Fire Head ☞ H.S

Chapter 42.

     18 de junho de 1938.

       Florence

Terminei meu banho mais elaborado do que o comum e caminhei de toalha até meu quarto, depois de secar meu corpo superficialmente. Eu havia lavado meu cabelo mais cedo para não ter que secá-lo tão em cima da hora, então eu estava adiantada no processo longo que era se arrumar para um baile de formatura.

O meu baile de formatura.

Depois de completamente seca, devolvi minha toalha ao gancho atrás da porta do banheiro e procurei minha roupa íntima para vestir. Meu sutiã era novo, pois eu precisava de algo que caísse melhor com o corte do vestido que havia comprado. Coloquei minha calcinha e sentei na cama para vestir a meia calça. Comecei a me embolar muito e me atrapalhar ao colocar a meia tão fina, então desastradamente desisti e a arranquei das pernas. A noite não estava exatamente fria, até porque, dentro de quatro dias entraríamos no tão esperado verão. Corri até o meu guarda-roupa e tirei de lá o cabide com o meu novo vestido, tão perfeitamente passado e cheiroso, o pendurando em seguida no puxador da porta do grande móvel de madeira.

– Mãe! – a gritei das escadas – Preciso da sua ajuda!

– Já estou subindo! – ela respondeu da sala e pude ouvir seus passos apressados pela escada – Certo, do que precisa? – continuou com um sorriso orgulhoso no rosto.

– Bom... Quase tudo. – dei ombros – Começando pelo cabelo.

– Tudo bem, vamos lá. Mas antes, vou buscar minha caixa de grampos. – a mais velha fez um sinal com o dedo indicador para que eu esperasse e desceu em direção ao seu quarto.

Depois que voltou, minha mãe puxou uma cadeira para a frente do meu espelho e pediu que eu me sentasse. Expliquei a ela que não queria usar meu cabelo solto como usualmente, porém também não queria parecer uma senhora inglesa de sessenta anos no chá da tarde. A loira riu, mas pareceu entender o recado depois de reclamar por minutos que eu deveria ter usados os bobes o dia todo para dar um efeito ondulado mais marcado e arrumado nos meus fios. Apenas revirei os olhos e a deixei ser criativa com meu cabelo, pois já estava habituada a ouvir minha mãe querendo me impor diversas técnicas de beleza que eu ignorava completamente.

– Sua sorte é que tem o cabelo com as pontas onduladas naturalmente. – a loira resmungou novamente – Mas vou tentar meu máximo para não deixar esses fios rebeldes à mostra.

– Não se apegue tanto a esses detalhes. O resultado final é o que importa, ninguém precisa saber quantos grampos foram necessários. – brinquei com ela e assim que arranquei um sorriso do seu rosto tão similar ao meu, continuei – E eu sei que qualquer coisa que você fizer vai ficar lindo.

– Eu estou ouvindo um elogio seu, Florence Carter? O que é que te deu hoje?

– Não posso negar que você é muito vaidosa e, por isso, é talentosa quando o assunto é beleza. Nem me nego a interferir, porque não faço ideia do que você está fazendo aí. – virei minha cabeça para enxergar a lateral no espelho enquanto Joanne escovava meus fios delicadamente.

Minha mãe apenas riu e seguiu concentrada no meu penteado. Puxou meu cabelo para um lado, para o outro, para cima e para baixo, sem ter muita certeza do que fazer para realizar com sucesso minhas poucas exigências. De repente, ela pareceu ter uma ótima ideia e começou a pentear meu cabelo para o lado direito. Prendeu alguns grampos aqui e ali, amarrou um rabo de cavalo e começou a organizar meus fios em um coque. Por algum milagre, Joanne conseguiu fixar meus fios com um creme que tinha para deixar a raiz um tanto ondulada. No fim, um coque lateral baixo e lindo estava sobre meu ombro e eu adorei o resultado final.