Pablo: O que eu disse sobre sair do quarto? - Perguntou, secamenteSter: Rafael me disse que eu poderia sair, se precisasse. - Se defendeu
Pablo: Rafael está aqui? - Perguntou, agora ameaçador.
Mas Alay estava encantada com a pequena menina.
Alay: Olá, pequena estranha. - Avançou um passo na direção de Ster, sorrindo. A enorme calda do seu vestido de noiva se arrastou pelo chão.
Ster: Olá, grande estranha. - Correspondeu o sorriso
Pablo olhava a cena incrédulo, como se aquilo lhe causasse nojo.
Pablo: Vá para o seu quarto. Logo eu estarei lá. - Mandou, friamente.
Alay viu Ster estremecer, acenar pra ela e sair. Logo Pablo se virou pra ela.
Pablo: Eu imagino que você queira ficar sozinha antes de... - Ele passou a mão no cabelo, confuso. Esse não era o Pablo calculista, era um que falava sem pensar. - Bom, esse é o nosso quarto. - Apontou pra porta atrás de Alay - De qualquer forma, eu já volto. - Disse, e Alay podia jurar que o viu ruborizar antes de partir.
Alay: Perdida... Perdida... - Murmurava dentro do quarto, andando de um lado pro outro.O quarto era enorme. Tinha uma linda cama, com dorsel, em um colchão que parecia absurdamente confortável. Alay estava despencando de cansada, mas não trocou o vestido de noiva, aliás, nem sabia o que ia vestir. Estava presa em sua desolação, quando ouviu outro murmúrio, vindo do corredor.
XXXX: Tão pequena... Ah, Deus... - Lamentou, passando pela porta do quarto de Alay
Alay: O que houve? - Perguntou, aparecendo da porta.
XXXX: Ah, senhora. - Sussurrou - O senhor viu a menina Ster no corredor. Ela o desobedeceu. Ah, Deus. - Lamentou-se de novo
Alay: Ele não ficou muito contente. - Falou, ainda sem entender.
XXXX: Ah, ele vai castiga-la, senhora. - Disse, pesarosa e triste.
Nesse momento, se ouviu um gritinho fino vindo do outro corredor. Alay franziu cenho. Pablo estava... batendo na menina? Antes que pudesse pensar, Alay segurou a barra do vestido e disparou correndo. O quarto de onde vinham os gritos era longe, e seu vestido era incomodamente pesado. Ela chegou a fonte dos gritos, e invadiu o quarto. Ster jazia encolhida num canto, e Pablo acertava ela com algo que lembrava um cinto, a expressão dura no rosto.
Alay: PÁRA! - Gritou, segurando o braço dele com as duas mãos. Ster tinha os braços na frente do rosto, defensivamente, chorando e tremendo. Várias marcas vermelhas começavam a aparecer nos braços e ombro da menina.
Mas Pablo não parou.
Alay: PABLO, PÁRA! - Ela se jogou na frente da menina, tapando-a com seu corpo, recebendo um golpe que não pode ser refreado - MONSTRO! VOCÊ NÃO É HUMANO! - Gritou encarando-o, antes de abraçar Ster.
Pablo tinha a expressão vazia, fria.
Alay: Tá tudo bem, little stranger. - Não sabia porque, mas se afeiçoou a aquele bolinho que a abraçava fortemente - Ele não vai mais voltar. - Acariciou os cabelos da menina
Ster: O-obrigado. - Murmurou, soltando Alay, esfregando o olhinho com as costas da mão - Rafael não teria deixado. - Resmungou, subindo na cama.
Alay: O que você é do Pablo? - Perguntou, amistosa.
Ster: Ele é meu irmão. Mas finge que eu não existo. - Disse enquanto Alay lhe ninava.
Alay: Me escuta. Não importa o que você ouvir hoje, não saia desse quarto. Por favor. - Ster a encarou, temerosa, mas assentiu.
Quando Ster dormiu, Alay a cobriu, se benzeu brevemente e saiu. Foi ao quarto, mas Pablo. não estava lá. Não queria ser pega de surpresa, então saiu vagando pela mansão, agora escura. Desceu as escadas, e andou pela sala principal, iluminada apenas por alguns abajures. Alay não tinha reparado, mas era uma linda sala. Tudo tão luxuoso. Estava passando a ponta dos dedos levemente pela madeira de um sofá, quando ouviu uma voz que não sabia de onde vinha.
Pablo: Me procurando, petit? - Perguntou, aparecendo na sala, com um copo de whisky quase vazio nas mãos.
Pablo não estava mais com o terno e gravata com que chegara. A calça era a mesma, mas estava com uma camisa branca, solta, e descalço.Alay: Nã-não. - Ela recuou, assustada.
Pablo: Mas eu sim. - Tomou o ultimo gole do whisky, deixando o copo na mesinha.
Alay: Bom, eu estou aqui. - Disse tentando manter a calma - Então, boa noite. - Acenou com a cabeça e ia saindo, quando Pablo riu. Alay disparou em direção a escada, mas num passe de mágica Pablo a estava segurando por trás.
Pablo: Tão fácil, petit? - Perguntou, passando os lábios de leve no pescoço dela, fazendo-a estremecer - Tanta coragem lá em cima, e medo disso? - Ela sentiu a mão dele lhe enlaçar a cintura
Alay: Me deixe. - Murmurou, lutando contra os braços dele.
Pablo: Quieta, Alay! - Ordenou, com a voz dura. Ele tentou segura-la, mas Alay não parou.
Alay brigou com Pablo até que conseguiu se soltar. Nessa altura, ele já havia desamarrado quase todo o corpete do vestido. O que não conseguiu desamarrar, rasgou. Ela correu, apavorada, pra trás de um sofá.
Alay: Pare com isso! - Pediu, se cobrindo como podia.
Pablo: Quanto mais você correr, mais vai ser pior. - Avisou, se aproximando dela e desabotoando a camisa.
Alay: Me deixe em paz! - Gritou, mas Pablo já tinha partido pra cima dela.
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Original Sin
RomanceA história toda se passa no século passado Onde as coisas eram bem diferentes Alay uma jovem comum teve a vida de cabeça para baixo ao descobrir que seu casamento estava arranjado com Pablo deville um dos homens mais ricos do mundo. Ele- jurou odi...