CAP-68

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Luciana: Então, você é Alay. – Disse, calma, se aproximando de Alay, que terminava de tricotar uma tiarinha rosa pra Dulce, sentada na sala de estar.

Alay: Por suposto que sou. – Respondeu, erguendo o rosto.

Luciana: Ouvi falar de você. – Comentou, virando a cabeça pro lado. O cabelo sedoso da loira acompanhou o movimento.

Alay se levantou. Se iria discutir com Luciana, não queria estar sentada.

Alay: Eu também ouvi. Rafael me falou muito de você. – Alfinetou, sorrindo de canto, enquanto dava uma ultima laçada de linha na tiara pronta, terminando o bordado.

Luciana: Ah, ele falou? – Perguntou, agora séria.

A vontade de Luciana era de voar no pescoço de Alay, e só soltar quando ela não tivesse mais vida. Entretanto, não o faria. Sabia que teria problemas com Rafael se o fizesse. Alay era esposa de Pablo. Ela não queria problemas com Rafael, não agora.

Larra: Lay, você pegou a linha ros... – Ela parou na porta, ao ver Luciana parada lá.

Alay: Sim, ele falou. – Ela tirou a agulha da tiara, colocando a peça da filha de lado.

Luciana: Não se envergonha? – Rosnou, sem se controlar. Alay riu.

Alay: Eu deveria? – Perguntou, divertida, enrolando a linha no tubo.

Luciana: Ele é irmão do seu marido. – Jogou, irritada.

Alay: Bom. – Ela colocou o tubo de lado, alisando o vestido – O que não se encontra em casa, se procura na rua. Pablo nem sempre foi um bom marido. – Condenou, pensativa – Você esteve longe muito tempo. – Comentou, sorrindo de canto, enquanto colocava uma mecha preta atrás da orelha. Não prendera mais os cabelos desde que voltou pra Pablo. Se o amado gostava solto, ficaria solto, caindo em uma cachoeira preta e lisa até o meio das costas.

Larra: Alay! – Chamou, exasperada, ao ver a cara de fúria de Luciana. – Venha, eu estou precisando de sua ajuda.

Alay: Com sua licença, Luciana. – Sorriu, educadamente, e seguiu a irmã, deixando uma Luciana se controlando pra não matar a Morena.

-

Larra: Não deveria brigar com ela, Lay! – Repreendeu, em voz baixa, atordoada.

Alay tinha acabado de dar banho em Dulce. A menina estava enrolada numa toalhinha rosa clara, com capuz. A morena levou a filha até o trocador, deitando-a ali, e pegando uma fralda.

Alay: Porque não? – Perguntou, calma, colocando a frauda na filha.

Larra: Porque ela é a mulher do filho mais velho. – Disse, como se isso fosse obvio.

Alay: E eu sou a mulher do filho caçula. – Rebateu antes de rir, pegando o grampo que prendia a frauda de Dulce. Era engraçado pensar em Pablo como caçula, mais novo de algo.

Larra: E eu, do filho do meio. – Analisou, pensativa.

Alay: E então? – Perguntou, pegando um vestidinho bege pra vestir a menina.

Larra: Talvez você devesse dar um presente pra ela. – Considerou, sentando-se e alisando a barriga.

Alay: Eu? Porque? – Perguntou, indignada, após vestir a filha, encarando Larra.

Larra: Alay, entenda. – Começou – Além de ela ser a mulher do filho mais velho, e você sabe que isso sim importa. – Disse ao ver o olhar impaciente de Alay – Você sabe... – Disse, receosa.

Alay: Do que eu sei, Larra Vitória? – A irmã parecia atordoada – Vamos, Larra, com vergonha de mim agora?

Larra: Tudo bem. – Respirou fundo – Além de ela ser a irmã do filho mais velho, você... você não teve o filho homem. – Disse, esperando uma explosão de raiva da irmã. Mas Alay parecia pensativa.

Alay: E o que o fato de seu ser pouco fértil tem a ver com eu presentear ela, e Rafael ser o filho mais velho? – Perguntou, confusa – Não põe na boca, amor. – Pediu, tirando o brinquedinho que Dulce tinha na boca.

Larra: Tem que ela pode jogar isso contra você. Por você ter tido Dulce antes do filho homem. Pode esnobar, provocar. – Alay franziu o cenho de leve.

Ah, isso não. Estava ai uma coisa que Alay não permitiria era que mexessem com Dulce Maria.

Alay: Então cortarei sua língua com uma tesoura, e furarei seus dois olhos, para que nunca mais se atreva a olhar pra minha filha. – Ameaçou, séria, enquanto carregava Dulce, pegando uma escova pra pentear o cabelo da menina.

Larra suspirou e balançou a cabeça negativamente. Nada de bom sairia dessa briga.

Original SinOnde histórias criam vida. Descubra agora