-Estela... -Disse calma e dei um passo,ela disparou um tiro pra cima, recuei e eu e Carl fizemos sinal de rendição.
-Onde conseguiu essa arma? -Carl perguntou.
-Calado... -Ela estava de dentes trincados e olhos marejados.
-O que tá acontecendo?Pensei que fossemos amigas.
-Katy,você não entende! -As lágrimas começaram a cair do rosto dela. -Eu não quero fazer isso, acredite.
-Você não precisa fazer isso... -Eu dialogava com ela, enquanto Carl ficava apenas observando.
-Você não tá no meu lugar-Continuava apontando a arma,mesmo chorando. -Não tá na minha situação, não sabe o que eu passei...
-Então me explica,o que tá acontecendo...
Ela me encarou, suspirei fundo esperando ela falar algo. Mas não aconteceu.
-Katy, você iria me achar doida...
-Eu não tô aqui pra te julgar! Tô aqui pra ajudar! -Levantei o tom de voz.
-Você não entende! -Chorou.
-Como sabe se não me explica?Talvez eu entenda... -Ela não abaixou a arma,em momento.
-Estela, você tá parecendo tão neurótica quanto o governador...-Ela sabia de quem eu estava falando.
Assim como Carl me contou essa história, eu contei pra ela.
-EU ERA A FILHA DO GOVERNADOR! -Ela gritou chorosa, eu e Carl nos entreolhamos incrédulos.
-O que houve? -Agora ele perguntou.
-Meu pai dava mais atenção pra Penny, mesmo depois de morta... Eu e minha mãe já estávamos preocupadas, e quando ele conheceu o Rick,depois de todas as revoltas,ele estava ficando paranóico... Aí minha mãe descobriu que ele o traía com uma loira...
-Andrea. -Carl murmurou.
-Então saímos de WoodBury, a procura de qualquer local. Achamos Alexandria depois de um tempo,então eu descobri que o governador não era meu verdadeiro pai. Era esse que está atrás de vocês... -Nos viramos, o zumbi ainda tentava nos alcançar.
Enquanto Estela falava,ela não nos encarava. Focava o olhar em outras direções, e ainda sim não abaixava a arma. Mas se olhasse bem, ela estava tremendo e ainda estava com os olhos meio embargados.
-Eu me apeguei muito rápido a ele, e no dia em que ele foi mordido. Eu decidi o deixar aqui... Eu não o matei,o deixei se transformar nisso... -Mais lágrimas.
-Quem matou sua mãe?... -Perguntei calma.
-Eu que matei a minha mãe! -Gritou, como se odiasse. -Eu não sei o que aconteceu naquele noite... Ela não sabia sobre o que tinha acontecido, então ela ouviu um barulho e desceu pra cá, ela ameaçou contar pra Diana. Ela estava assustada... Eu acho que fiquei cega depois disso,só me lembro de ter cravado uma faca no seu pescoço, ter chorado a noite toda e na manhã seguinte, eu já não tinha mais mãe...
Ela olhava o além como se estivesse revivendo aquela noite de novo.
-E nos matar vai trazer sua mãe de volta? -Pisei bem forte no pé de Carl, pela grosseria.
-Não. Mas vocês vão contar, e não posso deixar isso acontecer.
-Por que acha que iríamos contar?
-Pelo mesmo motivo de você achar que eu estou ficando louca.
-Estela,essas coisas não querem nada a não ser um pedaço de nós. É só simplesmente mata-lo, porque se você não o matar, um dia ele te mata.
Tá, eu fui meio insensível porque realmente ela se apegou muito a aquele bicho. Mas,por favor, você passa a vida se protegendo dessas coisas, pra no final virar "amiguinha" de uma deles.
-Katy,eu tava sozinha... Com medo, apavorada, sem ninguém... Sozinha.
-Quando isso aconteceu eu também fiquei assim, mas não desisti.
-Não se trata de desistir e sim de superar!
-Então supera! -Ela me olhou incrédula. -Você não tá mais sozinha, eu tô aqui com você...
Eu me aproximei, ainda um pouco assustada mas eu confiava nela. Agarrei suas mãos e abaixei lentamente a arma.
-Tá na hora de acordar... -Falei.
Ela suspirou algumas vezes antes de me abraçar apertado.
-Obrigada... -Sussurrou.
-Então, se as duas já acabaram a conversa. Podemos matar essa coisa? -Carl falou.
Estela queria,mas não conseguia. Dava pra perceber porque ela estava nervosa.
-É só atirar... -Sussurrei.
Ela respirou fundo,ergueu a arma e atirou.
-Como se sente?
-Um pouco chateada... Mas eu vou ficar bem. -Assegurou.
-Katy, precisamos ir. -Carl me lembrou.
-Eu vou dormir aqui hoje. -Abracei Estela de lado.
-O que está acontecendo aqui?!
Olhamos pra cima e vimos a dona da voz, Diana.
[...]
Nervosismo. Isso que eu estou sentindo. Fomos "pegos"
Acontece que aquele tirou pro alto que a Estela deu, chamou a atenção do pessoal de Alexandria. E quando não acharam nem eu, nem Carl, eles começaram a nos procurar.
-Parece que está tentando fazer algum feitiço. -Nick falou pelo fato de eu estar esfregando minhas mãos de parar.
-Eu tô muito nervosa. -Diana ouviu nos três, um por um, e agora estava ouvindo Estela.
-Não vai acontecer nada. -Me tranquilizou.
-Assim espero. -Queria falar com Carl, mas Rick estava com ele.
-Aquela não é a sua amiguinha? - A bruxa apareceu ao meu lado.
-Calada, eu já estou bastante nervosa. -Não a encarei.
-Lembra que eu disse que um dia sua hora chegaria? -Deu uma pausa. -Ela chegou. - Sorriu cínica.
-O que? -Nick me impediu de segui - la, ela foi em direção de Diana e Estela.
Me soltei e andei apressadamente até as duas para ouvir a conversa.
-Eu sei o que fazer. -Marianne sorriu, eu e Estela nos entreolhamos.
-O que? -Diana perguntou.
-Uma execução!
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Your Smile // Carl Grimes
Horror"Quando você acha que já se perdeu, e que é o fim, a vida te prega uma peça é te dá uma saída." -Vem comigo! - Insisti. -Isso é encrenca. - Falou sério. -Mas e daí? Quem se importa?! -Eu me importo! -Vem comigo ao menos essa noite. Vamos, você...