Chapter 55.

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     10 de setembro de 1938.


       Florence

– Florence, você tem certeza? – minha mãe desceu as escadas com a última mala enquanto meu pai ajeitava as outras no porta-malas do carro.

– Sim, mãe. Podem ir tranquilos. Cuidarei do Mark como sempre fiz. – ignorei sua cara de preocupação e dei um leve tapa acalentador em seu ombro direito.

– Vamos, Jo! – Peter bateu o porta-malas bruscamente, sorrindo e colocando a mão na cintura em seguida – Nossa Flor vai dar conta do pequeno Marcus. É só um final de semana.

– Ouviu, mãe? – abri um sorriso de canto.

– Tudo bem. – a mais velha respirou fundo – Eu nunca deixei vocês tanto tempo sozinhos, mas vou tentar conviver com isso. – ela saiu porta afora com pressa e desengonçada com sua mala.

– Tente não pensar nisso o tempo todo e curta sua viagem! Já passei muito mais dias sem sua supervisão e não é sempre que vocês podem curtir um tempinho sem nós dois. – fui com Marcus até a entrada e paramos, assistindo os dois ajeitarem a última mala no banco de trás.

– É, mãe. – meu irmão ao meu lado enfim falou – Vamos ficar bem.

– Certo. – quando minha mãe estava prestes a entrar no carro, pareceu se lembrar de algo e se virou em nossa direção. Meu pai revirou os olhos com um sorriso e entrou, fechando sua porta. – Lembre-se de não esquentar o leite do seu irmão demais. Oh, e pelo amor de Deus, não se esqueça que Marcus é alérgico ao mel. No chá dele apenas açúcar, sim?

– Sim, senhora.

– Nada de televisão até tarde e nem dormir de madrugada. Os doces são apenas para depois das refeições e nada de refrigerante pela manhã. As únicas pessoas que podem entrar nessa casa são Luke, Pam, Olivia ou Harry e não até muito tarde. – ela continuou, pontuando as regras em seus dedos. – Oh! E se por acaso sofrerem algum pequeno acidente, o kit de primeiros socor-

Mãe! – a interrompi com um tom elevado e descontraído – Não vamos sofrer pequenos acidentes e eu sei onde ficam as coisas. Vai se divertir antes que o papai desista.

– Tudo bem, crianças. – Joanne abriu um sorriso – Amo vocês. Até domingo!

– Amamos você, mamãe. – Marcus disse sorridente – Tchau, papai!

Meu pai nos mandou um beijo e a mais velha finalmente fechou a porta do veículo. Assim que o carro finalmente se movimentou, coloquei uma mão no ombro do meu irmão e começamos a acenar. Meu pai fazia o retorno para descer a rua quando percebi um rapaz correndo em direção a nós. Os cachos moreninhos e a pele branca foram ficando mais nítidos conforme se aproximava, fazendo meu sorriso imediatamente se abrir. Peter o notou tentando os alcançar e deu três curtas buzinadas para cumprimentar Harry, recebendo um aceno frustrado em resposta.

– Oi, Harry! – disse assim que ele se aproximou, disfarçando minha euforia interna em um sorriso de lábios fechados.

– Droga! – meu amigo chegou ofegante a nossa porta, apoiando a mão nos joelhos – Não cheguei a tempo para desejar boa viagem. – o moreno parou um segundo para respirar, logo se recompondo e erguendo sua coluna – Oi, Flor. Olá, Mark!

– Oi, Haz! – meu irmão pulou para alcançar a mão do meu amigo e bater sua palma na dele.

– Vamos entrando, Mark. Preciso terminar de preparar nosso almoço. – tirei o pano de prato do meu ombro e o encaminhei para dentro de casa – Gostaria de almoçar conosco, Harry?

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