Chapter 7.

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31 de agosto de 1936.



       Florence

O céu ainda estava muito escuro e a madrugada permanecia gelada. Dava para suportar, afinal o inverno na minha cidade é muito mais rigoroso, por isso caminhava pela Oxford Street de braços cruzados. Quando avistei a entrada do metrô, percebi que meus amigos estavam lá parados me esperando enquanto conversavam. Inclusive Harry, que agia como se absolutamente nada tivesse acontecido há 10 minutos atrás. Eu sinceramente não sei como ele chegou ali tão mais rápido do que eu, se eu demorei apenas três minutos para me recompor e entender o que tinha acabado de ocorrer e sair andando.

Ainda não entendi, para falar a verdade.

– Florence, porra! Achei que tinha sido estuprada, morta, sequestrada, assaltada... – Luke disse até eu o interromper.

– Não, comigo essas coisas não acontecem. – olhei para Harry que me devolveu um olhar cravado –Só... Me perdi. – continuei quando percebi que ele não havia contado nada sobre o ocorrido.

– Perdeu a noção. – Styles disse baixo com a intenção de ninguém ouvir.

– Oi? – Pam disse, se virando para ele.

– Apenas ignore-o, Pam. – revirei os olhos e a puxei pelo braço – Vamos embora? Estou quase desmaiando de fome.

Descemos as escadas e pegamos o trem em direção a Camden Town. Agora, com os vagões praticamente vazios, apenas com alguns aleatórios voltando do carnaval e outros saindo para trabalhar, nós todos conseguimos nos sentar. Encostei minha cabeça na janela observando as paredes do túnel que pareciam passar com muita velocidade. Todos permaneceram em silêncio por alguns minutos, até Luke resolver quebrá-lo.

– Que horror, vocês já estão quebrados assim? Mal têm 16 anos, imagine aos 30. Coitados. – ele disse mas ninguém além de Pam pareceu se importar – O que houve com vocês? Flor, Harry...? Alguém?

– Me deixa em paz, Luke. Converse com a Pam, ela é a única que parece rir e ligar para as suas supostas piadas ridículas. – Harry disse empurrando a mão que o garoto loiro colocara em seu ombro enquanto falava.

– Minha nossa! O clima está meio pesado por aqui, não acham? – Luke começou a estralar os dedos diversas vezes em volta da sua cabeça.

A situação foi engraçada e me fez finalmente falar.

– Que merda é essa, Luke? – disse abrindo uma espécie de sorriso.

– Isso se chama expulsar energia negativa, Florence querida. – ele falou, continuando com os movimentos – E juro que se eu tivesse entrado naquela lojinha de artigos indianos que vimos mais cedo e comprado alguns incensos, eu estaria com eles acesos agora espalhando a fumaça pelo vagão. Fumaça de alegria. – ele riu.

– Oh Deus, isso soou tão gay, Luke Hemmings. E eu que achei que esse posto era do Harry. – falei me esquecendo por um segundo que estávamos "brigados".

– Não fale sobre o que você não sabe. – ele rapidamente me olhou parecendo nervoso.

– Não sei mesmo. É difícil saber sua sexualidade, Harry. Nunca te vi com nenhuma garota, nem fazendo nenhum comentário sobre alguma. Além do mais, sabe o que Luke teria feito se tivesse passado uma noite sozinho com uma garota, não sabe? – falei provocativa mas sem pensar muito antes de soltar essas palavras.

– Oh então você queria que eu tivesse feito algo? – o garoto arqueou a sobrancelha direita – Eu fiquei surpreso por você não voar em cima de mim enquanto eu dormia. Não duvido de nada vindo de Florence Carter. Você é completamente oferecida! – ele alterou a voz enquanto os três observavam boquiabertos nossa pequena discussão – Quer saber, Florence, cala a boca, ok? Você não sabe quase nada sobre mim, eu não preciso da sua opinião sobre eu ser gay ou não. Só o Luke no máximo precisa saber o que acho das meninas que me atraem. Mas se quiser saber, pergunte a alguma das quais eu já transei. – ele disse abaixando o tom.

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