecia estar desmoronando.
Meu celular vibrava pela décima vez, iluminando a tela com o nome dele. Eu olhei, mas a dor no meu peito era mais forte do que a vontade de atender. Mensagens também não faltaram: algumas longas, outras curtas, mas todas não lidas. Eu sabia que estava fugindo, mas também sabia que não estava pronta para ouvir suas desculpas.
Eu estava prestes a desligar o telefone quando ouvi algo inesperado: a campainha. Meu coração parou, e eu levei um momento para processar o que estava acontecendo. Quem poderia ser? O prédio tinha segurança, ninguém poderia entrar sem ser anunciado.
— Madison! — a voz era inconfundível, mesmo abafada pela porta. Meu estômago deu um nó.
Levantei-me do sofá lentamente, o cobertor caindo no chão. Minha cabeça girava. Eu abri a porta, e lá estava ele, molhado da chuva, os cabelos bagunçados e os olhos escuros cheios de urgência. Ele estava aqui. Em Nova York.
— O que você está fazendo aqui? — minha voz saiu trêmula, mas firme.
Carlos passou a mão pelo cabelo molhado, tentando se acalmar, mas a tensão no seu rosto era clara. — Eu vim porque você não atende minhas ligações, não responde às mensagens... e porque preciso falar com você. Precisava ver você.
Cruzei os braços, sentindo uma onda de emoções conflitantes. — Veio me dizer que é tudo um grande mal-entendido? Que a mídia inventou tudo, como sempre?
— Não! — ele deu um passo à frente, mas parou, como se não quisesse me assustar. — Não é isso, Madison. Eu... Sim, eu estava lá, mas não da forma como estão dizendo. Fui comemorar com alguns amigos da equipe, sim, mas nada além disso aconteceu. E eu te juro, não havia nada de íntimo com aquelas mulheres.
Eu respirei fundo, tentando manter a compostura. Era difícil, especialmente quando ele estava tão perto, com os olhos suplicantes que me desarmavam. — Carlos, você sabe que... — minha voz quebrou. — Eu confiei em você. Sete meses disso, dessa coisa entre nós, de manter tudo em segredo para proteger o que tínhamos.
Ele deu outro passo à frente, e desta vez não me afastei. — Eu sei. Eu nunca quis que nada disso te machucasse. Você é a pessoa mais importante para mim.
O silêncio que se seguiu parecia interminável. Finalmente, ele falou, a voz mais suave. — Me deixa explicar melhor, por favor. Não aqui na porta, mas... me deixa entrar.
Olhei para ele, para os olhos sinceros e a expressão vulnerável, e finalmente me movi para o lado, deixando-o entrar. Enquanto ele entrava, o peso do que estávamos prestes a conversar se assentou no ar, mas havia uma parte de mim, uma pequena parte, que queria acreditar. Que ainda acreditava nele.
Carlos entrou no apartamento com passos cautelosos, como se sentisse o peso do ambiente carregado de incertezas. Ele parou no meio da minha sala, e por um instante parecia fora de lugar, o piloto famoso que, sob as luzes dos paddocks, sempre parecia confiante e intocável, mas aqui, agora, era apenas um homem vulnerável e desesperado para consertar algo que parecia estar se desfazendo.
Ele se virou para mim, e sua expressão estava marcada pela sinceridade, algo que fazia o nó na minha garganta apertar ainda mais. Eu fiquei parada perto da porta, tentando manter alguma distância, mas o vazio entre nós parecia maior do que nunca.
— Eu sei que te decepcionei — ele começou, a voz baixa e controlada. — Sei que essa não é a primeira vez que uma história assim aparece, mas... eu nunca, jamais, faria algo que pudesse te ferir desse jeito.
As palavras dele pairaram no ar, mas eu não respondi imediatamente. Em vez disso, sentei-me no sofá, puxando o cobertor para mais perto de mim, como se fosse um escudo contra as emoções que lutavam para sair. Ele hesitou, e então, com uma expressão de quem sabia que precisava continuar, se aproximou.
— Por favor, acredita em mim, Madison. Eu fui para aquela festa porque, sim, eu precisava aliviar a tensão depois da corrida. Mas minha cabeça estava em você. Eu não estava pensando em outra coisa senão em quando te veria de novo.
Olhei para ele, meus olhos ardendo com lágrimas que eu não queria deixar cair. — Então por que não me chamou, Carlos? — perguntei, minha voz saindo mais magoada do que eu queria. — Por que não fez isso de uma maneira que me incluísse?
Ele se ajoelhou na minha frente, ficando na mesma altura que eu. — Eu deveria ter feito isso. — Seus olhos me procuraram, com um arrependimento tão genuíno que eu quase acreditei. — Eu não queria te expor, não queria que nossa relação fosse colocada sob o microscópio da mídia. Você me disse que queria proteger isso, e eu respeitei.
— Mas proteger isso às vezes parece que estamos nos escondendo — sussurrei, finalmente deixando as lágrimas caírem. — E isso dói. Saber que qualquer notícia, qualquer escândalo, pode fazer tudo parecer instável.
Carlos levantou a mão, hesitando antes de pousá-la no meu rosto, como se estivesse pedindo permissão. Quando não me afastei, ele gentilmente limpou uma lágrima que escorria pela minha bochecha. — Eu nunca quis te fazer sentir assim. Se você quiser, podemos tornar tudo oficial, agora, sem segredos. Estou pronto para isso, se você estiver.
Senti meu coração vacilar com a ideia. Tornar tudo oficial, estar sob o olhar atento da mídia e dos fãs... mas também significava que ele estava disposto a assumir o que tínhamos de uma forma mais sólida.
Ele continuou, a voz ainda carregada de emoção. — Eu vim até aqui porque você significa mais para mim do que qualquer coisa. Eu quero consertar isso, Madison. Me diz o que eu preciso fazer.
Por um momento, deixei o silêncio se instalar, apenas sentindo a presença dele tão perto. Eu não sabia se estava pronta para uma decisão definitiva, mas ver Carlos ali, depois de ter cruzado o oceano só para tentar consertar as coisas, mexeu comigo de uma maneira que não podia ignorar.
— Preciso de tempo para pensar — eu disse, finalmente. — Mas obrigada por ter vindo até aqui.
Ele assentiu, os ombros relaxando levemente, como se apenas ser ouvido já fosse um alívio. — Vou te dar todo o tempo que precisar — prometeu.
O momento era agridoce, cheio de incertezas, mas também de uma pequena faísca de esperança. E, mesmo que ainda houvesse feridas a curar, havia também o desejo de tentar encontrar o caminho de volta um para o outro.