Chapter 26.

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Notas finais grandes, importantes e de desabafo. Por favor leiam também, não custa nadinha! Ah, e já aviso: já tirem o colete a prova de balas do armário pra esse capítulo hehe Boa leitura <3

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     24 de dezembro de 1937.


       Florence

Quatro dias se passaram e nós estávamos livres de qualquer castigo. Na verdade, depois da grande confusão, nossos pais decidiram não nos punir – até porque eles não descobriram sobre o que realmente fizemos – porém o acordo para que isso desse certo é que nos próximos passeios até o Natal, eles nos acompanhariam. Nos últimos dias visitamos alguns lugares interessantes da cidade e os adultos permaneceram o tempo todo ao nosso lado. Até que foi divertido tê-los conosco, inclusive porque com nossos pais, tínhamos mais dinheiro para gastar nas ruas.

Em pleno fim de tarde, perto do horário de nos arrumarmos, Olivia percebeu que havia esquecido seu melhor par de sapatos em casa. Felizmente, hoje é véspera de Natal e pudemos sair as ruas sozinhas para comprar o sapato de nossa amiga. Eu, ela e Pam saímos às pressas, perambulando pelas ruas de Paris no intuito de encontrar algo que casasse com o seu vestido. O problema é que estávamos perto da hora de voltar e Ollie ainda não estava satisfeita com nada.

É por esse motivo que comprei meu casaco antes de vir.

– Olhem aquela loja! – Olivia apontou para o outro lado da rua – É enorme! Com certeza terá algo que combine com a minha roupa.

– Oh, você não vai querer entrar na Chanel, não é? – respondi de braços cruzados devido ao frio cortante.

– Talvez eles tenham alguma promoção... – ela me respondeu esperançosa.

– Acorda Ollie! Não temos dinheiro para comprar um sapato desenhado por Coco Chanel. – Pam continuou meu raciocínio e abanou a cabeça negativamente – E nem sei se teremos um dia. Que tal aquela loja? – minha melhor amiga continuou apontando para uma pequena porta na mesma calçada em que estávamos.

Aquela porta? – a outra disse indignada – Certamente não há nada decente lá.

– Tem que haver. Não temos mais tempo, querida. – puxei garota de cabelos curtos pelo braço e andamos poucos metros até o local.

Ao entrar, um atencioso e velho francês perguntou-nos o que precisávamos. Olivia lhe explicou o desenho e corte do seu vestido para a noite e o homem prometeu trazer os seus melhores pares para a ocasião. Demos sorte em encontrar essa loja, pois na véspera de Natal, pouquíssimas lojas abriam e as que estavam disponíveis, Ollie dispensou.

O ambiente era um tanto claustrofóbico e escuro, porém possuía algumas poltronas velhas para sentarmos. Não muito tempo se passou até que o senhor descesse desajeitadamente as estreitas escadas com algumas caixas empilhadas em suas mãos. Sua visão era limitada, mas o francês fez seu máximo para não cair degraus abaixo.

Ele se ajoelhou em frente a garota e começou a abrir as caixas para mostrá-la as opções. Olivia entortou o nariz algumas vezes para certos sapatos enquanto eu e Pam achávamos todos muito bonitos. Só restava uma caixa e o senhor, já limpando sua testa do suor cansado de seu trabalho, a abriu sem perder as esperanças e com um sorriso no rosto. Para nossa surpresa, o salto alto preto e mais simples de todos foi a opção da garota. Apesar de acharmos estranho, eu e minha melhor amiga demos ombros e ficamos agradecidas por aquela jornada de três horas andando na rua a procura do sapato perfeito ter acabado.

Fire Head ☞ H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora