Sesenta y cuatro

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Tema: Ele e o filho de vocês com ciúmes de você.

Era uma tarde tranquila na casa de Carlos e Sn

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Era uma tarde tranquila na casa de Carlos e Sn. O som baixo da música favorita de Sn tocava ao fundo enquanto ela terminava de organizar a sala. Carlos, por sua vez, estava na cozinha preparando um café. Apesar dos anos que haviam passado, eles ainda carregavam o mesmo amor intenso e companheirismo que os uniu tão cedo na vida.

Agora, com 33 e 34 anos, ambos tinham se acostumado a equilibrar os desafios de terem sido pais tão jovens. Bento, o único filho do casal, já estava com 16 anos. Ele era a perfeita mistura dos dois: o sorriso de Sn e o olhar intenso de Carlos.

Mas naquela tarde, o som repentino da porta batendo com força tirou os dois da serenidade. Bento entrou em casa, com o rosto vermelho de raiva e os passos pesados. Ele largou a mochila no chão da entrada, ignorando completamente os pais, e subiu as escadas pisando forte.

— Bento? — Sn chamou, franzindo a testa. — O que aconteceu?

Carlos olhou para a esposa e depois para as escadas.

— Vou falar com ele — disse, deixando o café de lado e seguindo atrás do filho.

Quando Carlos abriu a porta do quarto de Bento, encontrou o garoto deitado na cama, encarando o teto com um olhar sombrio.

— Ei, o que foi, campeão? — Carlos perguntou, entrando no quarto e sentando-se na cadeira da escrivaninha.

Bento suspirou, mas não respondeu de imediato. Ele parecia estar travando uma batalha interna, sem saber se deveria desabafar.

— Bento, o que aconteceu? — Carlos insistiu, desta vez com mais firmeza, mas também com preocupação no olhar.

Finalmente, o garoto se virou para o pai.

— Eu descobri que meus "amigos" só iam lá em casa por causa da mamãe — ele disse, o rosto queimando de vergonha e raiva. — Eles não gostam de mim de verdade, só acham a mamãe "bonita demais pra ser mãe".

Carlos arqueou as sobrancelhas, sentindo um misto de surpresa, ciúmes e irritação.

— O quê? — ele perguntou, a voz um pouco mais alta do que pretendia. — Quem são esses moleques?

— Não importa, pai. Já mandei eles se afastarem — Bento respondeu, sentando-se na cama com os braços cruzados.

Nesse momento, Sn apareceu na porta do quarto, preocupada.

— O que está acontecendo aqui?

Carlos olhou para ela, ainda processando a informação.

— O Bento descobriu que os "amigos" dele só iam até nossa casa por causa de você — ele disse, o ciúme transparecendo em seu tom.

— O quê? — Sn perguntou, chocada.

— Pois é, mamãe. Parece que você é jovem demais e bonita demais pra ser minha mãe — Bento respondeu, o tom carregado de ironia.

Sn suspirou, entrando no quarto e sentando-se ao lado do filho.

— Meu amor, sinto muito que você tenha passado por isso — ela disse, segurando a mão dele. — Mas você sabe que isso não tem nada a ver com você, certo? Esses garotos eram falsos, e você merece amigos que gostem de você pelo que você é.

— Mas é humilhante, mãe. Eles só vinham aqui pra ver você! — Bento respondeu, ainda emburrado.

Carlos cruzou os braços, claramente incomodado.

— Isso também é falta de respeito comigo — ele murmurou. — Esses moleques têm sorte de você não ter me contado antes, Bento.

Sn lançou um olhar repreendedor para Carlos.

— Não é hora pra ciúmes, Carlos.

— Como não? Você acha que é fácil ouvir isso? — ele respondeu, indignado.

Bento, apesar de todo o mau humor, soltou uma risadinha ao ver o pai tão afetado quanto ele.

— Não acredito que você tá com ciúmes também, pai.

— Claro que estou! Você acha que eu gosto de saber que esses moleques ficam babando pela sua mãe? — Carlos respondeu, arrancando mais risadas do filho.

Sn suspirou, balançando a cabeça, mas também sorriu.

— Vocês dois são impossíveis.

Ela se virou novamente para Bento.

— Ouça, meu amor. Eu sei que não é fácil ser filho de pais jovens, e talvez isso chame a atenção das pessoas, mas isso não muda o quanto você é especial. Você é inteligente, engraçado, e eu tenho certeza de que vai encontrar amigos de verdade, que te valorizem.

Bento olhou para a mãe, começando a relaxar.

— É, talvez você tenha razão.

Carlos se levantou e bagunçou o cabelo do filho.

— Ela sempre tem razão. E se algum desses "amigos" aparecer por aqui de novo, eu mesmo vou cuidar disso, entendeu?

Bento riu e empurrou a mão do pai.

— Tá bom, pai.

Mais tarde, naquela mesma noite, enquanto Bento estava no quarto jogando videogame, Carlos e Sn estavam na sala, conversando baixinho.

— Você acredita nisso? — Carlos perguntou, ainda chateado.

Sn riu, segurando as mãos do marido.

— Carlos, eles são adolescentes. É normal se impressionarem.

Ele suspirou, mas depois deu um pequeno sorriso.

— Bom, você realmente é linda demais pra ser mãe de um garoto de 16 anos.

Sn riu, balançando a cabeça.

— E você é um pai ciumento demais.

— Sempre vou ser — ele respondeu, puxando-a para mais perto e beijando sua testa.

E enquanto eles ficavam ali, abraçados, sabiam que, apesar dos desafios, a família que construíram juntos era a coisa mais preciosa de suas vidas.

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