33.

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Por um segundo, meu coração parou de bater e minha respiração parou de funcionar, junto com o meu cérebro. Meus olhos não conseguiam parar de fechar e abrir, na esperança de que aquilo tudo não passasse de uma ilusão.

Até me belisquei para ter certeza de que não estava sonhando, e não estava.

Fiquei tensa, assim como o clima da sala. Parecia que uma nuvem de veneno que matara a próxima pessoa que falar possuiu o ambiente da sala.

Eu estava de olhos arregalados, ainda revendo sílaba por sílaba da nossa conversa, enquanto ela estava chorando rios, abraçando a si própria.

-G-grávida? -Minha voz falhou.

-Eu soube um ou dois antes dele sair pra buscar suplementos... Eu planejava contar pra ele assim que ele voltasse. Mas ninguém não sabe de nada, eu... Perdi as esperanças.

Meu coração começou a doer, muito. E vê-la chorando era ainda pior ainda. Tentei aproximar minha mão dela, mas ela recuou. Como se tivesse nojo.

-Maggie... -Ela balançou a cabeça negativamente e subiu para o quarto, se trancou lá.

O que acabou de acontecer aqui?!

Ela estava grávida. Mais uma criança nesse mundo. Outro motivo para não sairmos de Alexandria,esse bebê precisa de um lugar pra crescer e viver. Assim como precisa de um pai.

Admito eu estava em pânico, tanto quanto ela. Mas eu sabia que no fundo, o pânico dela era bem maior. E apesar da dor e do medo de criar esse filho sozinha, ela não desistiria. Se Glen tiver realmente ido, ela pelo menos te teria uma lembrança preciosíssima.

O fruto do amor deles.

Decidi dar outro tempo pra ela,dessa vez eu daria mais longo. Fui dar uma volta, mas como grávidas são pessoas delicadíssimas, bati na porta,sem esperanças de ela abrir, é claro, e apenas disse aonde iria.

Ela não me respondeu, desci as escadas e segui sem rumo. Um choro de bebê me despertou um pouco, e logo fui reconhecendo quem era sua dona, Judith. Carl e ela estavam passeando.

-Oi fofa. -Disse a pegando no colo e dando um beijinho em sua bochecha.

-Como foi lá?

-Longa história, conto depois. -Suspirei cansada.

Fomos caminhando até a casa dos dois, e Carl reconheceu que eu estava meio pra baixo, então ele não tentou forçar a barra e nem nada do tipo.

Quando chegamos, deixamos Judy no berço que ficava no quarto de Rick e seguimos para o seu. Me sentei na cama, encarando minhas próprias mãos e ele se sentou ao meu lado.

-Acho que estou destinada exclusivamente a isso... -Murmurei ainda encarando as palmas das mãos.

-O que?

-Não ter paz... Nem sossego. Parece que a cada problema que eu resolvo, outro aparece logo atrás. Acho que estou destinada a não ter paz...

Abaixei um pouco a cabeça, mas ele ainda estava levantada o suficiente para que ele beijasse minha bochecha, como assim fez.

-Você não pode desistir, porque se desistir você perde de uma vez... -Sussurrou no meu ouvido.

Ele continuou beijando minha bochecha,até parar no canto da minha boca. Ele estava em dúvida se prosseguia ou não.

-Eu sei que você tá meio perturbada por causa da Maggie, e que talvez não esteja no clima pra isso... Não vou te forçar nem nada. -Ele disse compreensível.

Seria meio frio, eu fazer aquilo enquanto Maggie se debatia de preocupação. Mas eu também merecia um pouco de paz e,além de estar sendo egoísta, eu também estaria sendo fria. Eu sentiria a culpa depois, de certeza.

Mas eu queria aquilo. Acho que tanto quanto ele. Então decidi fazer daquilo a minha exceção, e dessa vez, eu quebraria as regras.

Com um sorriso, que não era um dos meus maiores, eu me virei para ele,colocando meus braços em torno de seu pescoço.

Juntei nossos lábios, e nossos beijos tinham uma forma estranha de nos mostrar a química que tínhamos. Era tudo de tirar o fôlego. A medida que os beijos iam se aprofundando, a nossa idéia sobre o que pretendíamos fazer, também.

Aos poucos, fui cedendo a idéia de ele começar a tirar minha blusa,o que me deixou meio nervosa e com vergonha, só tentei não demonstrar tanto.

Depois de termos nossas peças de roupas retiradas e ficando apenas de roupas íntimas, ele me ajeitou deitada na cama, calmamente. Meu coração estava pulsando muito rápido, mas eu não queria parar, eu não iria parar.

-Se você quiser que eu pare, é só falar. -Ele murmurou no meu ouvido.

Assenti,só para ele saber que eu tinha o ouvido. Antes de pensar em mais alguma coisa, apenas me lembrei da conversa que tive com Estela há semanas atrás.

Só eu saberia quando estaria pronta. Só eu, e ninguém mais. Então a ficha caiu,eu estava pronta.

Mais um segundo,e começou. Dolorosamente e prazerosamente, ele já estava dentro de mim. Era uma sensação maravilhosa. De leve, comecei a arranhar suas costas a medida que seus movimentos iam se acelerando.

Eu nunca tinha sentido tamanho prazer e dor ao mesmo tempo, mas deixando de lado a dor, o prazer me dominou por completo.

Relaxei, e tudo foi continuando naturalmente.

Era muito boa a sensação de nossas peles de tocando, misturado com nossos calores corporais. E estávamos conectados como se fossemos um. Eu me sentia completa, com um sentimento muito forte que eu nem sabia descrever e muito menos explicar.

Estava caindo de amores, naquele momento. Eu me pergunto se ele de encontrava do mesmo jeito que eu.

Um gemido involuntário acabou escapando da minha boca, e parece que aquilo o atiçou ainda mais.

Chegamos ao nosso ápice juntos, cansados, caímos ao mesmo tempo na cama. Estávamos ofegantes e suados, mas mesmo assim eu estava feliz. Carl puxou o lençol de sua cama para nos cobrir.

-Eu... Acho que te amo... -Ele disse no alto da minha cabeça,levantei a mesma no mesmo instante.

-Eu também acho que você me ama. -Brinquei convencida.

-Palhaça...-Ele deu um beijo no topo da minha cabeça, depois fechou os olhos.

-Eu te amo. -Sussurrei por fim, sabia que ele ainda estaria me ouvindo.

Fechei os meus logo depois dele, mas o sorriso de meu rosto não queria se desmanchar então não me importei de tira-lo.

Naquele instante perfeito, eu tive consciência de que essa felicidade fosse talvez passageira, porque se tem uma coisa que eu aprendi nesses tempos,é,talvez seja nunca esperar demais.

A minha felicidade logo acabaria.

Mas só se eu deixar.

Your Smile // Carl Grimes Onde histórias criam vida. Descubra agora