Fire Head ☞ H.S

Chapter 51.

     17 de agosto de 1938.

       Florence

Terrenos campestres passavam rapidamente pelos meus olhos, com sua vegetação esverdeada e robusta, típica da estação. Conforme os pneus do carro corriam pela estrada, usava o tempo que tinha de sobra para admirar a paisagem. No horizonte, um céu alaranjado com o sol a se pôr e passarinhos fazendo sua migração para casa. No rádio, um locutor qualquer comentava sobre os próximos dias de agosto serem os mais quentes do verão inglês nos últimos dez anos. No meu lado esquerdo, Harry Styles encostado na porta. Seus cabelos bagunçados pelo extremo vento causado por uma janela entreaberta e pela velocidade do veículo, emolduravam seu belo rosto concentrado em suas anotações.

Já fazia mais de uma hora desde que saímos de Londres, e faltava um pouco mais de chão para que finalmente chegássemos em West Wittering. A minha frente, eu via Brian dirigindo, concentrado na estrada, embora algumas vezes mudava seu foco para Pam ao seu lado, colocando a mão nas pernas da minha melhor amiga. Atrás de nós, Fleur dirigia seu carro com Ollie no banco do passageiro e Luke sentado atrás. Ele sempre estava no assento do meio para conseguir conversar com as duas, e toda vez que me via olhando, acenava e fazia Fleur buzinar para nós.

Era engraçado. Luke não tinha mais jeito.

O belo trajeto praticamente silencioso foi interrompido, então, por um barulho estranho e pela perda de velocidade do carro.

– Uh-oh... Algo está errado. – Brian olhou preocupado para os ponteiros do painel que começaram a cair.

– O carro está parando, Bry. – Pam comentou com seus olhos concentrados para fora da janela – O que aconteceu?

– Eu não sei. Acho melhor parar para ver o que há de errado. – o mais velho deu de ombros e começou a virar o volante em direção ao acostamento.

Harry olhava para toda situação um tanto desconfiado, chegando até a fechar seu pequeno caderno. Decidi que era melhor alertar Fleur sobre o ocorrido, então me virei para trás e fiz sinal com as mãos que ela deveria encostar junto de nós. Assim que ela entendeu o recado, parou o carro logo atrás de Brian. Saímos nós quatro do veículo, curiosos para o que havia acontecido. Meus olhos brilharam quando percebi que estávamos em frente a um campo enorme de papoulas vermelhas. Meu melhor amigo estava tão apreensivo que nem notou o local.

Brian abriu o capô e começou a verificar o motor e outras fiações que via pela frente. Luke, Olivia e Fleur se aproximaram curiosos.

– O que houve? – a mais velha perguntou, observando o interior do carro.

– Eu não sei. Ele foi perdendo força. Que droga! – o loiro protestou e deu um leve chute no pneu – Essa lata-velha dando problemas de novo.

– Não se estresse, chérie. – sua melhor amiga ironizou – Tem algum mecânico por perto?

– Não. E não há uma alma viva nessa estrada, além de estarmos longe da praia.

– Não estamos tão longe, pelo que me lembro. – comentei, tentando dar alguma esperança ao homem.

– Eu vou tentar ligar o carro mais uma vez. – Harry andou até o banco do motorista, e de portas abertas, virou a chave na ignição. O motor roncava e engasgava seguidamente, mesmo com as tentativas forçadas do rapaz de pisar no acelerador para tentar "acordar" o carro – Nadinha. – ele disse, saindo decepcionado.

– E agora? Alguém entende alguma coisa de mecânica? Porque eu sou uma negação. – Brian colocou as mãos na cabeça em derrota.

– Eu entendo pouco, mas não faço ideia do que pode ser. – o moreno respondeu.