Fire Head ☞ H.S

Chapter 33.

04 de fevereiro de 1938.

Florence

- Querida, desça para o café da manhã antes que se atrase! - ouvi minha mãe gritar da cozinha enquanto eu terminava de vestir meu paletó do uniforme.

Com pressa, amarrei meus cabelos em um alto rabo de cavalo e calcei meus sapatos, uma vez que já tinha feito todo o meu ritual matinal antes de ser chamada. Puxei minha bolsa do cabideiro de chão, só percebendo depois que minha pressa fez com que a alça se enroscasse em um dos braços de madeira e derrubasse-o contra o piso.

- Merda! - resmunguei assim que senti meus braços sendo puxados pela alça presa - Isso vai doer no meu ombro mais tarde.

Coloquei o objeto novamente em pé e levantei como se nada tivesse acontecido e ninguém - e realmente, absolutamente ninguém - tivesse visto. Passei a mão sobre a minha raiz para ajeitar os fios que se rebelaram e desci as escadas. Apesar de já começar a manhã assim, eu me sentia muito bem e com o humor em um ótimo estado.

- Bom dia, família! - gritei animada assim que entrei na cozinha, causando um susto na minha mãe que servia o chá na xícara de meu pai. Peter lia o jornal concentrado enquanto Marcus comia torradas com geleia.

- Bom dia, querida! - o mais velho respondeu sem tirar os olhos das letras impressas no enorme papel.

- Dormiu bem, meu anjo? - Joanne me perguntou enquanto eu me sentava.

- Sim, muito bem! - sorri para ela - Mark, pode me passar as torradas por favor?

- Claro, Flor! - ele assentiu de boca cheia - Você está animada por que é sexta-feira?

- Talvez seja o motivo, mas não sei ao certo. Só... Acordei bem hoje!

- Por falar em ser sexta-feira, querida, preciso que faça algo para mim. - meu pai abaixou o jornal - Eu sei que prometi ao Harry deixá-lo livre às sextas, mas hoje chegam alguns produtos para mim e eu preciso de ajuda. Você acha que ele poderia?

- Eu não sei, pai. Amanhã é a festa de aniversário dele e ele precisaria de tempo para organizar... Mas posso perguntar. - dei ombros e dei um gole no chá que acabara de colocar na porcelana.

- Harry vai fazer dezessete anos como você? - Marcus perguntou curioso e abanei a cabeça positivamente - Puxa! Vocês são tão grandes!

- Nós? Oh... Você está quase nos alcançando! - apertei a ponta do seu nariz - Ou se esqueceu que em novembro deste ano você faz dez anos de idade?

- Mas sempre estarei sete anos atrás... - meu irmão lamentou.

- Sorte a sua.

- Vamos, os dois parem de falar tanto e terminem de comer. Logo Harry chega e Florence nã- - a voz de minha mãe foi logo interrompida pelo som agudo da campainha.

- Fui! - respondi enquanto me levantava correndo e deixava metade da xícara e uma torrada inteira na mesa.

- Você não vai terminar de novo, querida? - Joanne perguntou.

- Não há tempo, mãe! - respondi e abri a porta, vendo Harry a minha espera e, depois, fechando a entrada atrás de mim logo em segunda.

- Você está atrasado. - sorri e fui até minha bicicleta - E bom dia, Haz.

- Oh, me desculpe. Minha mãe me obrigou a comer todo o café da manhã. - ele sorriu de volta e me observou sentar no banco e me apoiar nos guidões.