CAP-9

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Rafael: Você deve ser Alay. - Sorriu, se aproximando da escada

Alay: Quem? - Respondeu, sorrindo debilmente - Ah, sim, claro, eu sou Alay. - Sorriu. Estava feliz e não sabia porque.

A voz de Rafael era firme, uniforme, parecia um soprano. Alay se perguntava como alguém podia ser tão bonito. Em sua escala, era o mais bonito desde Benjamin. Tinha raiva demais de Pablo pra coloca-lo em alguma lista.

Rafael: Sou Rafael. - Ele subiu as escadas até ela - Prazer. - Ele pegou a mão dela delicadamente, beijando levemente em seguida.

Ao contrário de Pablo que era sempre esquentado, a pele e os lábios de Rafael eram frios. Era um frio agradável. Como três irmãos podiam ser tão diferentes? A unica coisa que tinham parecidos eram as feições finas, e a palidez cor-de-papel. Rafael tinha os olhos cor de whisky; Benjamin, mel; Pablo, verde. Mais uma coisa sobre os Deville que ela não fazia idéia.

Rafael: Pelo visto Pablo e Benjamim não estão. - Ele disse, debochado.

Alay: Ah, eles tiveram que sair logo. - Ela cruzou as mãos, sem jeito.

Rafael: Eu já esperava. - Ele riu, tirando o folego de Alay - Vou ver a Ster. - Ele sorriu gentilmente e saiu.

Alay: Espera! - Rafael se virou pra olha-la - Não pode ver agora. - Ela correu pra frente dele, abrindo os braços pra impedir a passagem dele.

Rafael: Porque? - Ele a encarou, confuso

Alay: Ela tem uma surpresa pra você, mas só pode ver no jantar, a noite.

Rafael: Está tudo bem com ela? - Alay assentiu - Tudo bem, então. - Ele sorriu e passou a mão no cabelo, distraído. Já Alay tinha vontade de sair gritando.

Alay: Obrigada. - Ela fechou os braços - Com licença. - Ela sorriu e saiu correndo.

Rafael não era depravado, mas Alay possuia belas curvas, era uma linda mulher. Tinha um pouco de pena dela, por saber do que Pablo era capaz de fazer. Ele riu do jeito de menina dela e foi pro seu quarto, agora com uma ponta de curiosidade sobre a surpresa de Ster.

Alay: Fique quieta, e logo o verá. - Disse a uma Ster impaciente e inquieta

Era quase noite, e Alay estava aprontando Ster. Com uma tesoura que usava pra bordar, pôs-se a cortar os cabelos da menina. Ster nem se importou, só queria ver Rafael.

Alay: Mais um aqui... - Ela cortou uma mechinha saliente de cabelo - Está pronto! - Sorriu, conferindo o trabalho.

O cabelo da menina que antigamente batia no meio das costas agora estava curto, reto, e Alay lhe fez uma linda franja. O cabelo de Ster era muito liso, então não foi trabalho nenhum pra cortar. Alay esperou a menina tomar banho, a ajudou com o vestido e foi se banhar. Pôs um vestido cinza e prendeu os cabelos num coque.

Pablo: Está atrasada. - Avisou quando Alay entrou na sala de jantar. Ela deu de ombros e se sentou.

A mesa era retangular, e enorme. Pablo sentava em uma ponta, Benjamin em outra. Larra se sentava na cadeira lateral ao marido, e Alay também. Rafael estava sentado a uma cadeira de distância de Alay, do mesmo lado dela, mexendo distraído em um talher.

Rose: Posso mandar servir o jantar? - Perguntou, aparecendo na sala

Benjamin: Pode. - Respondeu distraído, alisando a mão de Larra em cima da mesa.

Alay: Espera! - Rose Retrocedeu - Só mais um instante.

Pablo: Porque? - Perguntou, erguendo a sobrancelha

Alay: Só mais um pouco, não vai demorar. - Disse encarando o marido - Rose, por favor, coloque mais um prato na mesa. - Rose assentiu e saiu

Pablo: Pra quem? - Perguntou, impaciente

Rafael: Ster. - Murmurou, os olhos whisky olhando prazerosamente a porta, enquanto a boca se curvava em um sorriso perfeito.

Ster: Boa noite. - Disse educadamente, entrando na sala.

Todos na sala se viraram pra encarar a menina. Ela usava um vestido coral, o espartilho justo, o sapatinho aparecendo enquanto avançava pelo cômodo. Parecia uma boneca.

Ster: Rafael! - Soltou um gritinho e se atirou no irmão, que já tinha ido até ela, e a carregou.

Alay sorriu, orgulhosa pelo trabalho. Rafael encheu Ster de beijos, e a menina ria gostosamente. Pablo tinha um sorriso debochado no rosto, e revirou os olhos. Alay, que o observava, se entristeceu. Benjamin olhava a cena, com um sorriso de canto no rosto e Larra parecia confusa. Ster se sentou na cadeira entre Rafael e Alay, e serviram o jantar. Comeu refinadamente, acertando os talheres, sem se trair uma única vez. Rafael a olhava, encantado. Alay sorria reservadamente. Quando terminaram, seguiram pra sala de jantar.

Alay: Passa a agulha, segura assim, e puxa a linha devagar. - Ela fez mostrando a menina como bordar.

Ster: Me deixa tentar. - Estendeu as mãos. Alay assentiu e passou o bordado pra ela, que rapidamente se pôs a puxar a linha.

Rafael: Obrigado. - Disse, aparecendo atrás de Alay

Alay: Ai! - Ela riu com o próprio susto. Rafael riu com ela - Obrigado pelo que? - Disse chegando pro lado, dando espaço pra Rafael sentar.

Rafael: Pelo que você está fazendo pela Ster. - Ele sentou e olhou a menina, que passava a agulha pelo bordado concentradamente

Alay: Ah, não foi nada. - Ela só sabia sorrir. Gostava de Rafael e não sabia porque.

Rafael: Ela é mais minha filha que minha irmã, mas eu nunca teria podido fazer o que você fez por ela. - Ele sorriu, olhando a menina.

Alay viu uma ternura nos olhos de Rafael, uma ternura que ela queria que o pai dos seus filhos os olhasse, uma ternura que ela sabia que Pablo não era capaz de sentir. Estava pensando nisso quando ouviram um gritinho de Ster. No mesmo instante Rafael estava abaixado na frente da menina. Ster espetou o dedo na agulha, e agora olhava atônita pro dedo,como se tivesse perdido uma aposta.

Alay: Não pôe na boca! - Mas era tarde, Ster já tinha colocado o dedinho furado na boca e agora ria olhando Alay. Rafael riu e alisou o braço da menina. Alay balançou a cabeça negativamente mas riu.

Original SinOnde histórias criam vida. Descubra agora