Fui atrás de Maggie, depois de tudo isso, eu continuo entediada. Como não a achei, fui para o mesmo lado que eu tinha ido na madrugada de hoje.
Deitei na mesma grama, e como já era o sol da tarde, umas três horas, tornava o azul do céu, um azul que não queimaria meus olhos se eu olhasse para cima. Fechei os olhos, mas ainda sentia um pouco da claridade batendo em minhas pálpebras.
Dois minutos depois, senti uma sombra em cima de mim. Abri os olhos e imediatamente eles se direcionaram a um par de piscinas cristalinas, Xerife em miniatura.
-Carl? - Estranhei.
-Oi. - Ele disse até que normal, se deitou do meu lado.
-O que houve? - Estranhei o seu comportamento, ele riu de leve.
-Nada, é que você disse para começaremos do zero... Então...
-Ah... Lembrei. - Sorri sem graça. - Aquela nuvem parece um porco... - Disse boba.
-Não não parece. - Ele me respondeu, então estava prestando atenção?...
-E o que parece?
-Um dragão.
-É mas ele tá sem uma perninha. - Agora pareci uma criança. - E tá tosco...
Ele riu de novo de leve. Por que sempre leve?
Continuamos a conversar sobre diversos assuntos, era muito bom passar 5 minutos perto de Carl sem ser consumida pela vontade de estrangula-lo. Ele é muito melhor calmo.
-Carl. - O chamei, viramos nossas cabeças para que pudéssemos nos ver.
-Fala.
-Como era sua vida antes "disso" tudo?
Sua expressão séria voltou, acho que descobri um ponto fraco. "Um", se ele tiver outros...
-Acho que a vida de todo mundo era melhor antes "disso". - Voltou o olhar para o céu.
-A minha não. - Disse sem demonstrar sentimentos.
-Lamento... Pelos seus pais
-Eu... - Suspirei. - Eu também lamento pela sua mãe.
Depois disso foi como se o assunto tivesse morrido, ficamos num silêncio nem constrangedor, nem agradável. Era desconfortável.
Vi os portões sendo abertos, e em seguida Michonne passou por ele, montada num cavalo e guardando sua Katana.
-Por que ela sai? - Perguntei só pra puxar assunto.
É claro que alguém tem que sair pra buscar alimentos,comida e tals. Apoiei meus cotovelos na grama, Carl fez o mesmo.
-Ela, Daryl e mais um pessoal saem uma vez por semana pra buscar suplementos. - Não falei? Ele se levantou. - Vamos.
Ele foi tão doce e gentil, que nem me ajudou a levantar.
-Ei! - Gritei, ele não estava muito longe. - Seja cavalheiro. - Estendi meu braço, ele entendeu o que eu quis dizer.
Ele riu, novamente, de leve. Por que eu sismo tanto em esperar mais do que um riso de leve?!?
-Para de ser preguiçosa! - Gritou e voltou a andar.
Com muito esforço, consegui me levantar.
-Isso vai ter volta, Grimes! - Gritei indo para perto dele e de Michonne. - O que tem aí? - Perguntei olhando por cima de seu ombro.
-Gibis. - Michonne respondeu, indo guardar o cavalo.
-Posso ver? - Perguntei e Carl me deu alguns.
Superman, Batman, Liga da Justiça... Já tinha ouvido falar, mas nunca tinha lido uma revistinha, ou visto um filme, ou qualquer coisa que seja.
-Hum...Er...Ahm... - Não sabia o que dizer.
-Nunca leu alguma?
-Eu já tinha ouvido falar, mas não. Nunca li. - Passei a mão no braço..
-Eu te empresto algumas, mas...
-Carl! - Rick o chamou.
Ele virou pra mim com um olhar de "desculpa".
-Vai, depois eu te vejo. - Eu disse e ele correu até o pai, com as revistinhas e tudo.
Voltei para dentro da prisão, quando estava mais ou menos perto da minha cela, ouvi um choro de bebê. Então tem crianças aqui?!?!
Sai correndo igual à uma desesperadas, e a medida que os choros ficavam mais altos, mais distante da minha cela eu ficava.
Fiquei ofegante, e nada de achar a cela da criança. Até que me viro e dou de cara com uma menina loira de mais ou menos uns 19,20,21 anos, segurando uma bebê chorando.
-Você é nova? - Perguntou acalentando a bebê, para que ela parasse de chorar.
-Sou. - Sorri. - Cheguei ontem. Eu sou Katy.
-Eu sou Beth. - A loira sorriu de volta, a bebê chorou mais alto.
-Eu posso segurar? - Ela me entregou a bebê chorosa.
Comecei a cantar uma musiquinha de ninar bem baixinho no ouvido da criança, aos poucos, seu choro foi cessando.
Eu sou apaixonada por criança ♥_♥
-Você é boa com crianças. - Beth disse.
-Obrigada, eu gosto. - Acalentei a bebê um pouco mais. - Qual o nome dessa princesinha?
-Judith. - A voz do xerife em miniatura me respondeu, ele moleque é ninja :V
-Oi Carl. - Beth sorriu.
-Oi. - Disse sem sorrir. Certo.... - Beth, a Maggie tá te chamando lá em baixo.
-Tá bom. - Beth disse e saiu saltitante.
-Judith, você é uma fofaaaa! - Disse colando seu rostinho no meu, pude ouvir sua risadinha fofa.
Não tem nada mais alegre do que cachorros e crianças, são meus pontos fracos ><
-É a minha irmã. - Carl falou.
-Sério?! - Ele assentiu.
Entreguei Judith ao irmão, quando ele a ajeitou no colo, pude ver seus olhinhos fechados e ouvir o barulinho de sua respiração serena. Não acredito, eu fiz uma criança dormir.
-Aí meu Deus, eu fiz uma criança dormir?! - Perguntei chocada.
-Por que tanta surpresa? - Perguntou entrando numa cela, onde tinham umas coisinhas de bebê, e colocou a Judith num berço que tinha lá.
-Eu nunca consegui fazer uma criança dormir...Eu acho isso fofo. - O acompanhei.
-Vai ser difícil pra ela se acostumar com esse mundo. - Ele disse encarando Judith no berço.
-É difícil para todos se acostumar com esse mundo... - Meu assunto acabou, odeio quando isso acontece.
-Pode ir, eu vou ficar vigiando ela. - Ele disse se deitando numa das camas do beliche e abrindo seu gibi.
-Okay... - Sai da cela.
Minha cela ficava a minha direita, fui para a esquerda porque uma luz estranha me chamou atenção. Eu tenho muita coragem de ir explorar uma prisão imensa cheia de zumbis -.-'
Até que no fim do corredor, achei uma janela com as barras bambas. Só com um chute, eu quebrei as barras, a janela era tão grossa que eu podia sentar. Eu tinha a visão da floresta de trás da prisão, era lindo a visão do momento, o pôr do sol.
Por um momento, eu esqueci de toda a minha vida antes disso, e de toda a minha vida no momento, eu não pensei em absolutamente nada.
Por quanto tempo será que essa paz vai durar?
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Your Smile // Carl Grimes
Horror"Quando você acha que já se perdeu, e que é o fim, a vida te prega uma peça é te dá uma saída." -Vem comigo! - Insisti. -Isso é encrenca. - Falou sério. -Mas e daí? Quem se importa?! -Eu me importo! -Vem comigo ao menos essa noite. Vamos, você...