CAP-11

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Minutos se passaram. A chuva inundava tudo lá fora, mas a temperatura dentro do quarto era mais alta possivel. Alay e Pablo não pararam com os beijos nem por um minuto. Agora, Pablo tinha uma mão acariciando firmemente o seio esquerdo de Alay, por baixo da camisola. Ele estava deitado entre as pernas dela, e ela tinha uma das pernas dobradas, de modo que a pele descoberta dela alisava a cintura dele a cada movimento. Ele soltou a boca dela, terminando de abrir a parte da frente da camisola. Logo Alay ofegou, sentindo a mão dele ser substituida por sua boca.

Pablo era bruto, mas Alay descobriu que gostava assim. Ela tinha as mãos dentro da camisa dele, arranhando-o de leve. Pablo passou a mão em sua cintura e fez pressão no quadril dela, fazendo-a sentir sua potente excitação. Sorriu ao ouvir o gemido surpreso dela. Os dois estavam completamente entregues, quando uma batida na porta os alertou.

Benjamin: Pablo. - Chamou, batendo na porta. Alay e Pablo pararam. Pablo xingou baixinho

Pablo: O que foi? - Perguntou, sem paciência

Benjamin: Um raio derrubou uma arvore no portão.

Pablo: Pro diabo com o portão, o que eu tenho a ver com isso? - Alay riu, sem se conter, da irritação do marido.

Benjamin: Você tem a ver com isso que o porteiro estava lá, e parece que ele se machucou. - Disse, impaciente

Pablo: Amanhã eu resolvo isso. - Disse de má vontade. Ele passou a mão pela nuca de Alay e a beijou de novo. Ela só sabia sorrir.

Benjamin: Francamente, eu também estava ocupado, se é que você entende. - Pablo parou o beijo, suspirando. Alay riu, pensando em como Larra estaria agora. - Se isso pudesse ser resolvido amanhã, eu não estaria aqui. - Ele deu um murro na porta - VAMOS LOGO, PABLO! - Rugiu, irritado.

Pablo: Inferno, Benjamin, porque não chamou Rafael?! - Grunhiu enquanto vestia o roupão. Alay agora estava completamente constrangida, fechando a camisola. - Sua boca está da cor de sangue. - Avisou, divertido. Alay ruborizou e se sentou na cama, de cabeça baixa. Viu o marido calçar os pés e abrir a porta, sumindo pelo corredor acompanhado por Benjamin.

Alay pôs uma mão na testa, cansada. Parecia que nem a natureza queria que seu casamento desse certo. Estava afogada em sua tristeza, quando ouviu uma batidinha na porta.

Rafael: Como você também foi acordada pela belezinha do Benjamin, eu estou indo tomar um chocolate quente na cozinha, aceita? - Sorriu da porta pra ela

Alay: Ahn? - Ela estava débil de novo. Ver Rafael de madrugada era algo que desestabilizava qualquer uma. - Ah, claro, quero sim. - Sorriu, se levantando.

Alay vestiu seu hobbie por cima da camisola, e alisou os braços.

Rafael: Não se assuste, isso acontece com freqüência. - Sorriu pra ela. Ele vestia um roupão de veludo preto.

Alay: Não é nada, só o frio. - Sorriu de volta. Rafael era como um anestésico pra dor que ela sentia.

Quando ela passou por ele, ele lhe abraçou pelo ombro, e os dois rumaram pra cozinha. A pele dele continuava fria. Rafael tinha um perfume diferente, Alay não sabia descrever. Simplesmente o abraçou pela cintura, e continuou andando.

Rafael preparou o chocolate quente pra Alay, e os dois estavam conversando distraidamente na sala, quando ouviram os gritos vindos da sala.

Pablo: EU MANDEI DERRUBAREM AQUELA ARVORE UMAS DEZ VEZES, MAS PRECISAVAM ESPERAR ISSO ACONTECER. - Rugiu entrando em casa, pingando agua, com um Benjamin não muito diferente atrás dele - Que diabo você está fazendo aqui? - Perguntou, grosso, a Alay

Pablo: Não estou com paciência para você agora. - Disse, duro, e Benjamim o chamou, indo pro escritório dos dois, deixando um rastro de agua por onde passavam

Alay: Não precisava. - Sorriu, gentilmente.

Rafael: Eu passei por isso a minha vida toda, não é incomodo nenhum. - Sorriu, descontraído como antes.

Alay acordou com o corpo doido no dia seguinte. Dormiu muito pouco. Pablo já não estava lá. Ela se banhou, pôs um vestido verde claro, comeu alguma coisa, e pôs-se a passear no jardim. Era um jardim bonito, apesar dos pesares. O dia estava frio, mas não chovia. Estava detraída quando ouviu o galope de um cavalo perto de si. Virou-se pra olhar, e então ela não sabia mais quem era. Rafael vinha montado num garanhão preto, galopando próximo a mansão. Ele sorriu ao ver Alay. Entregou o cavalo a um empregado e foi até ela.

Alay: Pensei que você tivesse ido com Pablo e Benjamim. - Sorriu

Rafael: Eu cuido da parte burocrática dos negócios, papéis. Os donos da verdade se encarregam do resto. - Alay riu

Alay: Vocês são tão diferentes. - Ela franziu a sobrancelha, enquanto continuava a andar. Rafael a acompanhou. - Nem dá pra perceber que são irmãos.

Rafael: Meu pai era um canalha. - Alay não segurou o riso - É sério - Ele sorriu - Cada um de nós somos filhos de pessoas diferentes. Benjamin por Alexandra, Pablo e Ster por Luisa, e eu por Elisabeth. - Ele deu um sorriso torto, e Alay não tinha mais problemas.

Alay: Agora dá pra entender. - Sorriu

Rafael: A única coisa que temos dele são os traços, e a cor morto-vivo. - Alay sorriu - Pablo e Benjamim herdaram o gênio dele. Mas eu não me interesso tanto, Ster também não.

Alay: E a sua mulher? Luciana, o nome, não é? - Perguntou, sendo educada.

Rafael: Luciana. - Sorriu - Ficou na França, com a mãe dela. Creio que... - Ele parecia estar fazendo cálculos na cabeça - Bom, creio que um dia ela venha pra cá. - Sorriu abertamente

Alay: Você tem filhos?

Rafael: Não, ainda não. Se tivesse, não os deixaria. - A tristeza alcançou Alay de novo, Rafael percebeu - E você? - Perguntou, excessivamente curioso

Alay: AAAAAAAAH, claro, tenho um, chama Rafael. - Rafael riu.

E então Alay estava rindo de novo. Era incrível o poder que Rafael tinha de acalma-la. Ao lado dele, o inferno parecia o céu. Ao contrário de Pablo, que era difícil como parir um filho, Rafael era fácil como respirar. Os dois continuaram andando pelos jardins, conversando, rindo, sentindo o vento frio engolfá-los. Pareciam mais um casal feliz, do que cunhados.

Original SinOnde histórias criam vida. Descubra agora