CAP-63

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Em média, um mês se passou. Alay já estava bem melhor. Porém, seu coração continuava em conflito. Rafael foi visita-la quase todos os dias, e levou Dulce diversas vezes. Pablo tinha ganas de ir também, mas não queria pressiona-la com sua presença.

Guilherme: Alay, você está sendo tola. - Reclamou, depois de conversar longamente com a irmã.

Alay: Não estou, não. - Cruzou os braços.

Guilherme: Você me disse que o verdadeiro amor sempre volta. - Lembrou, e Alay assentiu - Talvez o seu tenha voltado.

Alay: É, talvez. - Disse, irônica - O que Pablo já fez por mim, Guilherme? É só me machucar, depois voltar e pedir desculpas. Não é assim.

Guilherme: Alay, Pablo salvou sua vida. - Lembrou, sério.

Alay: Foi uma coincidência! Ele foi atrás de mim, e me encontrou ferida. Me carregou e me levou pra um hospital.

Guilherme: Negativo. Ele tirou o veneno da cobra de você, antes disso.

Alay: Que? - Perguntou, suspresa.

Alay não sabia dessa parte. Pablo não contou. Só disse que havia encontrado ela. Mas Guilherme não hesitaria em contar a verdade.

Guilherme: Ferimento por ferimento. Se ele engolisse aquilo, podia ter morrido. Você estaria morta se ele não tivesse feito. Um por um, fez o que pode por você.

Alay: Eu... eu não sabia. - Murmurou, pensativa.

Guilherme: Benjamin matou a cobra, mas foi Pablo que tirou o veneno de você. Pense nisso.

Alay: Eu estou confusa, Gui. - Assumiu, afundando no travesseiro.

Guilherme: Não deixe que o amor escape por entre os seus dedos como Ana escapou de mim, Lay. Dói muito olhar pra trás e não poder fazer nada. - Disse antes de dar um beijo na testa dela, e sair do quarto, deixando Alay entre a cruz e a espada.

Alay não dormiu aquela noite. A chuva açoitava a janela, e ela chorava. Estava decidida. Mas antes, precisava chorar toda a sua dor, pra que conseguisse. No dia seguinte, amanheceu calma. Já não havia o que chorar.

Médico: Está livre, senhora Deville. - Anunciou, sorrindo, após verificar o pé dela. Estava livre do gesso.

Alay: Em nome de Deus, até que enfim. - Ela sorriu, acariciando o calcanhar.

O médico deu umas recomendações, como por exemplo não forçar muito o pé nos primeiros dias. Alay assentiu. Em seguida, passou uns minutos pensando. Se levantou, se banhou, se vestiu. Usou o único vestido preto que Pablo lhe mandara. Se penteou, e, verificando-se uma ultima vez, saiu de seu quarto.

Guilherme: Boa sorte. - Desejou, ao encontrar a irmã no corredor. Alay assentiu, e seguiu

O caminho até a mansão Deville foi silencioso. Alay sorriu ao passar pelo portão da propriedade. Lembrava de cada passeio ali. Quando a carruagem parou na frente da porta principal da mansão, ela suspirou e desceu. Lembrou-se da ultima vez em que estivera ali. Da certeza de não voltar mais. Entretanto, ali estava ela. Só que não havia tempo. Precisava ser feito logo, antes que perdesse a coragem. Ela subiu a escadaria, segurando a barra do vestido ao fazê-lo.

Rose: Senhora. - Cumprimentou, surpresa e contente.

Alay: Rose. - Retribuiu - Minha filha? - Perguntou, sentindo falta dos gritinhos de Dulce.

Rose: Saiu juntamente com a senhora Larra, o senhor Benjamin, o senhor Rafael, Théo, Ster e o menino Diogo. - Respondeu, prontamente. - Creio que foram as compras.

Original SinOnde histórias criam vida. Descubra agora