CAP-83

6K 445 24
                                    

No hospital, Alay e Pablo estavam cumplices. Pablo insistira que queria tentar andar, que precisava tirar isso da cabeça, e Alay cedeu. Foi se postar na porta do quarto, do lado de fora, pra vigiar

Alay: Pronto. - Murmurou, encostada na madeira do lado de fora. - Por favor, não se machuque. - Pediu de novo.

Pablo: Eu não vou. - Tranquilizou . Pablo se sentou na cama, olhando as pernas. Em seguida, respirou fundo, e pôs os pés pra fora da cama. Ele fez impulso e pôs o peso contra suas pernas. Sua barriga doeu barbaramente, e ele arqueou. Esperou um momento, arfando ali, e depois se ergueu mais devagar. Doeu bastante, mas ele conseguiu se erguer. Ele sorriu. Estava se apoiando nos próprios pés, sentia o sangue correndo por suas pernas. Com algum esforço ele deu os primeiros passos. Ele entendeu porque não deixaram ele andar: a ferida da bala doía absurdamente, parecia não querer que ele ficasse de pé. Mas a ferida cicatrizaria, não é? Ele andou, devagar, até a porta.

Alay: Pablo, pelo amor de Deus. - Rosnou - Você está bem? - Perguntou, novamente, preocupada.

Pablo: Bu! - Sussurrou, após abrir a porta. Alay se virou, e sorriu ao ver ele de pé, os olhos dela brilhavam. Pablo sorriu e puxou ela pela cintura, e Alay foi pra ele, com cuidado pra não encostar em sua barriga. Ela o beijou apaixonadamente, feliz.

Alay: E então, teimoso? Viu que não há nada com a sua coluna? - Perguntou, sorrindo, enquanto fechava a porta. Pablo recuou. Nunca estivera tão feliz por poder se mover.

Pablo: Não são as minhas pernas. - Disse, orgulhoso, e viu Alay arquear a sobrancelha - Bom, minha barriga dói quando eu fico de pé, e... - Interrompido

Alay: Volte pro demônio da cama. Agora. - Rosnou, e ele riu, mas a obedeceu. Não precisava sentir essa dor. Ele já sabia que podia faze-lo, agora era só esperar.Uma vez sentado novamente, a dor de Pablo passou instantaneamente. Ele suspirou, feliz. Sabia que não era impotente, tivera a prova na noite anterior. Sabia que podia andar. Sabia que amava Alay. E agora tinha esperança, esperança de que pudessem sair disso, e deixar todo o ocorrido pro passado, como apenas um tempo ruim. Dias se passaram. Logo se formaram 3 semanas desde o ocorrido. Pablo já estava bem melhor. Até que, em uma bela manhã, recebeu alta. Foi como ver um raio de sol depois de dias na escuridão. Rafael fechou a conta do hospital, enquanto Alay ajudava o marido.

Médico: Francamente, eu espero nunca mais ter o senhor aqui. - Disse, e Alay riu.

Pablo: Não por isso, não pretendo voltar tão cedo. - Sorriu, abraçando a mulher.

Alay: Desculpe o trabalho, doutor. Eu fiquei... descontrolada. - Ela mediu a palavra, e o médico riu.

Médico: Agora que você está indo embora, não há problema. - Brincou, e Pablo riu - Mas, eu espero que se, um dia, eu cair na cama de um hospital, minha mulher cuide de mim com 1/3 da devoção que a senhora cuidou dele. - Admitiu, e então a enfermeira apareceu na porta, avisando de uma emergência. - Com licença. - Pediu e saiu . Pablo olhou Alay, apaixonado. Ela sorriu pra ele, feliz. Ele abaixou o rosto pra ela, beijando-lhe docemente os lábios. Em seguida os dois saíram de mãos dadas no hospital. Alay obrigou o cocheiro da carruagem a ir devagar, fazendo Pablo revirar os olhos e Rafael rir. Depois de tempos de viajem, chegaram em casa. Pablo nunca esteve tão feliz em voltar pra casa.

Larra: É bom tê-lo de volta, Pablo. - Disse, acanhada, mas contente.

Pablo: É bom voltar. - Disse, sorrindo.

Alay: Vamos pro nosso quarto. - Murmurou, só pra ele, e ele sorriu.

Pablo: Vamos. - Disse, beijando as costas da mão dela.

Alay: Pablo, não! - Murmurou, rindo, enquanto Pablo lhe abraçava por trás, beijando-lhe o pescoço.

Pablo: Porque não? - Murmurou, passando o nariz pela nuca dela, vendo-a estremecer e se arrepiar - Nós estamos em casa agora. - Alay abriu a porta do quarto dos dois, e eles entraram.

Original SinOnde histórias criam vida. Descubra agora