CAP-34

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Alay: Certo, então. - Ela olhou pra frente, pensando - E, segundo os seus planos, o que eu devo fazer agora?

Pablo: Hum... - Ele fingiu estar pensativo, enquanto esfregava o olho - Você deve me dar um beijo de bom-dia. - Respondeu, rouquinho de sono, olhando ela, com um sorriso de canto no rosto.

Alay fez uma careta. Pablo riu, e após tocar o rosto dela com a mão, a beijou docemente. E ali estavam os dois. Havia carinho, paixão, perdão, talvez até amor neles. Os minutos se passaram, e aquele beijo não acabava nunca. Só fazia se intensificar. A respiração de Alay já estava pesada enquanto ele prendia ela entre os braços fortes, encostando-a no travesseiro, e deitando-se em cima dela. Ela o abraçou pela cintura, sentindo o peso do corpo dele sobre o seu, e excitando-se com aquilo. Estava prestes a enlaçar a cintura dele com as pernas, quando bateram na porta.

Alay: Não acredito. - Murmurou, antes de suspirar, irritada.

Pablo: Que inferno. - Resmungou, erguendo a cabeça pra porta - QUEM É? - Perguntou, e quem quer que estivesse do outro lado da porta, estava em maus lençóis.

Rose: Rose. - Anunciou-se, e parecia tímida - O Senhor Benjamin me pediu pra apressa-lo, disse que o senhor está atrasando os dois.

Pablo: Diga a Benjamin que eu mandei ele ir pro diabo que o carregue. - Pediu, antes de abaixar a cabeça pra Alay, sorrindo. Alay riu, e ele a beijou de novo. Foi ai que interromperam, outra vez.

Benjamin: Não vou, não. - Ele deu um murro na porta - Tem 10 minutos, do contrário, eu arrombo a porta e te tiro a força. - Avisou, e P&A ouviram o som das botas de Benjamin se afastando no corredor.

Pablo desabou em cima de Alay, que acariciou as costas dele. Ele não queria ir, porém, Benjamin cumpria uma promessa quando fazia uma.

Alay: Você precisa ir. - Avisou, um minuto depois, ainda acariciando-o. Pablo balançou a cabeça negativamente - Precisa sim! - Ele negou de novo, ela riu. - Eu estarei esperando que volte. - Ele não negou, mas não se mexeu. - Vá! - Disse rindo, e empurrou ele pelo ombro. Ele selou os lábios com os dela uma ultima vez, e se sentou, pegando o roupão, vestindo-se e rumando pro banheiro, amaldiçoando Benjamin da raiz do cabelo até o dedo do pé. Ele foi pro seu banho, e Alay ficou na cama, enrolada no lençol, com sua cabeça afogada em pensamentos.

Alay passou meia hora deitada. Viu Pablo sair do banho, se arrumar, desejar um bom dia pra ela e sair. É, ele estava tentando. Se levantou, se arrumou e foi tomar café. Antigamente, ela estaria irradiando felicidade. Hoje, estava atordoada. Tomou seu café pensativa. Foi quando Larra entrou.

Alay: O que há? - Perguntou, parando com a torrada na frente da boca, ao ver a irmã se sentar com dificuldade do outro lado da mesa.

Larra: Um desconforto. - Se queixou, suspirando

Théo: O bebê vai nascer. - Comentou, distraído.

Alay: Cala a boca, Théo. - Ordenou, virando-se pra Larra - Com quantos meses você tá?

Larra: 8. - Disse, com a sobrancelha franzida - Ai. - Olhou a barriga, confusa

Théo: O bebê vai nascer. - Anunciou, calmo.

Alay: O que foi? - Perguntou, se assustando

Larra: Algo... molhado. - Ela tocou o vestido, estranhando. Alay levantou de supetão.

Pablo não devia estar longe. Porém, era longe demais pra Larra. Alay estava atônita enquanto disparava pelo corredor atrás de Rose. Até que se bateu em Rafael.

Rafael: Lay? - Perguntou, confuso com a exasperação dela - O que houve?

Alay: Vá atrás de Benjamin. - Disse rápida e seriamente, se soltando dele - ROSE! - Gritou, avançando novamente.

Mas Rafael entendeu. Ao passar pela sala, e ao ver o rosto de Larra, teve sua confirmação. E então, havia sumido. A ultima coisa que se ouviu dele foi o relincho de Jake. Havia pressa. O herdeiro ia nascer. Alay mandou Rose chamar a parteira, urgente, e foi ajudar Larra. Ster, assustada, quis saber o que Larra tinha, porém, não obteve sua resposta. Larra estava apavorada. Nunca pensou nesse momento. Alay ajudou ela a soltar o espartilho, e por a camisola de algodão novamente. Enquanto isso, Rafael voava pela cidade. Quando chegou ao escritório dos Deville, foi recebido com surpresa.

Pablo: Mas, que... - Começou, confuso, ao ver o irmão entrar no escritório

Mas Rafael tinha pressa. Varreu a sala a procura de Benjamin, encontrando-o num canto, revistando uns papéis.

Rafael: Teu filho vai nascer. - Anunciou, urgente.

Benjamin encarou Rafael por uma fração de segundo, captando a mensagem. Em seguida, encarou Pablo brevemente.

Benjamin: Larra. - Murmurou pra si mesmo antes de disparar pela porta. Estava só de colete, e não se importou em vestir o paletó.

Pablo e Rafael correram atrás do irmão. As pessoas da cidade se assustaram ao ver os três Deville unidos, e com tal urgência. Então, os três eram apenas vultos montados em cavalos, costurando o chão de terra velozmente. Benjamin principalmente. O herdeiro ia nascer.

Benjamin: Onde está Larra? - Perguntou, atônito, a Théo e Ster, quando entrou correndo na sala.

Mas não foi preciso resposta. Nesse instante, Larra, com o primeiro grito, anunciou que o parto havia começado. Benjamin parecia ter levado um tapa na cara. Avançou para a escada, mas os irmãos o seguraram.

Pablo: Nem pense nisso. Você fica aqui e espera. - Disse, calmamente. Porém, por dentro, se roía de ansiedade. Nunca tinha pensado nisso, mas tinha afeto por essa criança.

Ster: A Alay tá com ela.

Théo: A Rose também. E a... como era o nome? - Hesitou, pensativo - Ah, sim. A parteira, também.

Não havia nada que ser feito. Com Larra, Benjamin e sua aflição só atrapalhariam. Os minutos foram passando, e não houveram noticias. Somente os gritos de Larra denunciavam que havia um parto sendo feito.
Benjamin parecia estar sendo torturado, pela angustia que havia em seus olhos a cada grito que Larra dava. Nada o desviava daquilo. Ele já soava, sentado, com os cotovelos apoiados nos joelhos. Até Pablo, que era conhecido por ter uma pedra no lugar do coração, estava incomodado com o sofrimento do irmão. Fazia sinal pra Rafael dizer alguma coisa, mas ele parecia na mesma situação.

Pablo: Er... - Rafael fez sinal pra ele tentar distrair Benjamin - Então, Benjamin. - Procurou as palavras. Benjamin o encarou, e o mel de seus olhos era agoniado - Qual nome vocês vão dar?

Benjamin: Se for homem, Diogo. - Se interrompeu com um grito de Larra. Olhou pra cima e suspirou - Se for mulher, Victória. A minha menina. - Sorriu, torturado pelo sofrimento da amada.

Original SinOnde histórias criam vida. Descubra agora