Chapter 25.

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     20 de dezembro de 1937.

       Florence

– Vamos logo com isso, Marcus! – o apressei enquanto olhava impaciente para os corredores do lado de fora do nosso quarto.

– Espere, Flor! Eu não encontro meu casaco! – meu irmão me respondeu enquanto vasculhava a região abaixo da cama.

– Qual deles? – dei mais uma olhada rápida para os dois lados do corredor para ter certeza que estava livre e voltei minha atenção ao meu irmão.

– O azul-marinho. – ele se levantou do chão e me observou com um olhar desanimado.

– Ugh! Vigie a porta. – revirei os olhos enquanto o pequeno ia até minha posição anterior. Comecei a revirar as cobertas a procura do casaco, sem muitos resultados.

– Por que você está tão mal humorada, Florence? – o garoto perguntou com sua doce voz enquanto fazia o que eu havia lhe mandado.

– Não é mau humor, Mark. – suspirei e disse em um tom mais calmo, indo até o banheiro – É que Luke marcou às dez no quarto dele.

– Faltam três minutos. – ouvia a voz dele um pouco distante enquanto vasculhava o banheiro atrás da peça de roupa. Encontrei-a pendurada atrás da porta. – E só precisamos andar até o elevador e descer um andar.

– Aqui está. – andei para fora do cômodo e entreguei nas mãos do pequeno moreno – Agora nós podemos ir.

Marcus assentiu e vestiu seu casaco enquanto saía do quarto. Olhei mais uma vez nossas camas para verificar se os travesseiros cobertos se pareciam com os nossos corpos dormindo, no caso de nossos pais voltassem antes de nós. Dava para enganá-los por um tempo, então apaguei a luz e tranquei a fechadura, guardando a chave no bolso traseiro da minha calça.

Dei a mão ao meu irmão e andamos até o elevador, sempre desconfiados em alguém nos observar. Apertei o botão para descer e esperei junto ao garoto por alguns segundos. Ao perceber que demoraria, o peguei pelo pulso e corri até a escada de emergência.

– O que vamos fazer? – perguntou preocupado.

– Vamos descer pelas escadas. O elevador vai demorar e não podemos ser vistos. – abri a porta e fiz sinal para que ele passasse a minha frente.

As luzes de emergência se acenderam e o garoto corria para chegar ao andar de baixo o mais rápido possível. Logo atrás dele, estava eu trotando degraus abaixo, sem passar pela minha cabeça que se eu caísse, nós dois nos machucaríamos. Rapidamente, avistamos a porta de saída e Marcus, em uma atitude muito esperta, abriu-a e observou os dois lados, nos prevenindo de sermos pegos por alguém.

A convivência conosco estava começando a se tornar evidente.

– Cuidado, Mark! – sussurrei e o garoto me respondeu com um aceno positivo. Fui até ele e peguei em suas pequenas mãos novamente. – Vamos.

Andamos naturalmente pelo extenso corredor até o quarto 1018. Dei cinco leves socos ritmados em sua porta como o combinado mais cedo e esperei alguns segundos até que visse a figura loira e alta a minha frente nos puxar rapidamente para dentro do cômodo.

– Quanta demora! – o garoto gritou e olhei a minha volta, percebendo que só faltávamos nós para completar o grupo.

– Você marcou as dez! – aumentei o tom de voz e dei ombros.

Fire Head ☞ H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora