25.

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-Não! -Puxei minha faquinha de tornozelo e corri pra perto de Estela. -Não, não, não, não, não,não, não, não e NÃO!

Todos me encaravam incrédulos, não acreditavam o que eu estava fazendo. Mas não era exagero, se alguém continuar com essa palhaçada,eu corto.

-Katy, o que você está fazendo? -Diana perguntou.

-O que?! O que eu tô fazendo?! Impedindo vocês de matarem uma pessoa, é isso que eu estou fazendo!

-Essa garota é uma ameaça! Uma psicopata! -Marianne gritava.

-Pelo menos ela não é uma puta! -Ela me encarou com o olhar mortífero.

-Vocês apoiam a lei contra o assassinato, e se a matarem, vai ser assassinato. -Abaixei a faca. -Por favor, essa idéia é estúpida! Ela não passa de uma adolescente.

-Eu irei pensar, Katy. -Diana disse.

-"Pensar"?Então você vai pensar se vai ou não matar uma pessoa?! -Perguntei sarcástica.

-Katy, eu vou ficar bem. -Ouvi Estela falar.

-Não vai doer, colocamos ela na frente de uma parede e atiramos. -Marianne disse friamente humorada.

A encarei furiosa. Se acha demais pra uma ninguém. Caminhei até ela, e ninguém me barrou porque tentei parecer inofensiva.

Quando já estávamos cara a cara, com um simples golpe, eu cravei minha faca em seu braço.

-Se você não estivesse "grávida" acertaria seu pescoço, sua puta! -Eu gritei enquanto Daryl me puxava pra longe e Marianne sangrava e gritava no chão.

-KATY! -Muitos gritaram me repreendendo,não identifiquei quem eram.

-Me solta!Não vão matar a minha amiga! -Me debati nos braços de Daryl.

-Katy Wilde, eu te condeno em prisão domiciliar até a segunda ordem! -Diana gritou pra mim.

Ótimo, agora ela era a juíza e eu era a advogada de Estela. O julgamento virou de ponta cabeça e agora eu sou a que está sendo julgada.

Daryl me arrastou até a casa de Maggie. A mesma entrou comigo.

-VOCÊ PERDEU O JUÍZO?! -Gritou.

-EU?! Você ouviu o que querem fazer?! Matar uma inocente! -Defendi.
-Katy, aqui não decidimos as regras. Eles decidem.

-As regras são estúpidas!

-Infelizmente! -Falou ríspida. Ela passou a mão na testa, suspirando.

-Quero falar com Rick. -Cruzei os braços.

-O que? Por que?

-Porque ele pode com a Diana.

-Olha, não podemos criar confusões agora. Não estamos em condições de os desafiar.

-Presta atenção, esse lugar vai cair. Alexandria vai abaixo mais cedo ou mais tarde, se depender deles.

-Ou se depender de nós. -Disse calma.-Fique aqui, eu vou conversar com ela.
Foi tudo o que disse antes de me trancar do lado de dentro se casa. Esse lugar é ridículo, cheio de pessoas ridículas e regras ridículas.

Não podem matar Estela, não podem e não vão. Eu não vou deixar. Tudo que preciso fazer seria enrolar o máximo e mostrar o quão ridícula essa idéia é.

Aquela mulher vai me pagar caro, não caro.

Levantei, comecei a andar de um lado pro outro. Mas sempre imagens horríveis vem a minha cabeça e me fazem pirar.

[...]

Acho que depois de mais ou menos uma hora presa na casa eu tinha finalmente conseguido dormir um pouco.

Quando acordei,saí do quarto e passei uma água no rosto. O que eu tinha? Ah é. Fúria.

-Katy. -Era Maggie,ela me chamou do andar de baixo.

Desci, Maggie estava me esperando lá em baixo junto de Rick, Michonne, Daryl e Carl.

-Katy queremos falar com você. -Rick falou.

-Ao menos que seja pra me dizer "Katy a Marianne morreu e Estela está bem." eu dispenso qualquer coisa. -Me sentei numa poltrona.

-Só viemos aqui pra mandar você parar de dar uma de louca e atacar a vaca loira. -Daryl fala segurando sua besta.

-Se ela não fosse tão miserável, quem sabe?

-Katy, não podemos arriscar e se a machucar, pode ser ruim pra nós. -Michonne se pronunciou.

-Podem me expulsar de Alexandria, eu não ligo. -Me levantei. -Mas eu não vou deixar que machuquem Estela.

Saí de lá e subi pro "meu" quarto e me tranquei lá mesmo. Que porra, tem que ter algo que eu possa fazer pra impedir isso de acontecer.

Mas o que...?

-Katy. -Ouvi alguém bater, Carl.

Destranquei a porta, permitindo seu acesso.

-Tem que ter algo que Rick possa fazer. -Disse enquanto trancava de novo.

-Arriscaria mesmo todos nós só por ela?

Parei. Fiquei imóvel. Me virei e o encarei.

-Não. Eu arriscaria a minha vida, porque ela só importa pra mim. Podem me expulsar ou até me matar, eu não ligo, mas não vou deixar fazerem algo com ela.

Ele abaixou o olhar.

-Você precisa descansar antes de tudo. -Me deu um beijo na bochecha antes de sair.

Outra coisa pra me preocupar :nossa relação.

Mas eu me preocupo com isso depois.

Minhas questões agora são:como evitar essa execução e uma certa gravidez?

Your Smile // Carl Grimes Onde histórias criam vida. Descubra agora