CAP-86

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Os Deville viviam na mais completa paz. O amor reinava naquela casa. Dulce, Diogo, Johanna, Victoria, Théo e Ster eram a alma naquele lugar. Ster e Pablo estavam muito apegados, uma vez que só viviam juntos. Escobar fora julgado, condenado, preso, e por fim, enforcado.

Ana se casou com Guilherme dois meses após o jantar com Pedro, em uma bela cerimônia. Pedro não compareceu. Guilherme levou Ana quando voltou a Europa, e lá, eles só eram um casal de apaixonados. Ana engravidou 2 meses depois, agora possuía um barrigão, todos diziam que viriam gêmeos. Ela preencheu o vazio, e todas as expectativas de Guilherme, que agora, muito mais que nunca, era feliz. Encontrara o verdadeiro sentido do amor nos braços dela, e era plenamente correspondido. 

Ster: Pablo, que diabo, saia daqui! – Rosnou, mas Pablo não deu atenção.Nessa hora Alay gemeu novamente. Era uma manhã chuvosa, aquela. Estava entrando em trabalho de parto. Já estava pronta, em sua cama, com os cabelos devidamente presos por Larra, e Pablo estava a seu lado, segurando sua mão. Ela não queria que ele fosse. Também não queria que ele ficasse.

Pablo: Ster, saia você. – Disse, tranqüilo. Por dentro ele estava remoendo em agonia. Ver Alay sofrer não lhe fazia bem algum.

Parteira: Está na hora do senhor ir, senhor Deville. – Avisou, após aprontar as coisas com Rose. Alay gemeu novamente.

Ster: Sabe que não pode ficar aqui, que teimosia! – Retrucou, cruzando os bracinhos.

Pablo: Daqui eu não saio, daqui ninguém me tira. – Alay se agarrou a mão dele quando a contração voltou – Calma. – Murmurou no ouvido dela, beijando-lhe a pele em seguida.

Ster: Demônios, o tempo tá passando. – Avisou, como se ele não soubesse.

Alay: Eu... – Ela apertou a mão dele novamente – Eu quero que ele fique. – Disse, encarando a parteira.

Parteira: Mas... – Começou, confusa. Nunca fizera um parto onde o marido estivesse presente.

Pablo: Eu vou ficar. – Disse, mais convicto que nunca, e apertou a mão dela de leve. Ninguém o tiraria dali. 

Alay: Pablo! – Gemeu, controlando outra contração.

Pablo: Ster, saia daqui. Vá ficar lá embaixo, com Rafael e Benjamin.

Ster: Quando ele desmaiar, não diga que eu não avisei. – Disse, olhando a parteira, e saiu.

Pablo: Eu estou com você. Sempre. – Murmurou, se endireitando ao lado dela, de modo com que seu braço livre ficasse em volta do ombro dela, e a outra mão segurasse a da mesma. Alay gostou, se sentia segura ali. E assim seria.

Para Pablo era interessante saber o que se passava do outro lado da história, da fonte dos gritos, já que ficar do outro lado, sem saber, era ruim. Ele viu Alay se contrair e relaxar, simultaneamente. Viu todas as vezes que ela fez força. Ele a apoiou, todo o tempo, apesar de os gritos e gemidos dela serem o pior tipo de tormento que existia pra ele.

Parteira: Estamos quase. – Avisou, quando começou a ver a cabeça do bebê.

Alay: Tá difícil. – Disse, e duas lágrimas caíram do seu rosto, misturando-se ao suor.

Pablo: Calma. Só mais um pouco. – Pediu, com os lábios colados a testa dela.

Alay encarou o marido, e ele viu a dor nos olhos dela. Murmurou um “já vai passar, eu prometo.” Sem som pra ela, que sorriu. Com ele ali era definitivamente melhor. Ele apertou a mão dela, dando-lhe apoio. Alay respirou fundo, e quando a contração veio, ela pôs toda a força que tinha pra baixo, mesmo que isso lhe causasse uma dor lancinante. A camisa branca que Pablo usava já estava amassada, a parte onde tinha contato com a pele soada dela estava molhada, mas ele não deu atenção. A mão do mesmo já tinha pequenos pontos de sangue nascendo, onde as unhas dela se cravavam, mas ele mal sentia: só importava ela. Minutos depois ela se desabou no travesseiro, e soluçou de dor.

Pablo: Lay, vamos! – Pediu, alisando o rosto dela. Alay não se moveu. Pablo encarou a parteira, e viu no olhar dela que só cabia a Alay. A Morena parecia uma criança, encolhida ali, soluçando. Uma criança com medo. 

Pablo: Petit, olha pra mim. – Pediu, segurando o rosto dela. Alay o encarou com os olhos azuis atormentados. – Você consegue, eu sei. Não falta muito agora. – Alay soluçou novamente. Pablo abaixou o rosto e selou os lábios com os dela, que estavam trêmulos. Depois murmurou “agora é sua vez.” Contra a boca dela, e voltou a se erguer.

Alay respirou fundo, encarou ele, e voltou a fazer força. Não demorou muito a parteira ergueu o bebê, todo ensanguentado, ainda preso ao cordão umbilical. Um lindo menino, saudável, que chorava desesperado pra vida. Alay desabou novamente no travesseiro, mas dessa vez se abraçou ao marido, que a abraçou de volta, e beijou seu cabelo. 

Parteira: Aqui está. – Disse, após solta-lo do cordão umbilical e enrola-lo numa mantinha branca, entregando-o a Pablo.

Pablo abaixou o menino perto de Alay, para que ela pudesse ver o motivo de toda a dor que sentira. Ela sorriu entre lágrimas, olhando o filho, depois olhou o marido, que tinha o rosto completamente tomado por um brilho diferente. Talvez emoção, orgulho, amor, ela não sabia dizer. Os dois ficaram ali, juntos, olhando o menino que, assim que parou no colo do pai, parara de chorar. 

Alay: Esse tem o seu cabelo. – Comentou, rouca, tocando a leve camada de cabelinhos do menino. Eram de um Loiro escuro, tal como o pai.

Pablo: Aposto que terá os seus olhos. Uma Dulce completamente invertida. – Brincou, e ela riu de leve – Eu amo você. – Alay assentiu, com os olhos se enchendo de lágrimas de novo, e ele se abaixou, beijando-a levemente.E não havia felicidade maior no mundo.

Falta Mais Um Capitulo Para Acabar a fic ;(

Original SinOnde histórias criam vida. Descubra agora