24.

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-Estela... -Disse calma e dei um passo,ela disparou um tiro pra cima, recuei e eu e Carl fizemos sinal de rendição.

-Onde conseguiu essa arma? -Carl perguntou.

-Calado... -Ela estava de dentes trincados e olhos marejados.

-O que tá acontecendo?Pensei que fossemos amigas.

-Katy,você não entende! -As lágrimas começaram a cair do rosto dela. -Eu não quero fazer isso, acredite.

-Você não precisa fazer isso... -Eu dialogava com ela, enquanto Carl ficava apenas observando.

-Você não tá no meu lugar-Continuava apontando a arma,mesmo chorando. -Não tá na minha situação, não sabe o que eu passei...

-Então me explica,o que tá acontecendo...

Ela me encarou, suspirei fundo esperando ela falar algo. Mas não aconteceu.

-Katy, você iria me achar doida...

-Eu não tô aqui pra te julgar! Tô aqui pra ajudar! -Levantei o tom de voz.

-Você não entende! -Chorou.

-Como sabe se não me explica?Talvez eu entenda... -Ela não abaixou a arma,em momento.

-Estela, você tá parecendo tão neurótica quanto o governador...-Ela sabia de quem eu estava falando.

Assim como Carl me contou essa história, eu contei pra ela.

-EU ERA A FILHA DO GOVERNADOR! -Ela gritou chorosa, eu e Carl nos entreolhamos incrédulos.

-O que houve? -Agora ele perguntou.

-Meu pai dava mais atenção pra Penny, mesmo depois de morta... Eu e minha mãe já estávamos preocupadas, e quando ele conheceu o Rick,depois de todas as revoltas,ele estava ficando paranóico... Aí minha mãe descobriu que ele o traía com uma loira...

-Andrea. -Carl murmurou.

-Então saímos de WoodBury, a procura de qualquer local. Achamos Alexandria depois de um tempo,então eu descobri que o governador não era meu verdadeiro pai. Era esse que está atrás de vocês... -Nos viramos, o zumbi ainda tentava nos alcançar.

Enquanto Estela falava,ela não nos encarava. Focava o olhar em outras direções, e ainda sim não abaixava a arma. Mas se olhasse bem, ela estava tremendo e ainda estava com os olhos meio embargados.

-Eu me apeguei muito rápido a ele, e no dia em que ele foi mordido. Eu decidi o deixar aqui... Eu não o matei,o deixei se transformar nisso... -Mais lágrimas.

-Quem matou sua mãe?... -Perguntei calma.

-Eu que matei a minha mãe! -Gritou, como se odiasse. -Eu não sei o que aconteceu naquele noite... Ela não sabia sobre o que tinha acontecido, então ela ouviu um barulho e desceu pra cá, ela ameaçou contar pra Diana. Ela estava assustada... Eu acho que fiquei cega depois disso,só me lembro de ter cravado uma faca no seu pescoço, ter chorado a noite toda e na manhã seguinte, eu já não tinha mais mãe...

Ela olhava o além como se estivesse revivendo aquela noite de novo.

-E nos matar vai trazer sua mãe de volta? -Pisei bem forte no pé de Carl, pela grosseria.

-Não. Mas vocês vão contar, e não posso deixar isso acontecer.

-Por que acha que iríamos contar?

-Pelo mesmo motivo de você achar que eu estou ficando louca.

-Estela,essas coisas não querem nada a não ser um pedaço de nós. É só simplesmente mata-lo, porque se você não o matar, um dia ele te mata.

Tá, eu fui meio insensível porque realmente ela se apegou muito a aquele bicho. Mas,por favor, você passa a vida se protegendo dessas coisas, pra no final virar "amiguinha" de uma deles.

-Katy,eu tava sozinha... Com medo, apavorada, sem ninguém... Sozinha.

-Quando isso aconteceu eu também fiquei assim, mas não desisti.

-Não se trata de desistir e sim de superar!

-Então supera! -Ela me olhou incrédula. -Você não tá mais sozinha, eu tô aqui com você...

Eu me aproximei, ainda um pouco assustada mas eu confiava nela. Agarrei suas mãos e abaixei lentamente a arma.

-Tá na hora de acordar... -Falei.

Ela suspirou algumas vezes antes de me abraçar apertado.

-Obrigada... -Sussurrou.

-Então, se as duas já acabaram a conversa. Podemos matar essa coisa? -Carl falou.

Estela queria,mas não conseguia. Dava pra perceber porque ela estava nervosa.

-É só atirar... -Sussurrei.

Ela respirou fundo,ergueu a arma e atirou.

-Como se sente?

-Um pouco chateada... Mas eu vou ficar bem. -Assegurou.

-Katy, precisamos ir. -Carl me lembrou.

-Eu vou dormir aqui hoje. -Abracei Estela de lado.

-O que está acontecendo aqui?!

Olhamos pra cima e vimos a dona da voz, Diana.

[...]

Nervosismo. Isso que eu estou sentindo. Fomos "pegos"

Acontece que aquele tirou pro alto que a Estela deu, chamou a atenção do pessoal de Alexandria. E quando não acharam nem eu, nem Carl, eles começaram a nos procurar.

-Parece que está tentando fazer algum feitiço. -Nick falou pelo fato de eu estar esfregando minhas mãos de parar.

-Eu tô muito nervosa. -Diana ouviu nos três, um por um, e agora estava ouvindo Estela.

-Não vai acontecer nada. -Me tranquilizou.

-Assim espero. -Queria falar com Carl, mas Rick estava com ele.

-Aquela não é a sua amiguinha? - A bruxa apareceu ao meu lado.

-Calada, eu já estou bastante nervosa. -Não a encarei.

-Lembra que eu disse que um dia sua hora chegaria? -Deu uma pausa. -Ela chegou. - Sorriu cínica.

-O que? -Nick me impediu de segui - la, ela foi em direção de Diana e Estela.

Me soltei e andei apressadamente até as duas para ouvir a conversa.

-Eu sei o que fazer. -Marianne sorriu, eu e Estela nos entreolhamos.

-O que? -Diana perguntou.

-Uma execução!

Your Smile // Carl Grimes Onde histórias criam vida. Descubra agora