Chapter 44.

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     17 de julho de 1938.

       Olivia

Às 9h55 da manhã, estava sentada no banco de madeira em frente a estação de trem de Stratford, segurando minhas malas em meu colo e usando um vestido com um casaco leve, devido aos 22 graus celsius que estavam nesta manhã. Minhas pernas chacoalhavam impacientes, pois faltavam apenas cinco minutos para o trem sair em direção a Londres e não havia nenhum sinal dos meus amigos chegando.

Depois da centésima vez que olhei para o grande relógio da estação, ouvi um barulho de carro acelerado e me virei para ver um veículo desengonçado tentando estacionar às pressas em frente a calçada. No fim, acabou sendo parado em cima da guia. Florence saiu do banco do motorista, enquanto Harry, Pam, Luke e Andrew saíram pálidos da caminhonete do mais velho, com a mão no peito, sem tempo para as risadas que eu sabia que eles queriam dar.

Luke passou primeiro na minha casa pela manhã mas eu achava que estava atrasada e pedi para que ele buscasse os outros, assim eu ia sozinha eu não atrapalhava ninguém.

– Caramba! E eu achei que eu estava atrasada! – disse enquanto eles tiravam as malas da traseira do veículo às pressas.

– Você estava, então Florence decidiu vir dirigindo até aqui e eu achei por alguns minutos que fosse morrer. Agradeça que chegamos inteiros, Ollie! – Luke me respondeu ofegante, correndo com as malas na minha direção.

– Isso é mentira! Eu não fui tão ruim. Diga a eles, Haz. – Flor respondeu o melhor amigo com uma feição sofrida de quem carregava uma mala pesada.

– Foi melhor do que a primeira vez. Pelo menos vou viajar sem a testa roxa. – Harry deu ombros trazendo o resto da bagagem com Pam e Andrew ao seu lado.

– Calem a boca, crianças! Não temos tempo para isso. – o pai de Luke colocou a última mala do lado das outras – Certo, o trem sai em três minutos. Todos vocês estão com o dinheiro bem guardado nas malas? – todos assentimos e ele continuou – Agora, vocês sabem que o esquema é o mesmo. Brian irá esperá-los na plataforma 4 da St. Pancras Station ao meio dia, assim que chegarem. Por favor, mantenham o juízo nessas cabeças e não deixem Luke convencer vocês de fazer nenhuma besteira. Vocês vão ficar muito mais tempo dessa vez, então comportem-se o quanto puderem. Se por acaso forem se relacionar com alguém, se protejam! Eu não quero nenhum de vocês voltando para casa pais ou mães, me entenderam?

– Senhor Hemmings! – Florence o adivertiu – Ainda temos só dezessete anos!

– Dezoito... – Luke sorriu maliciosamente.

– Oh, esse recado foi mais para Pam do que para todos vocês. – Andrew sorriu e bateu levemente no ombro da garota, que engoliu seco, parecendo envergonhada.

– Oh, Deus! – o loiro revirou os olhos e abanou a cabeça em reprovação – Ok, pai. Agiliza! Onde estão nossos bilhetes?

– Aqui, um de cada. Como da última vez, eu guardei porque suas cabeças são de vento. Tentem não perder isso antes que o cobrador possa verificar. – ele entregou um por um e prosseguiu – Boa viagem, crianças! Mandem notícias assim que possível, sim? – depois, nos abraçou rapidamente – Também mandem lembranças ao meu irmão. Se ele continuar o mesmo desde a última vez que o vi, tentem não fazer nada do que ele sugerir também.

Rimos e pegamos nossas malas com dificuldade e agilizade para entrar no trem que já dava sinais de partida, com fumaça se espalhando por todo o ar. Guardamos as bagagens abaixo do banco e corremos até a janela para acenar um adeus ao pai do meu amigo enquanto saíamos da estação. Dessa vez, nos sentamos em bancos um pouco mais simples do que os que sentamos da primeira vez que viajamos para Londres. Afinal, queríamos economizar mais dinheiro para a viagem e menos dinheiro com a passagem. Ao meu lado, estava Pam e na janela, estava Florence. A minha frente, Luke sentava encostado na janela e Harry ao seu lado com as compridas pernas ocupando espaçosamente o resto do banco.

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