Chapter 40.

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Dedico esse capítulo às minhas amorzinhas @putianie, @jealous_of_styles e @izalvs <3

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     15 de maio de 1938.

       Harry

Estava sentando sobre minhas mãos em um dos assentos daquele corredor brando e frio, ao lado de Anne, esperando impacientemente a minha vez. Eu me sentia como uma criança novamente, balançando minhas pernas e olhando para os azulejos brancos e tristes. Toda vez que uma enfermeira passava pela porta dupla no início do corredor, uma corrente de ar gélida a acompanhava e passava por mim, me causando arrepios, não pelo frio, mas sim pela terrível sensação de estar em um ambiente que eu odeio.

– Senhor Harry Styles? – ouvi a voz familiar que conheci na semana passada e olhei para cima, enxergando um velho homem em vestimentas brancas – É a sua vez.

Me levantei e entrei no pequeno consultório, acompanhado da minha mãe. Nos sentamos nas duas poltronas em frente à sua mesa de Mogno, que ridiculamente combinava com o chão revestido por uma madeira na mesma cor, esperando o Doutor Adams terminar de ler minha ficha. Ele pigarreou algumas vezes, arrumou os óculos e releu algumas coisas.

– E então, garoto... Tomou os anti-inflamatórios e xaropes que receitei na semana passada? – era estranha a sensação de um médico me chamar de garoto simplesmente por não me conhecer direito. Eu sei que o Doutor Adams era novo na cidade, mas eu com certeza sentia falta do Doutor Cooper, e achava injusto não poder mais ver meu pediatra só porque não tenho mais idade. Ele sim me conhecia desde que nasci.

– Tomei. Todos os sete dias, nos horários certos. – respondi e minha mãe afirmou com a cabeça.

– E como se sente? A dor na garganta passou? – o médico fez algumas anotações.

– Sim. Não sinto mais dores no corpo e nem tenho mais febres. – me ajeitei na cadeira – Estou dizendo, Doutor. Me sinto renovado.

– Tudo bem. – ele se levantou – Sente-se na maca para que eu possa fazer alguns exames, só para garantir. Se tudo estiver normal, te dispenso e você pode parar com os remédios.

Como solicitado, me levantei e sentei na maca, abrindo os botões da camisa logo em seguida. O homem mais velho posicionou o estetoscópio gelado em meu peito e me fez alguns pedidos.

– Respire fundo. – fiz o que o doutor pediu – Agora solte... Muito bem, mais uma vez. – o estetoscópio passou para as minhas costas e eu respirei e inspirei diversas vezes – Agora, por favor, abra bem a boca e coloque a língua para fora. – depois de dizer, o doutor colocou um palito na minha língua e a pressionou para baixo com força. Apertei meus olhos pela dor e pela forte luz da pequena lanterna que ele acendeu em meu rosto – Certo, parece que a garganta desinflamou e os pulmões estão limpos novamente. Pode se vestir, senhor Styles. Se por acaso, algum dos sintomas voltar, pode retomar os remédios. Agora... Eu recomendo que não tome mais chuva, sim? Seja lá qual foi o motivo pelo qual isso aconteceu.

– Pode deixar, doutor. Vou andar bem agasalhado de agora em diante. – ao terminar de abotoar o último botão, vesti o casaco e desci da maca – Muito obrigado pela ajuda.

– Não precisa agradecer. Espero não vê-los em breve. – o médico brincou e apertou nossas mãos na despedida.

Saímos do consultório e caminhamos o corredor lado a lado para irmos até a saída.

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