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Decidi fazer daquele local, o meu local secreto e eu só iria lá para pensar e quando quisesse passar um tempo sozinha.

Quando começou a escurecer, decidi ir pra minha cela. Por mais que eu e Carl estivéssemos de boa, prefiro não arriscar, vai que ele briga comigo de novo '*'? Sei lá, esse garoto é imprevisível...

Já que não tinha nada pra fazer na minha cela, eu decidi fazer aquilo que toda garota faria no meio de um apocalipse zumbi, quando achasse um local seguro,eu iria dormir.

[...]

Como sempre, meu sono aparece (e acaba) no horário errado,mas nesse caso foi o horário certo. Quando eu despertei, já era umas 2,3 ou 4 da manhã. Silenciosamente, eu saí da minha cela e tomei cuidado para não ser parada por ninguém ou nenhum ninja.

Fui andando até o meu destino, sorrateiramente...por que diabos a terra do xerife em miniatura tinha que ficar tão longe da minha?!

Quando cheguei perto, por sorte ele estava lá lendo alguma revistinha e Judith dormia em outro berço que tinha lá.

-Psi! - Chamei por ele.

Carl tirou sua cara da revistinha e me olhou, arregalou os olhos e se levantou apressadamente mas com cuidado para não fazer barulho e acordar a irmã menor.

-O que você tá fazendo aqui?!-Sussurrou de volta.

-Eu disse que ia te ver hoje a noite. - Sorri. - Lembra?

-É, tá, lembro, mas você não pode sair assim...

Enquanto ele falava todo aquele blá blá blá de "Não pode" eu só me concentrava naqueles olhos azuis que tanto me tiravam a atenção, devia ser um crime ter olhos assim!

Quer dizer, os meus são verdes, mas eu sempre achei que eles não chegaria nem os pés de olhos azuis. E agora que eu vi, pela primeira vez, olhos azuis, eu confirmo minha teoria.

-É proibido. - Sua últimas frase, me tirou dos meus devaneios.

-Carl, eu sei que é encrenca e blá blá blá, mas vamos! - Bati o pé, insistindo.- Vamos, eu quero te mostrar um lugar.

-Katy, não dá eu...

-Vem comigo! - Insisti.

-Isso é encrenca. - Falou sério.

-Mas é daí? Quem se importa?!

-Eu me importo!

-Vem comigo ao menos essa noite. Vamos, você não quer sorrir neste mundo ao menos uma vez? :)

Ele parou de falar e ficamos nos encarando um pouco, ele torcia a boca como se quisesse dizer alguma coisa, mas não dizia.

-A Judith vai ficar bem. - Disse por via de dúvidas.

-Vamos. - Ele disse depois de um longo suspiro.

Cuidadosamente, ele abriu a cela e passou pela mesma a deixando encostada. Ele me seguiu o trajeto todo, em silêncio...

-Chegamos. - Disse passando pela janela. - Vem. - O ajudei a subir.

-Nossa... - Ele disse baixinho, sentando na outra ponta da janela. - Quando você descobriu isso?

-Hoje, um pouquinho mais cedo... - Expliquei.

A vista que tínhamos era de um céu azul escuro, que mais parecia preto, e os pequenos e espalhados pontinhos brilhantes, que chamamos de estrelas.

-É muito lindo... - Eu disse.

Ele não respondeu, me virei para vê lo, seu olhar estava concentrado no céu brilhante e a imagem refletia em seus olhos,o que deixava um certo brilho.

Aquilo lembrou uma piada que um colega de escola, tinha me contado. O nome dele era Nick, ele tinha a minha idade,era branco e com o cabelo castanho,estilo meio EMO.

Deixei escapar uma risadinha. Logo depois não me contive e comecei a rir feito uma idiota, Carl me olhava sério.

-O que você tem?

-Nada, é que... - Limpei uma lágrima de riso. - Eu me lembrei de uma piada, sem graça, que um colega me contou uma vez...

-Hum... - Ele pegou uma pedrinha que tinha perto da janela e atirou. - Conta.

-O que? - Deus do céu!...

-A tal piada. - Continuou a jogar as pedrinhas.

-Carl,ela é sem graça. - Era uma indireta tipo : "NÃO ME FAÇA CONTAR ISSO, EU VOU PASSAR VERGONHA! PELAMOR DE DEUS!"

-Ué, se você riu tanto ela deve ter sido engraçada. - Jogou mais uma pedra. - Conta.

Suspirei fundo. Por que eu rio sempre nas horas erradas, senhor?!?É isso aí, lá vou eu passar vergonha na frente do boy -.-' (N/A momento eu O/ )

-"Era uma vez um pintinho chamado Relan, e toda vez que chovia, Relan piava...."

Terminei de contar a tal piada super sem graça e estava me segurando pra não rir. Eu sei, eu sei, é uma piada tosca,mas as coisas toscas são as que mais me fazem rir.

Carl não demonstrou emoção, diferente de mim que já estava formando um rio de lágrimas de tanto rir.

Comecei a ouvir um barulho estranho... Mas não parecia uma pessoa falando com alguém, não parecia um zumbi, não parecia um animal...

Parecia mais uma risada...
Aí minha nossa...
CARL ESTAVA RINDO!
Ou melhor...
EU FIZ O CARL RIR!

AHHHHHHH /O\ mereço um Oscar! >< ♥_♥

-Pensei que tivesse achado sem graça... - Minha risada pode esperar, a risada dele é mais importante.

-E foi mas, sei lá... - Começou a olhar para o chão, como se estivesse com vergonha...Oxi... - A sua risada, ela é engraçada... Contagiante. - Levantou um pouco a cabeça, assim seus olhos se direcionaram aos meus.

Agora EU fiquei sem graça. Eu sempre achei que minha risada mais parecia uma foca que estava sendo eletrocutada... Mas isso vindo do Carl, me deixou... Feliz...

O clima ficou meio estranho e silencioso, ele não falou nada depois daquilo e eu também não.

-Pio... - Piei numa forma engraçada de tentar quebrar o silêncio.

Carl riu, logo em seguida eu também. A risada dele é muito boa de se ouvir. É muito bonito ver alguém que nunca ri, rir.

E foi numa linda noite de luar, que eu vi um menino lindo como Carl, sorrir...
E dessa noite em diante, eu prometi a mim mesma que faria qualquer coisa para ver aquele sorriso de novo...


Your Smile // Carl Grimes Onde histórias criam vida. Descubra agora