Cuarenta

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Tema: recaída.

Tema: recaída

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Era uma tarde quente de verão em Madrid, e o barulho da cidade ecoava pelas ruas movimentadas. Carlos Sainz estava na entrada do restaurante, esperando por alguns amigos, quando viu Sn ao longe. Ela estava sozinha, olhando seu celular, e sua presença imediatamente fez seu coração bater mais forte. Por mais que tentasse fingir que estava tudo bem, ainda sentia uma atração imensa por ela, uma atração que nunca desapareceu, mesmo depois do término.

Sn, por outro lado, estava fazendo de tudo para não demonstrar o quão nervosa se sentia ao vê-lo. Ela sorria e cumprimentava os amigos com a mesma energia de sempre, mas no fundo, o olhar de Carlos sempre a fazia perder o foco. Eles haviam terminado meses atrás, mas a química entre os dois era inegável. Tentaram seguir em frente, tentar ser amigos, mas toda vez que se viam, as coisas ficavam complicadas.

— Carlos! — Sn sorriu, tentando parecer natural, mas sabia que ele perceberia a tensão em sua voz.

Ele sorriu de volta, mais do que o necessário. As palavras saíram da sua boca como se fossem algo que ele já havia dito milhares de vezes, mas, por dentro, ele se sentia completamente diferente.

— Ei, Sn! Como você está? — Carlos perguntou, tentando disfarçar o fato de que seu coração estava batendo mais rápido do que o normal.

Eles trocaram alguns cumprimentos e se sentaram à mesa com os amigos, mas o clima estava tenso. Ambos fingiam que não havia nada além de amizade entre eles. Quando seus olhos se encontraram, houve um momento de silêncio, um breve instante em que o mundo parecia desaparecer e tudo o que restava era o vínculo inquebrável entre os dois.

O jantar foi animado, mas o silêncio entre Carlos e Sn só aumentava. Eles riam, conversavam, mas cada palavra parecia carregar uma carga emocional que não podiam ignorar. Era como se, ao mesmo tempo em que estavam tentando seguir em frente, ainda havia algo em cada um deles que não conseguia deixar o outro ir.

Mais tarde naquela noite, o grupo foi a um bar para continuar a diversão. As risadas e a música alta misturavam-se no ar, criando uma sensação de liberdade, mas quando Carlos e Sn se encontraram no meio da pista de dança, não puderam negar o desejo que ainda pairava entre eles. Eles se encararam por um longo segundo, como se o mundo tivesse desacelerado ao seu redor. Não havia palavras, apenas uma troca silenciosa de sentimentos não resolvidos.

— Eu sei o que você está pensando... — Sn murmurou, sorrindo de forma desafiadora, tentando esconder a tensão no seu olhar.

Carlos se aproximou, e ela sentiu seu coração disparar com a proximidade. Ele parecia calmo, mas ela sabia que ele estava tão afetado quanto ela.

— Então me diga o que estou pensando. — Ele sussurrou de volta, seus olhos fixos nos dela.

Ela deu um sorriso curto, mas não respondeu. Ambos sabiam onde aquilo estava indo. Não havia necessidade de palavras.

Carlos, com a confiança de sempre, colocou a mão nas costas de Sn, levando-a até uma área mais reservada do bar. Sem um plano concreto, apenas sabiam que não conseguiam mais se controlar. Quando chegaram a uma pequena varanda silenciosa, o ar fresco da noite os envolveu, mas a temperatura entre eles estava a mil graus.

Sn olhou para ele com um misto de insegurança e desejo.

— Carlos, não podemos fazer isso. — Ela disse, com a voz quase inaudível.

Mas as palavras dela eram frágeis e ele sabia que era apenas uma resistência momentânea. Sem dizer mais nada, ele a puxou para mais perto e, em um movimento inesperado, seus lábios se encontraram com os dela. O beijo foi intenso, como se ambos tivessem estado esperando aquele momento por meses. Foi um beijo que falava mais do que palavras poderiam expressar, com uma mistura de arrependimento, paixão e saudade.

Aquele beijo, claro, não foi o fim da história. Eles continuaram, como se o que tivessem passado não tivesse existido, ou talvez o que tivessem passado fosse o que os conectava de volta.

Carlos deslizou as mãos pela cintura de Sn, sentindo sua respiração cada vez mais pesada. Quando ele a afastou um pouco para olhar em seus olhos, ela não sabia o que dizer. A verdade era que, por mais que tentassem ser fortes e seguir em frente, havia algo incontrolável entre eles, uma força que os puxava de volta.

— Eu não quero que você pense que é só... — Carlos disse, tentando organizar as palavras, mas Sn o interrompeu.

— Eu sei... Eu sei. — Ela respondeu, tocando suavemente seu rosto. — Mas isso não pode continuar, Carlos. Não podemos continuar assim.

Carlos suspirou profundamente, sem saber o que dizer. Ele sabia que ela estava certa, mas a sensação de tê-la em seus braços era tudo o que ele queria naquele momento. Eles estavam quebrando todas as regras, estavam se permitindo mais uma vez.

— Eu só... — ele começou, mas Sn colocou um dedo nos lábios dele, pedindo silêncio.

— Vamos esquecer por um momento, só essa noite. — Ela disse, com um sorriso triste, antes de se afastar.

Eles não precisavam de palavras. Ambos sabiam que o que acontecia entre eles era complicado, mas não podiam negar a atração, a ligação profunda que tinham. Aquela noite foi uma mistura de sentimentos conflitantes, uma lembrança de tudo o que haviam sido e tudo o que ainda poderiam ser.

Quando a festa terminou, Carlos e Sn se despediram dos amigos e saíram juntos, em silêncio, para a rua vazia. Nenhum dos dois falou sobre o que aconteceu naquela noite. Sabiam que, no fundo, as recaídas continuariam a acontecer, mas também sabiam que algo precisava mudar entre eles.

Enquanto caminhavam lado a lado, com as mãos entrelaçadas de forma inconsciente, Carlos se virou para ela.

— Eu sei que temos nossos erros. — ele disse, com uma voz suave, mas cheia de sinceridade. — Mas você sempre será importante para mim, Sn.

Ela sorriu com tristeza, sentindo uma dor profunda dentro de si.

— Eu também sinto isso, Carlos. Mas talvez seja hora de a gente aprender a deixar ir.

E assim, mais uma vez, eles se viraram, se afastando um do outro, sem saber o que o futuro reservava, mas conscientes de que, apesar de todos os erros, o amor entre eles jamais seria apagado.

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