Alay pensou durante o caminho. Chegou em casa decidida: iria cozinhar. Não sabia como diabos faria isso, já que nunca nem fritara um ovo na vida, mas queria fazer isso ela mesma. Pablo tinha fome, então ela o faria. Chegou em casa, e após ver Dulce, que dormia, rumou a cozinha.
Larra: Lay, o que você...? – Perguntou, seguindo-a.
Alay: Vou cozinhar. – Disse, decidida.
Larra: Mas... porque? – Perguntou, confusa.
Alay: Pablo não come desde o dia do acontecido. E eu tenho pra mim que é por isso que a febre dele vive voltando. Então, vou alimenta-lo. – Sorriu, chegando a despensa da mansão.
Larra: Porque o hospital não dá comida pra ele? São loucos?
Alay: O médico é um incompetente. Eu tenho que pedir pra que ele faça tudo. E, no estado em que está, eu realmente não acho que Pablo precise de comida de hospital. Então, eu cozinho. – Disse, saindo da despensa com uma panela.
Larra: Desde quando você sabe cozinhar? – Perguntou, incredula.
Alay: Eu não sei. – Admitiu, tratando de acender o fogo – Mas veremos se não aprendo. – Se desafiou – Como o tiro foi na barriga, eu temo que ele não deva comer coisas pesadas. Mas precisa de algo forte, porque tá desnutrido, o meu bebê. – Comentou, risonha, lembrando-se do bico que Pablo deu pra fazer cada vez que ela negava alguma coisa. – Não sei, talvez uma sopa, uma canja...? – Ela olhou confusa pra infinidade de alimentos ali.
Larra: Eu não sei te ajudar. – Fez uma careta. Alay alisou os cabelos, olhando pra dispensa . Alay pegou tudo do que ela achava que era forte. Algumas verduras, legumes, temperos e condimentos. Estava voltando pra cozinha quando Luciana seguiu ela e Larra.
Luciana: Eu não sei muita coisa, realmente, mas sei de algo que Renée me ensinou a fazer, quando Théo esteve doente. Na verdade eu ouvi ela ordenar um empregado, mas enfim, eu entendi a base.
Alay: Então me ajude aqui. – Disse, animada, e Luciana ajudou ela com uma abóbora imensa, enquanto Larra trazia uma braçada de batatas.
Larra: O gosto disso vai ficar uma maravilha. – Comentou, irônica, enquanto começava a descascar as batatas.
Luciana: Tava pensando nisso também. – Comentou, receosa, partindo a abóbora.
Alay: Eu pensei em por carne, mas acho que fica ruim pra ele digerir. Se bem que... – Ela pensou por um momento – ROSE! – Chamou, animada . Rose apareceu, e atendeu ao pedido de Alay. A morena pôs um avental, e foi pro fogão. Não deixou que ninguém lhe ajudasse, só a descascar mesmo. Luciana e Larra, por fim, ficaram sentadas, olhando a morena mexer nas diversas panelas em que inventava. Só restava esperar, rezar, e por fim ter medo, do que sairia dali.
-
Alay entrou no hospital, sorrindo de leve, satisfeita. Terminara de cozinhar, tomara um bom banho, ficara com Dulce bem uma hora. A menina brincou com a mãe, mamou, e voltou a dormir. Alay, que estava de hobbie com a menina, se vestiu, e foi embora. A receita não parecia ter ficado tão ruim. Ela cozinhou bem as verduras, depois as amassou, e misturou todas em uma terrina, com caldo de sopa. Picou uns pedacinhos minúsculos de galinha e misturou. Ficou com a consistência de um mingau grosso, com os pedacinhos picados dentro, de uma cor abóbora clara, e com um leve cheirinho de ensopado. Só que criaram problema pra deixar ela entrar no hospital.
Médico: O que houve? – Perguntou, chegando a recepção, tranquilo.
Enfermeira: Essa senhora insiste em entrar pro quarto com alimentos. Eu disse que o regulamento do hospital não permitia, mas ela insistiu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Original Sin
RomanceA história toda se passa no século passado Onde as coisas eram bem diferentes Alay uma jovem comum teve a vida de cabeça para baixo ao descobrir que seu casamento estava arranjado com Pablo deville um dos homens mais ricos do mundo. Ele- jurou odi...