CAP-4

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Pablo: O que eu disse sobre sair do quarto? - Perguntou, secamente

Ster: Rafael me disse que eu poderia sair, se precisasse. - Se defendeu

Pablo: Rafael está aqui? - Perguntou, agora ameaçador.

Mas Alay estava encantada com a pequena menina.

Alay: Olá, pequena estranha. - Avançou um passo na direção de Ster, sorrindo. A enorme calda do seu vestido de noiva se arrastou pelo chão.

Ster: Olá, grande estranha. - Correspondeu o sorriso

Pablo olhava a cena incrédulo, como se aquilo lhe causasse nojo.

Pablo: Vá para o seu quarto. Logo eu estarei lá. - Mandou, friamente.

Alay viu Ster estremecer, acenar pra ela e sair. Logo Pablo se virou pra ela.

Pablo: Eu imagino que você queira ficar sozinha antes de... - Ele passou a mão no cabelo, confuso. Esse não era o Pablo calculista, era um que falava sem pensar. - Bom, esse é o nosso quarto. - Apontou pra porta atrás de Alay - De qualquer forma, eu já volto. - Disse, e Alay podia jurar que o viu ruborizar antes de partir.
Alay: Perdida... Perdida... - Murmurava dentro do quarto, andando de um lado pro outro.

O quarto era enorme. Tinha uma linda cama, com dorsel, em um colchão que parecia absurdamente confortável. Alay estava despencando de cansada, mas não trocou o vestido de noiva, aliás, nem sabia o que ia vestir. Estava presa em sua desolação, quando ouviu outro murmúrio, vindo do corredor.

XXXX: Tão pequena... Ah, Deus... - Lamentou, passando pela porta do quarto de Alay

Alay: O que houve? - Perguntou, aparecendo da porta.

XXXX: Ah, senhora. - Sussurrou - O senhor viu a menina Ster no corredor. Ela o desobedeceu. Ah, Deus. - Lamentou-se de novo

Alay: Ele não ficou muito contente. - Falou, ainda sem entender.

XXXX: Ah, ele vai castiga-la, senhora. - Disse, pesarosa e triste.

Nesse momento, se ouviu um gritinho fino vindo do outro corredor. Alay franziu cenho. Pablo estava... batendo na menina? Antes que pudesse pensar, Alay segurou a barra do vestido e disparou correndo. O quarto de onde vinham os gritos era longe, e seu vestido era incomodamente pesado. Ela chegou a fonte dos gritos, e invadiu o quarto. Ster jazia encolhida num canto, e Pablo acertava ela com algo que lembrava um cinto, a expressão dura no rosto.

Alay: PÁRA! - Gritou, segurando o braço dele com as duas mãos. Ster tinha os braços na frente do rosto, defensivamente, chorando e tremendo. Várias marcas vermelhas começavam a aparecer nos braços e ombro da menina.

Mas Pablo não parou.

Alay: PABLO, PÁRA! - Ela se jogou na frente da menina, tapando-a com seu corpo, recebendo um golpe que não pode ser refreado - MONSTRO! VOCÊ NÃO É HUMANO! - Gritou encarando-o, antes de abraçar Ster.

Pablo tinha a expressão vazia, fria.

Alay: Tá tudo bem, little stranger. - Não sabia porque, mas se afeiçoou a aquele bolinho que a abraçava fortemente - Ele não vai mais voltar. - Acariciou os cabelos da menina

Ster: O-obrigado. - Murmurou, soltando Alay, esfregando o olhinho com as costas da mão - Rafael não teria deixado. - Resmungou, subindo na cama.

Alay: O que você é do Pablo? - Perguntou, amistosa.

Ster: Ele é meu irmão. Mas finge que eu não existo. - Disse enquanto Alay lhe ninava.

Alay: Me escuta. Não importa o que você ouvir hoje, não saia desse quarto. Por favor. - Ster a encarou, temerosa, mas assentiu.

Quando Ster dormiu, Alay a cobriu, se benzeu brevemente e saiu. Foi ao quarto, mas Pablo. não estava lá. Não queria ser pega de surpresa, então saiu vagando pela mansão, agora escura. Desceu as escadas, e andou pela sala principal, iluminada apenas por alguns abajures. Alay não tinha reparado, mas era uma linda sala. Tudo tão luxuoso. Estava passando a ponta dos dedos levemente pela madeira de um sofá, quando ouviu uma voz que não sabia de onde vinha.

Pablo: Me procurando, petit? - Perguntou, aparecendo na sala, com um copo de whisky quase vazio nas mãos.
Pablo não estava mais com o terno e gravata com que chegara. A calça era a mesma, mas estava com uma camisa branca, solta, e descalço.

Alay: Nã-não. - Ela recuou, assustada.

Pablo: Mas eu sim. - Tomou o ultimo gole do whisky, deixando o copo na mesinha.

Alay: Bom, eu estou aqui. - Disse tentando manter a calma - Então, boa noite. - Acenou com a cabeça e ia saindo, quando Pablo riu. Alay disparou em direção a escada, mas num passe de mágica Pablo a estava segurando por trás.

Pablo: Tão fácil, petit? - Perguntou, passando os lábios de leve no pescoço dela, fazendo-a estremecer - Tanta coragem lá em cima, e medo disso? - Ela sentiu a mão dele lhe enlaçar a cintura

Alay: Me deixe. - Murmurou, lutando contra os braços dele.

Pablo: Quieta, Alay! - Ordenou, com a voz dura. Ele tentou segura-la, mas Alay não parou.

Alay brigou com Pablo até que conseguiu se soltar. Nessa altura, ele já havia desamarrado quase todo o corpete do vestido. O que não conseguiu desamarrar, rasgou. Ela correu, apavorada, pra trás de um sofá.

Alay: Pare com isso! - Pediu, se cobrindo como podia.

Pablo: Quanto mais você correr, mais vai ser pior. - Avisou, se aproximando dela e desabotoando a camisa.

Alay: Me deixe em paz! - Gritou, mas Pablo já tinha partido pra cima dela.

Original SinOnde histórias criam vida. Descubra agora