CAP-8

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Quando chegaram em casa, Pablo rumou ao escritório, organizar alguns papéis, e Alay foi direto pro quarto de Ster, com uma legião de empregados carregando caixas atrás dela.

Alay: Ster? - Chamou, dando batidinhas na porta do quarto

Ster: Oi? *-* - Ster adorava quando Alay lhe visitava, não era bom ficar sozinha - Lay? - Disse estuperfada, ao ver o corredor lotado.

Alay: Presentes. - Sorriu, radiante, e Ster deu espaço pros empregados entrarem.

Quando terminaram, o quarto da menina estava cheio. Ela e Alay se divertiram rasgando tudo de velho que a menina tinha: roupas, lençóis de cama, tudo. Depois, cuidadosamente, arrumaram tudo de novo. O guarda-roupas ficou abarrotado. Os dias foram se passando, e Ster aprendia cada vez mais. Já sabia comer corretamente, e andar com as sapatilhas novas. Tinha dificuldade com os espartilhos.

Ster: Não consigo... - Alay puxou o ultimo fio do espartilho - Respirar. - Olhou atônita pra Alay, que deu o laço no cordão.

Alay: Tá ótima. - Alisou a barriga da menina. Ster começava a ficar vermelha. - O segredo é respirar superficialmente. - A menina tentou, e pareceu melhorar. - Agora, senta. - Ster se sentou com um pulo e cruzou as perninhas - Não! - A menina se encolheu - Assim.

Alay, que estava encostada na cama, foi até a cadeira do lado de Ster. Sentou-se, deixando as pernas penderem pro lado.

Alay: Damas direitas nunca cruzam as pernas, deixam elas ficarem gentilmente relaxadas. - Apontou pra as pernas - Tenta.

Ster que já estava de pé, foi levemente até a cadeira e deixou as perninhas de lado. Alay sorriu e bateu palmes, abraçando a menina em seguida. Alay não sabia, mas Pablo a estava observando pela porta entreaberta. Ele revirou os olhos, balançou a cabeça negativamente, mas riu ao sair. Logo um mês se passou. Ster estava uma daminha. Numa manhã inesperada, Larra e Benjamim retornaram.

Pablo: Rafael? - Perguntou, dando falta do irmão

Benjamin: Luciana deu problemas, não queria deixa-lo vir, então ele vem depois de amanhã. - Pablo revirou os olhos, Benjamin riu

Pablo: Já reparou como as mulheres tem uma incrível facilidade de se tornarem transtornos? Problemas, pra melhor dizer? - Ele disse, olhando Alay

Alay: Eu já disse que você é insuportável hoje? - Perguntou, se fazendo de curiosa.

Pablo: Não, hoje ainda não. - Sorriu debochado pra ela.

Alay: Pois você é. A criatura mais irritante, mais insuportável que eu conheço. - Sorriu, sem expressão. Larra arregalou os olhos

Pablo: Era por isso que você não queria casar comigo? - Ele sorriu, frio pra ela.

Alay: Vai pro inferno, Pablo. - Ela puxou Pablo pela mão, saindo da sala.

Após desfazer a bagagem, Alay, Pablo, Larra e Benjamim almoçaram. Depois, Pablo e Benjamim saíram, deixando Larra e Alay a sós.

Larra: Fomos a Paris. - Disse animada - Trouxe tantos presentes. - Sorriu, radiante

Larra era meio tagarela, mas Alay gostava. Ouvia as histórias com atenção e sorria. Era bom ter alguém pra conversar.

Larra: Agora, me diz. - Perguntou, reduzindo o tom de voz - Como foi a noite de núpcias? *-* - Alay arregalou os olhos, mas Larra estava falando sério - Essa cama enorme! - Ela deitou de costas na cama de Alay, abrindo os braços

Alay: Foi no chão... da sala. - Ela sorriu sem jeito e foi até a janela.

Larra: No chão da sala?- Perguntou, confusa.

Alay: Eu tentei fugir. - Respondeu, amargurada.

Larra: Mas porque? - Ela se sentou, encarando a irmã, confusa - Quero dizer, a primeira vez foi difícil. Eu não sabia o que fazer, Benjamin era tímido demais. Mas a gente conversou um pouco, e quando estávamos calmos, aconteceu, ele foi super carinhoso comigo. - Sorriu - Porque você fugiu?

Alay: Porque eu tinha medo. - Ela disse, se lembrando - Me machucou muito, eu me senti sangrar. - Ela sacudiu o rosto, espantando as lembranças

Larra: E depois? - Alay ergueu a sobrancelha - Não aconteceu de novo? - Alay negou - Ah, comigo e o Ben é quase todo dia, eu gosto. - Sorriu, radiante.

Alay: Eu sei que estou faltando com as minhas obrigações de esposa, mas... não sei como agir. - Ela franziu a sobrancelha, confusa por pensar naquilo.

Larra: Pois furnicar com Benjamin é ótimo. - Ela abriu o leque e se abanou, rindo.

Alay: Pára com isso, Larra Vitória! - Jogou um travesseiro na irmã, rindo.

O jantar foi normal, calmo. Alay, após algum tempo, pediu licença e saiu, deixando Benjamin e Pablo conversando e Larra bordando. Passou no quarto de Ster, deu boa noite a menina, tomou um banho e se deitou, encolhida no seu lado da cama. Adormeceu antes que Pablo fosse deitar.

Quando acordou no dia seguinte, ele já havia saído. Alay agradeceu por isso, não queria uma briga, não agora. Se banhou, se penteou, Rose a ajudou a se vestir. Colocou um vestido azul marinho e deixou os cabelos soltos. Foi até a cozinha e preparou a bandeja de Ster.

Todos os empregados gostavam de Alay com. Era meiga, educada, tratava todos com respeito. Conversou com todos enquanto fazia a bandeja. Depois subiu pra levar o café pra menina.

Alay: Hora de acordar, Little Stranger. - Disse alisando o cabelo de Ster, que dormia.

Ster: Humm... - Se espreguiçou - Bom dia. - Sorriu

O quarto de Ster ficou um sonho depois de Alay; A menina usava uma camisolinha de Algodão, rendada. Estava tomando café quando ouviu uma movimentação anormal no andar debaixo. Ster engasgou.

Ster: Rafael! - Grasnou, tentando se levantar.

Alay: Não! - Puxou a menina - Não está apresentável. - Ster a olhou, exasperada - Eu vou, e trago ele. Você fica e termina o café. Promete? - Ster assentiu de má vontade e voltou a comer.

Alay descobriu que estava curiosa sobre Rafael. Avançou pelo corredor, revisando mentalmente o que já haviam lhe dito sobre ele. Ruivo, bonito... Mas quando Alay chegou ao parapeito da escada, seu deleite foi total. Rafael era menos forte que Pablo. Completamente diferente de Benjamin. Seus cabelos eram cor de bronze, ele era pálido, alto, esguio. Usava um palitó preto aberto, com uma camisa branca por dentro. Quando ele olhou pra ela, Alay viu um whisky bem claro nos olhos dele. Ela se perguntou se finalmente enlouquecera. Aquele Deus lhe encarando não podia ser real. Rafael sorriu pra Alay, revelando um conjunto de dentes alvos, alinhados, perfeitos, e Alay não sabia mais o seu nome.

Original SinOnde histórias criam vida. Descubra agora