54.

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-ACORDAAAAA!!! -E aquele grito me despertou.

Acordei tão assustada que acabei caindo da cama de cima, ou seja, meu rosto e corpo estava praticamente no chão.

-Mas o que que...?-Eu levantei calmamente do chão.

-VOCÊ DEVE SER A KATY! -Uma garota falou, gritando meu nome em um megafone.

-Ah! -Tapei os ouvidos. -Sou sim, mas..
Quem diabos e você?!

-Meu nome é Karine! -Ela jogou o megafone pra longe, agarrando minhas mãos e as balançando pra cima e pra baixo, sem parar.

-E como você sabe meu nome? -Perguntei soltando suas mãos.

-Ah,tem uma tal de Estela atrás de você. Falando nisso, já deve ser sete horas em Marte! Que dia será na China? Mas pera, por que será que cangurus não voam?! Meu Deus, eu preciso de lápis de cor! -Ela passou a mão na testa.

-Você está bem?

-Sim, por que?

-Porque você não está falando coisa com coisa. -E eu achando que não havia ninguém mais doida do que eu.

-Ah eu sou assim mesmo. -Ela deu de ombros.

Karine era alta, de cabelos loiros com pontas roxas. Seus olhos eram um verde acinzentado, magra e mais ou menos da minha altura. Ela me parecia tão doidas que a logo que a vi de cara, lembrei do chapeleiro maluco.

-Katy, você vem? -Ela tirou meus devaneios.

-Ah... Claro. -Falei.

Aquele ginásio ficava bem ativo pela manhã. Garotos e garotas, a aquela hora do dia, já zanzavam por todos os lados segurando armas improvisadas, roupas, entre outras coisas.

Armas improvisadas...

-Fabricam armas por aqui? -Perguntei a Karine, que brincava de marchar a minha frente.

-Pedimos as encomendas ao Papai Noel e ele nos entrega através das cegonhas.

-Karine!! -A repreendi. -Estou falando sério.

-Aaaffffs, tá! Se você prefere o jeito realístico, chato e sem graça. Sim, são armas improvisadas. Nossa governanta acha que aprender a lutar é essencial, desde cedo. Por isso, vai ser comum você ver pessoas da nossa idade andando por aí segurando armas feitas a mão, como...

-ARCO E FLECHA!! -Aquela voz aguda de Estela, preencheu meus ouvidos.

-É a Estela! -Gritei, assim correndo para fora do ginásio, e com Karine me seguindo.

Olhei um pouco ao meu redor, mais pessoas desconhecidas e nada com caras de simpáticas. Andei mais um pouco, ouvindo risadas e gritinhos de Estela.

Mas o que que aquela tonta já estaria aprontando?!

-Ela tá lá! -Katrine apontou.

Olhei para a direção, Estela estava estava segurando um arco e tentava disparar uma flecha. Mais a frente, havia um alvo 🎯 pregado numa árvore que ali tinha.

-Ela tá com o Leon. -Karine se manifestou.

-Não fale nomes de pessoas aleatórias que eu não conheço. -Falei.

Andamos até para mais perto, o tal de Leon estava escorado em outra árvore. Observando e falando para Estela, o que ela devia fazer.

-Tela! -Gritei para ela, a mesma se assustou e acabou soltando a flecha. Ela errou o alvo.

-Errei. -Suspirou.

-Ninguém acerta de primeira mesmo. -O tal Leon falou.

-Oi Leon! -Karine cumprimentou, ele acenou.

Your Smile // Carl Grimes Onde histórias criam vida. Descubra agora