30.

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Eu comecei a pedir pra alguém no mundo,para que meus ouvidos estivessem ouvido errado.

Comecei a respirar pesadamente e meu coração doía a cada batida,o que não era pouco.

-Katy,você me ouviu?!A Estela tentou cometer suicídio! -Mas ele fez o favor de me lembrar.

Emudeci e meus ouvidos misteriosamente conseguiram se silenciar,eu não ouvi mais nada.

-NÃO!NÃO,NÃO,NÃO,NÃO!!!TUDO MENOS ISSO! -Eu gritei de dor,me jogando no chão.

-Katy! -Carl gritou do além.

-Mas o que que...?Ai meu Deus,Katy! -Maggie também apareceu.

-Por favor...-Sussurrei baixinho,meu peito doía muito e eu não conseguia pensar direito.

-O que aconteceu?! -Carl veio pra perto de mim e me ajudou a sentar na escada da varanda.

-Ela se suicidou. -Até repetir aquilo me doía muito.

-Quem? -Nick perguntou.

O encarei incrédula. Ele está de brincadeira comigo,só pode.

-A Estela oras! -Gritei furiosa.

-E quem disse que ela morreu?! Eu disse que ela tentou,não que tinha conseguido. -Todos estavam nos olhando confusos.

-Idiota. -Dei um chute em sua perna. Levantei e em seguida enxuguei as lágrimas,tentando parar mas era uma tentativa um tanto falha. O susto ainda não tinha passado. -Onde ela está?

-Na sala de enfermagem.

Não quis saber de mais nada e ninguém,corri sem rumo por Alexandria atrás dessa tal sala que eu nunca tinha visto ou até menos ido.

Mas como eu não posso deixar de ser "A Katy Wilde" eu ainda consegui tropeçar no meu cadarço!

-_-

-Você não dá uma trégua,não é mesmo?! -Carl veio até mim,logo atrás,Nick,Maggie e Enid.

-Só me leva pra droga da sala!

Ele passou meu braço por cima do meu ombro e em seguida Maggie pegou meu outro lado,foram me guiando até a sala.

Que por sinal a mesma era minúscula,logo uma moça gordinha apareceu.

-O que houve com você? -Perguntou,pouco me importei,apenas rodei os olhares pela sala mas nem sinal de Estela.

-Apenas...ralei...o joelho. -Dei de ombros.

-Sente ali,farei um curativo.

Carl e Maggie me deixaram em cima de uma pequena maca,e logo a moça veio espirrando um remédio que fez arder.

-Ai! -Choraminguei como uma criança.

-Amanhã estará melhor. -A moça disse.

-Onde está a "paciente" Estela? -Perguntei.

-Eu a mandei de volta pra casa. Ela só precisa de repouso.

Ótimo,além de me desesperar um tanto a toa,eu ralei meu joelho por nada.

[...]

-Sem visitas no momento.

-Por favor,me deixe vê-la! -Eu tentava bater boca com aquela mulher ignorante,mas era inútil.

-Não,não,não,não e não! Chega! -Ela bateu a porta na minha cara.

-Vaca. -Resmunguei.

-Vamos,você volta depois. -Carl falou.

Desisti de insistir,quando estávamos dando meia volta,a porta se abriu de novo.

-Meia hora,só porque ela insistiu. -A mulher disse deixando a porta entre aberta para mim.

Me virei para Carl.

-Pode ir,eu espero. -Depositei um beijo rápido em seus lábios e corri para dentro da casa.

Subi as escadas apressadamente,com cuidado para não tropeçar e abri a porta num desespero.

-Katy... -Ela disse com a vós fraca e ao mesmo tempo rouca.

Fechei a porta atrás de mim lentamente,e fui andando em passos calmos e lentos até perto de sua cama.

O quarto da pintura,já estava sem toda aquela bagunça.

-Oi...-Me ajoelhei ao seu lado.

Estela estava descabelada,mas isso era o de menos,os olhos estavam roxos inchados,o pescoço com marcas roxas e vermelhas de corda,além de estar pálida.

Vê-la assim me doía,além de ser estranho. Sempre a via muito bem vestida,ela era muito vaidosa.

-Por que tentou se matar? -Lágrimas surgiram.

-Eu só queria paz... -Sussurrou. -Aquela paz que eu não encontrei nesse mundo.

Balancei a cabeça negativamente e as lágrimas caíram sem mais rodeios.

-Não faz mais isso, por favor. - A abracei, mas a mesma não teve forças pra retribuir.

-Tá bom... -Disse com a voz touca.

-Ah, eu tinha uma coisinha pra te contar. -Coloquei um sorrisinho nos lábios.

-O que? -Pareceu curiosa.

-Eu e Carl, estávamos namorando. Mas não faz muito tempo.

-Sério. -Ela de ajeitou na cama. -Ah, isso é bom Katy! Isso é ótimo. -Comemorou como a voz rouca.

-Não se esforce tanto.

-Eu vou ficar bem,daqui há uns três dias já estaremos tagarelando sobre qualquer coisa. -Sorriu fracamente.

-Tá bom. -Tentei me tranquilizar. -Vejo você amanhã. -Me levantei, pronta para ir embora.

-Katy. -Ela chamou.

-Oi.

-Ela quer me sacrificar. - Seus olhos estavam quase fechados.

-Ela quem?!

-A mulher...

-Não sabe o nome dela?

-Tô pouco me lixando pro nome dela, eu só quero sair daqui! -Ela despertou um pouquinho.

-E pra que te sacrificar?!

-Ela acha que eu "estou sofrendo", e que porra que ela sabe de sofrência?! -Nós rimos de leve, ela estava voltando ao normal.

-Eu não vou deixar te sacrificarem.

-E nem eu! Afinal,eu não sou nenhuma cadela. -Rimos mais um pouco.

Era bom finalmente voltar a fazer isso,me despedi oficialmente e fui em direção a casa.

A porta estava trancada, e logo Maggie abriu.

-Então, como ela está?

-Pra mim chega! -Passei reto por ela.

-Chega? Chegar o que? Como assim "pra mim chega"?!

-Eu quero ir embora de Alexandria.
(N/A 3/10)


Your Smile // Carl Grimes Onde histórias criam vida. Descubra agora