32. Excuse me?

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Estavam sendo as piores horas da minha vida. Eu já podia ver que o dia estava prestes a clarear, e nós ainda estávamos presas com Melissa e o pior, Zayn ainda não havia aparecido e nem dado nenhum sinal.

Se eu entendi certo, Melissa tinha despachado os garotos para a polícia, e depois que ela voltou para o galpão as coisas estavam ficando ainda mais horríveis, ela não tinha senso e parecia que não estava ciente da maluquice que fazia, ela abusava de nós com a maior facilidade, já tinha feito de tudo um pouco para nos torturar e quando pensávamos em descansar um pouco ela aparecia com algo para nos bater ou molestar, eu já estava com vários hematomas pelo corpo, até morder ela havia me mordido, eu queria saber onde ela queria chegar, será que já não era o suficiente?

- Vocês parecem tão indefesas, eu poderia manter vocês assim para sempre – Melissa disse se sentando no chão com uma taça de uma bebida que não identifiquei, ela tinha soltado nossas pernas e nos deixado sentar, mas em compensação meus pulsos ardiam de modo insuportável.

- Até quando você pretende continuar com isso? – Leigh exclamou e ela cerrou os olhos para nós.

- Por enquanto vem sendo bem divertido, não sei se quero parar tão cedo – respondeu dando um sorriso maldoso e bebendo mais um gole.

- As pessoas já devem estar procurando por nós, elas vão vir atrás da gente – falei e Melissa soltou uma risada.

- Pode vir o exército se quiser, não me importo. Eu acho que conversamos demais, o intervalo acabou – ela falou adotando uma postura rígida novamente e se levantando.

Ela foi até uma mesa de madeira que estava em um canto e deixou lá sua taça, a substituindo por um chicote de couro, arregalei os olhos vendo aquilo e me arrepiei, não sendo de frio daquela vez.

- Sabe Perrie, não sei se já lhe disse, mas você tem pernas lindas – Melissa disse vindo em minha direção passando a mão pelas tiras do objeto – Aposto que os homens adoram acaricia-las, aperta-las e até mesmo morde-las não é mesmo? – sua voz tinha um tom de ressentimento, contraí o cenho observando seus movimentos. – Seria uma dó se elas ficassem tão marcadas que nenhuma pessoa iria se sentir atraída, nem mesmo o seu namoradinho.

Melissa se curvou em minha frente e deu um leve sorriso, minhas pernas estavam esticadas pelo chão mas ela fez com que elas se contraíssem mantendo os joelhos no alto, depois subiu as unhas pelas minhas cochas nuas me fazendo sentir a ardência na minha pele.

- Isso não nada meu doce – ela disse e se levantou adquirindo uma postura ereta, revirei os olhos e encostei a cabeça na pilastra, já sabendo o que viria a seguir.

Foi apenas Melissa esticar o chicote que eu podia ouvir as meninas pedindo que não fizesse isso, mas não havia cogitação, e logo eu pude sentir a dor e a queimação na minha perna, arfei e já tentei me recompor para a próxima.

Mas ao invés de ouvir o barulho do couro contra minha pele ouvi o barulho do portão ranger, Melissa se virou e havia uma das garotas parada aparentemente ofegante.

- Temos uma emergência, uns garotos estão no galpão e insistem entrar, por enquanto estão contidos, você não precisa se preocupar... – dizia ela mas foi interrompida.

- Tragam eles até aqui, um conflito só ia estragar a diversão – disse Melissa e com uma feição de estranheza a garota deixou o cômodo. – Acho que teremos visitas!

Eu sabia que ele viria, e que ele estava ali, eu não tinha gostado muito do plano de Melissa, mas poder vê-lo seria a anestesia que faltava, eu não aguentava mais ter medo do pior acontecer e não poder ver seu rosto novamente.

Battlefield: The War [Zerrie]Onde histórias criam vida. Descubra agora