25 de junho de 1936.
Florence
Já se passava das onze quando abri meus olhos. Ouvi o barulho de passos na escada para o sótão e logo depois senti um peso sentar próximo as minhas costas na cama. Pretendia dormir mais um pouco, mas infelizmente Marcus acordou com a maior disposição. Ele é um menino doce de 7 anos e, como irmã, não tenho muito do que reclamar. Fingi que ainda estava dormindo enquanto ele tentava me acordar e quando percebi que ele ia pular na cama, virei e o assustei com um grito, agarrando e levando o menino ao chão, matando-o de risadas.
– Bom dia, pequeno Marcus. – dei uma trégua nas cócegas para que ele pudesse respirar.
– Bom dia, pequena Florence! – ele suspirou, ainda rindo.
– Pequena? Não se esqueça que eu tenho quase o dobro da sua altura, sim? – cutuquei o seu nariz e ele exitou.
– E você não se esqueça que um dia eu serei alto e forte e terei o dobro do seu tamanho, pequena Flor. E aí você não vai mais poder me jogar para o chão assim desse jeito, e eu que vou te agarrar pelos meus ombros. Pode esperar! – ele brincou, dando ênfase em todas essas palavras.
– Ah, eu não duvido nada. – parei de falar e ele pareceu esperar que eu continuasse – O que te trouxe ao meu quarto hoje? Algum motivo especial que eu não saiba?
– Na verdade, a mamãe pediu pra que eu te acordasse antes que ela tirasse a mesa do café.
Arqueei uma sobrancelha para que ele continuasse, sabendo que não era só aquilo.
– E... Também está um dia lindo lá fora pra você me levar ao lago e brincar comigo. Ah, Florence, vamos! Por favor, é domingo! – ele implorou, como se houvesse alguma necessidade de me convencer.
– Ah eu não sei, deixe-me pensar... Tenho tantas coisas pra fazer! – fingi pensar e parecer ocupada. Marcus se ajoelhou aos meus pés e eu continuei – Levanta, menino. Claro que vou! Mas saiba que se eu precisar sair, eu vou, ok? Nada de choro como da última vez, combinado?
Meu irmão se animou e respondeu:
– Combinado!
– Ótimo, agora vamos descer antes que eu perca o café. – Ele esticou a mão para pegar na minha e foi me puxando ao descer as escadas.
Meu quarto basicamente era o sótão. Fiquei triste quando recebi a notícia de que seria, mas com o tempo dei o meu jeito. No fim das contas é legal ter algumas partes do teto rebaixadas por conta do telhado e além do mais, a vista da minha janela principal é legal: algumas ruas pra baixo e consigo ver a casa dos meus amigos. Se olhar um pouco mais distante enxergo o lago e onde o sol se põe. De fato, não é uma vista que se dispense. O lado ruim em dormir onde eu durmo são as escadas. É mesmo um inferno ter que subir mais um lance além das escadas para os quartos. Por esse motivo, se não fosse Marcus me puxando para descer mais rápido, o café teria sido tirado da mesa antes mesmo de eu chegar.
Quando entrei na cozinha gritei bom dia para que soubessem que eu já tinha acordado e me deixassem comer. Meu pai estava sentado no balcão lendo o jornal do dia e eu fui saltitando lhe cumprimentar. Ele é um homem incrível e diria até que é meu melhor amigo. Seus conselhos são os melhores e seria impossível ele ser mais atencioso do que já é. Minha mãe é um doce, admito, mas nós temos personalidades diferentes e isso causa certo tipo de tensão as vezes. Porém, no geral, nós somos uma ótima família.
Logo depois de dar um beijo de bom dia na minha mãe que lavava a louça, me sentei para comer.
– Podia me ajudar com a loja hoje, Florence? – meu pai falou parecendo ainda prestar atenção nas folhas pretas e brancas.
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Fire Head ☞ H.S
DragosteA história de uma juba vermelha e um rapaz florido encontrando o caminho para o coração um do outro em meio ao caos. • Harry Styles Fanfiction • "Um conflito militar que durou de 1939 a 1945: É assim que basicamente definem a Segunda Guerra Mundial...